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segunda-feira, 18 de abril de 2016

VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT: 72 deputados citaram os filhos ao justificar voto; veja termos usados

Nuvem de palavras mostra principais termos usados na sessão (Foto: Reprodução/Tagul)Nuvem de palavras mostra principais termos usados durante a votação (Foto: Reprodução/Tagul)
A sessão da Câmara que determinou o envio do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ao Senado foi marcada por discursos evocando Deus e por homenagens a familiares, principalmente filhos, esposas e netos.
O termo ‘voto’, campeão, foi proferido quase mil vezes – a maiorias delas no final dos discursos, quando os parlamentares anunciaram sua posição em relação ao andamento do processo.
Por 367 a favor e 137 contra (além de sete abstenções e duas ausências), a Câmara aprovou no final da noite de domingo (17) a autorização para que o impeachment tenha prosseguimento. Caberá agora ao Senado analisar se afasta ou não a presidente e, depois, se a retira do cargo.
O levantamento das menções nos discursos foi feito levando em conta apenas o período de voto. A íntegra da sessão, incluindo os discursos de líderes, pode ser acessada aqui.
G1 contabilizou 58 menções a Deus nas falas de 50 deputados federais (quase 10% da Casa).
O próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o evocou ao dar o seu “sim”. “Que Deus tenha misericórdia desta Nação”, afirmou.
O número de citações a Deus fez o deputado Patrus Ananias (PT-MG) criticar os colegas ao dizer que “jamais viu e ouviu tantas afrontas ao segundo mandamento da lei de Deus” – o que prega que seu nome não seja tomado em vão.
Família
A palavra ‘família’ também foi bastante proferida assim que teve início a votação (mais de 110 vezes). Os filhos foram utilizados como justificativa para o voto por 72 parlamentares, que também fizeram homenagens a pais, esposas e netos.
O deputado Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG) chegou a voltar ao microfone, quatro deputados após sua fala, para dizer que havia esquecido de “mandar um abraço” para o filho.
Golpe
O termo ‘golpe’ foi utilizado 96 vezes. Segundo o levantamento, 57 deputados usaram o bordão “não ao golpe” ao se declarar contra o impeachment. Apenas o deputado João Daniel (PT-SE) utilizou o termo seis vezes durante a fala.
Outros sete deputados, por sua vez, ao fazer a defesa do “sim”, declararam que o processo é constitucional e não se trata de um golpe.

Lula e Temer
O ex-presidente Lula foi citado por 14 deputados (seis favoráveis ao impeachment e oito contrários ao procedimento). Os parlamentares contra o impedimento de Dilma falaram do legado do ex-presidente; os a favor chegaram a pedir "cadeia" para o político.
Já o vice-presidente Michel Temer foi abordado nos discursos de 26 parlamentares. Destes, 21 votaram contra o impeachment e atribuem a ele uma articulação para tentar tirar Dilma do poder. Dos quatro que votaram "sim", dois defenderam Temer. Os outros dois disseram que tanto ele quanto Dilma devem deixar os cargos. Um parlamentar que o citou se absteve.
Outras citações
Houve 46 citações a “ruas”, em menção às manifestações pró e contra o impedimento pelo país. A palavra “democracia” foi proferida 110 vezes.
Trabalhadores (do campo, da indústria, da cultura, sem-terra e desempregados) foram lembrados pelo menos 30 vezes.
Povo (248), respeito (108), corrupção (65) e esperança (57) também marcaram parte dos discursos durante a votação.
Thiago ReisDo G1, em São Paulo




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Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
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