por Gabriela Lara | Estadão Conteúdo
Foto: Divulgação / Rede
A ex-ministra Marina Silva (Rede) afirmou que as recentes revelações com base em gravações feitas pelo presidente da Transpetro Sérgio Machado mostram que PT e PMDB "convergem" no esforço de enfraquecer a Operação Lava Jato.
Em entrevista concedida nesta sexta-feira (27) na capital gaúcha, ela também voltou a defender a cassação da chapa da presidente da República afastada, Dilma Rousseff, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por entender que há elementos trazidos pela própria Lava Jato que indicam que a eleição de 2014 "foi fraudada" pelo uso de dinheiro oriundo do esquema de corrupção em contratos da Petrobrás.
Embora defenda novas eleições, Marina disse que "ainda não sabe" se concorrerá à Presidência pela terceira vez. "As revelações feitas de conversas de parte da cúpula do PT e agora de parte da cúpula do PMDB demonstram que qualquer pessoa que tenha conhecimento mínimo do que está ocorrendo da política brasileira sabe que o ponto em que eles (PT e PMDB) se encontram e convergem na mesma profundidade, na mesma proporção, é no arrefecimento da Lava Jato", disse.
De acordo com Marina, o impeachment não pode ser classificado como golpe porque está previsto na Constituição e porque, segundo ela, houve crime de responsabilidade cometido por Dilma. "Mais de R$ 60 bilhões foram usados em operações de crédito sem autorização do Congresso, sem que nós tivéssemos lastro necessário para essas operações", relatou.
Para a fundadora da Rede Sustentabilidade, no entanto, embora seja um processo legal o impeachment não alcança a finalidade desejada de "passar o Brasil a limpo", uma vez que mantém o PMDB no poder, na figura do agora presidente em exercício Michel Temer. "As cúpulas desses partidos indicaram juntas as diretorias da Petrobrás. Havia uma coordenação para a distribuição dos recursos da propina, e esses segmentos estavam operando politicamente para o enfraquecimento da Lava Jato", defendeu.
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