O assunto ‘desvio de verbas de subvenção da Assembleia Legislativa de Sergipe’ ainda é desconhecido pela maioria da população. Muitos sabem que algum tipo de investigação está ocorrendo, mas não entendem o assunto de uma forma mais ampla. As respostas em torno do tema são: “não sei”, “o que é isso?”, “ é aqui em Sergipe?”. Os entrevistados acham que o caso do desvio das verbas de subvenção faz parte da Operação Lava Jato, investigação realizada pelaPolícia Federal.
O repasse e uso das verbas de subvenções são investigados em várias esferas. Na eleitoral, pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Ministério Público Federal (MPF) porque a destinação do dinheiro aconteceu em 2014 (ano eleitoral); na criminal, pela Polícia Civil que instaurou inquéritos para apurar a aplicação do dinheiro e na administrativa, pelo Ministério Público Estadual (MPE) que ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra alguns suspeitos pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o MPF, alguns deputados estaduais desviaram verbas de subvenções que deveriam ser destinadas a instituições filantrópicas para benefícios em campanhas políticas. Com isso, o órgão abriu procedimentos para investigar os casos. Em dezembro de 2014 a PRE ajuizou 25 ações contra 23 deputados da legislatura vigente à época e uma ex-deputada. O levantamento inicial identificou, segundo a Procuradoria, um desvio de cerca de R$ 12 milhões.
As poucas pessoas que souberam opinar sobre o assunto, criticaram a atuação dos 23 deputados citados nas investigações. A funcionária pública Roseane Costa disse que está acompanhado o processo. De acordo com ela, a população precisa se informar sobre o tema. Roseane revela que o momento é constrangedor para toda sociedade.
“Me sinto impotente e traída diante dessa situação, você deposita confiança através do voto, elege aquele representante, e ele desvia uma verba destinada a pessoas carentes para proveito próprio. Um dos investigados é um colega de escola meu, e isso é muito triste. Se a verba que foi desviada tivesse tomado o rumo correto, pessoas carentes estariam em uma condição melhor. A população fica refém dessa corrupção, vamos esperar que ao decorrer do processo essa verba, pelo menos, seja restituída. Com relação à condenação dos deputados, eu duvido muito”, desabafa Roseane Costa, servidora pública.
O advogado Wellington de Campos acompanha as investigações dos órgãos públicos em torno do caso. “Se o desvio houve tem que ser apurado, e se comprovado todos terão que responder por isso. Esperamos essa atitude das instituições públicas, a exemplo do Ministério Público e do judiciário”, relata o advogado Wellington de Campos.
“ É uma postura inaceitável, uma verba que é para ser destinada à população carente ganha rumos obscuros. O único prejudicado com isso tudo é o povo pobre, que mais precisa. Colocamos eles lá, e agora assistimos um escândalo desses”, critica Luzia Santos Silva, auxiliar de enfermagem.
Para o radialista José de Jesus o ‘caso subvenções’ logo cairá no esquecimento. “Isso é roubo, tem que apurar e ir a fundo. Roubou e ficou provado, manda para cadeia, mas as coisas não funcionam. O pobre tem um tratamento e os ricos outro. Já está muito claro o desvio dessas verbas, tinha que todo mundo já estar na cadeia. Eu duvido que esses 23 deputados sejam presos e respondam por alguma coisa. Com imunidade ou sem, com gravata ou sem, tem que ir para cadeia”, questiona José.
“O povo brasileiro não suporta mais uma coisa dessas. Quase todos os deputados envolvidos nisso, uma vergonha para o Estado de Sergipe, sem dúvida”, diz José Gaspar, engenheiro agrônomo.
O aposentado Carlos Rubens tem esperança de ver políticos corruptos presos. “As pessoas confiaram nesses indivíduos e eles estão demonstrando quem realmente são. Espero que um dia eles enxerguem a cor das grades ao invés do dinheiro roubado. E ainda vão dizer que foram injustiçados”, conclui Carlos Rubens.
Tássio AndradeDo G1 SE
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