Exonerado da Secretaria de Aviação Civil para votar contra o impeachment, o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) surpreendeu o Palácio do Planalto neste domingo (17) e votou favoravelmente ao afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Já outros dois ministros do PMDB que se desligaram da Esplanada dos Ministérios para apoiar a presidente da República na votação do impeachment – Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) – mantiveram o acerto com a presidente e se posicionaram no plenário da Câmara contra o afastamento.
"Guardarei a gratidão comigo, mas, honrando o nosso PMDB com lealdade, na condição de secretário-geral do PMDB juntamente com o nosso honrado presidente do partido Michel Temer [...] quero aqui, senhor presidente, dizer do fundo da minha alma, pensando na minha família, na minha esposa, nos meus filhos, nos meus netos, eu voto sim", declarou o ex-ministro da Aviação Civil no plenário da Câmara.
Lopes assumiu o comando da Aviação Civil,em 17 de março, à revelia da direção do PMDB, que, cinco dias antes, havia decidido, em sua convenção nacional, que a legenda não assumiria ministérios até definir se romperia ou não com o governo petista.
À época, a nomeação de Mauro Lopes para o primeiro escalão irritou o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer. Na ocasião, o peemedebistaclassificou a iniciativa do colega de partido de afronta.
Em retaliação, a comissão de ética do PMDBinstaurou processo disciplinar para analisar se Lopes deveria ser expulso do partido por ter desobedecido decisão partidária.
Segundo o G1 apurou, o voto de Mauro Lopes a favor do impeachment foi costurado com a direção do PMDB em troca do arquivamento do processo na Comissão de Ética.
Secretário-geral do PMDB, o deputado mineiro se reuniu com o vice-presidente da República nos últimos dias para discutir sua posição em torno do impeachment.
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No “cafezinho” da Câmara, Mauro Lopes justificou ao G1 seu voto afirmando que, embora tenha recebido a “confiança” da presidente Dilma", não poderia deixar de ser “leal” ao PMDB e à bancada do partido na Casa.
De acordo com o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, o ex-ministro da Aviação Civil enviou na última sexta-feira (15) sua carta de demissão ao chefe de gabinete de Dilma, Jaques Wagner.
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