Em tempos de crise, o dia do trabalhador será marcado pelo declínio na oferta de empregos. O período de recessão, entretanto, parece não assustar a nova geração, que cada vez mais busca ser dona do próprio negócio e arriscar.
De acordo com pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 57,7% dos empreendedores com idade entre 18 e 34 anos não trocariam a atividade desempenhada em suas empresas por um emprego formal.
A administradora de empresas Lara Allegro está, há três anos, à frente do restaurante italiano fundado pelos avós, o Di Liana, em Ondina (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO)
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Um dos sócios do escritório de advocacia empresarial Fiedra desde 2008, Ermiro Neto afirma que sempre pensou em empreender. “Desde o começo da minha carreira universitária gostava da ideia de investir. Não me arrependo, me sinto realizado. Se eu tivesse prestado concursos e seguido carreira pública não estaria ganhando o que eu ganho”, conta. Depois que ele entrou na sociedade, quando tinha 24 anos, o faturamento do escritório cresceu em 70%.
Ambiente familiarAos 30 anos, o administrador de empresas Thiago Andrade é um dos herdeiros responsáveis pelo Grupo Petrobahia, que distribui combustível para todo o Nordeste. Desde os 12 anos, ele trabalhava de frentista nos postos da família durante as férias, como parte do plano sucessório de seus pais.
Hoje, a empresa tem, aproximadamente, 600 colaboradores diretos e, em 2015, vendeu o equivalente a R$ 1,3 bilhão em combustíveis. A Diretoria-Executiva é composta por Thiago e duas primas.
Para a coordenadora do curso de Administração da Unime Salvador, Bárbara Cabral, é fundamental que a pessoa tenha afinidade com o objetivo e os produtos ofertados pela empresa. “Às vezes, a pessoa herda um negócio familiar, mas não possui identificação alguma com ele. É preciso ter afinidade com a área em que se pretende investir. Se você não amar o que faz, ele não vai para a frente”, afirma.
UniversidadePresidente da Federação Bahiana das Empresas Juniores (UNIJr-BA), Bruna Miranda representa mais de 27 empresas do estado, desenvolvendo projetos que incluem orçamento, contratação, administração e capacitação. Estudante de Psicologia, ela começou a se aproximar do empreendedorismo em 2013, ainda no início da faculdade, quando ingressou na empresa júnior do seu curso.
“As empresas juniores nasceram exatamente por conta da falta de uma cultura empreendedora, desde o ensino básico até as leis que regulamentam tributos, por exemplo”, diz.
Segundo ela, o interesse dos jovens em empreender tem crescido a cada ano. O número de empresas geridas por estudantes universitários, comparado ao ano de 2008, aumentou de 200 para mil unidades em todo o Brasil.
*Colaborou Alessandra Oliveira, do Correio de Futuro
Mariana Sales* ()
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