Goleiro Bruno vai cumprir pena em entidade de recuperação de detentos (Foto: Alex Araújo / G1)
O goleiro Bruno foi transferido do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, para o Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) de Santa Luzia. Ele deixou a unidade prisional nesta quarta-feira. A transferência aconteceu por determinação judicial e foi autorizada pela juíza da Comarca de Santa Luzia, Arlete Aparecida da Silva Coura. A APAC é uma entidade civil, sem fins lucrativos, dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade, sendo uma alternativa ao modelo prisional tradicional.
O novo advogado de Bruno, Irmar Ferreira Campos, informou que o objetivo da transferência é deixar o goleiro mais próximo da família que mora em Santa Luzia. A unidade prisional também permite que o preso trabalhe. No entanto, segundo o defensor, a mudança não significa progressão de pena, e Bruno continua no regime fechado, sem poder deixar a prisão. Campos explicou ainda que o jogador vai trabalhar na APAC, mas a atividade ainda não foi decidida. Segundo o advogado, o goleiro não pensa em voltar ao futebol.
Bruno estava preso na Penitenciária Nelson Hungria desde novembro do ano passado, quando conseguiu transferência da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, na cidade de mesmo nome, a 55 quilômetros de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. O goleiro havia sido transferido para esta unidade prisional após ter contrato assinado com o Montes Claros FC. Bruno ficou em Francisco Sá de julho a novembro de 2014.
Antes de ir para Francisco Sá, Bruno trabalhava na Penitenciária Nelson Hungria. Em maio deste ano, a defesa do goleiro solicitou à Justiça que ele pudesse voltar a trabalhar na unidade prisional de Contagem. O goleiro, no entanto, perdeu a vaga de trabalho por ter pedido transferência para outra unidade, de acordo com o juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem, Wagner de Oliveira Cavalieri. Para cada três dias de trabalho na unidade prisional, um dia de pena é remido.
O caso Eliza Samudio
Eliza Samudio desapareceu em 2010. O corpo dela nunca foi achado. A mulher tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade da criança.
Bruno Fernandes foi condenado pela Justiça de Minas, em março de 2013, a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.
Por GloboEsporte.comBelo Horizonte
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