PORTO ALEGRE – A engajada militante anticapitalista e antilatifúndio, Luciana Genro, foi surpreendida na manhã de hoje ao chegar em sua fazenda na zona rual de Porto Alegre.
Objetivando descansar por alguns dias, pois, segundo a própria, “estava já com as mãos calejadas de tanto trabalhar”, a ex-candidata à presidência da República se deparou com sua fazenda repleta de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, que festejavam ao redor da confortável residência localizada na propriedade.
“Quando ia chegando pela estrada, vi ao longe uma bandeira do MST hasteada e pensei: ‘Tá de boa’, pois sempre deixo uma bandeira do movimento hasteada em minhas propriedades como manifestação de apoio à causa”, disse a filha de Tarso.
“Mas quando entrei pela porteira, vi várias pessoas na piscina, outros estavam desossando um boi para fazer churrasco, e só aí me dei conta de que havia algo errado”, lamenta.
Luciana declarou que, ao se aproximar, já foi de imediato abordada por lideranças do MST, que a informaram que a fazenda estava sendo invadida “para efeitos de reforma agrária.”
“O que não esperávamos”, declarou um dos líderes da invasão, “foi a reação dela, que sempre nos apoiou, e agora ameaçou chamar a polícia para nos retirar”.
Luciana esclareceu à nossa reportagem que “apesar de defender a reforma agrária, não esperava ter uma de minhas fazendas invadidas pelos companheiros do MST, que deviam ter o mínimo de consideração por quem é aliado de sua causa”.
Questionada se sua reação não era contraditória com aquilo que afirma defender, Luciana disse que nãom, pois “o socialismo não significa que ninguém pode ter uma fazenda, mas sim, que TODOS podem ter uma fazenda”, explicou.
O impasse só foi resolvido após a chegado do pai de Luciana ao local, que convenceu a filha a abrir mão da fazenda.
“Vou dar outra para ela”, informou Tarso Genro, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Luciana, ainda meio contrariada, concordou com seu pai e findou aceitando o convite das lideranças da invasão para comer um churrasquinho e participar de uma “mística” sucedida de uma roda de debates sobre reforma agrária.
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