Diante das precárias e arriscadas condições de travessia pelo Mar Mediterrâneo, imigrantes e refugiados que saem do Oriente Médio e Norte da África para se abrigar em países da Europa carregam consigo apenas os itens extremamente necessários. Uma série fotográfica feita pelo International Rescue Committee (IRC) na Grécia, uma das principais portas de entrada no continente, mostra que remédios, itens de higiene e celulares estão entre os principais itens transportados.
De janeiro a agosto deste ano, mais de 500 mil migrantes chegaram às fronteiras externas da União Europeia (UE), segundo a agência europeia de controle das fronteiras, Frontex. Uma das principais rotas é a travessia do Mediterrâneo, feita por traficantes de pessoas em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança. Milhares de pessoas morreram no decorrer do ano em naufrágios e problemas no percurso.
O IRC pediu para alguns dos sobreviventes que chegaram à ilha de Lesbos, na Grécia, mostrarem em o que carregam em suas malas. A organização é uma das que aceita doações para ajudar os refugiados. Veja a série de fotos a seguir.
Aboessa, de 20 anos, de Damasco, Síria
Escapou, junto com seu marido e filha de 10 meses, de conflitos no campo de refugiados palestinos Yarmouk, no sul da capital síria. Cruzou a fronteira do país com a Turquia, de onde embarcou em um bote com remos improvisados rumo à EU.
Levou medicamentos, chapéu, meias e papinha para a filha, guardanapos para a troca de fraldas, protetor solar, analgésicos, pomada contra queimaduras, carteira com documentos (incluindo a carteira de vacinação do bebê) e um carregador de bateria de celular.
Família de Aleppo, Síria
Família de Aleppo, Síria
Eles perderam quase tudo que levaram na travessia à Turquia e à Grécia. O barco em que estavam começou a naufragar e conseguiram salvar só uma mala.
Conseguiram salvar uma camiseta, uma calça jeans, um par de sapato, fraldas e absorventes, um pente, documentos pessoais, duas caixinhas de leite e biscoitos.
Iqbal, de 17 anos, de Kunduz, Afeganistão
Iqbal, de 17 anos, de Kunduz, Afeganistão
O jovem viajou centenas de quilômetros para fugir da guerra em Kunduz. Foi para o Irã, de onde andou a pé até a Turquia. Manteve contato com um amigo que fez a travessia para a Alemanha, mas ainda não sabia para onde iria.
Levou uma mochila com uma muda de roupa, itens de higiene como shampoo e gel para cabelo, pente, cortador de unhas, US$ 100, 130 liras turcas e dois celulares com chips de telefone do Afeganistão, Irã e Turquia. Também levou um creme clareador para o rosto, porque não quer que saibam que ele é refugiado, segundo disse.
Omran, de 6 anos, de Damasco, Síria
Omran, de 6 anos, de Damasco, Síria
Está a caminho da Alemanha ao lado de cinco familiares próximos para morar com parentes.
O menino carregou em sua mochila azul uma troca de roupa, uma seringa, bandagens, sabonete, escova e pasta de dentes, marshmallows e creme doce.
Nour, de 20 anos, da Síria
Nour é um artista local que pintava e se apresentava na Síria há sete anos tocando guitarra. Depois que a guerra explodiu no país, reuniu alguns objetos importantes e fugiu para a Turquia com duas mochilas. No entanto, os contrabandistas lhe disseram para levar apenas uma delas.
Levou documentos, um rosário, um relógio, pulseiras de madeira e prata, broches, palheta de guitarra, um celular e uma camiseta.
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