Suelen GonçalvesDo G1 AM
O superintendente da Polícia Federal no Amazonas (PF-AM), Marcelo Rezende, falou nesta quinta-feira (9) sobre a segunda fase da operação "La Muralla", que teve como alvo advogados, o juiz Luiz Carlos Valois, a desembargadora Encarnação das Graças Salgado e servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). Os alvos são suspeitos de integrar um esquema para beneficiar traficantes de uma facção criminosa que atua no Estado. O caso corre em segredo de justiça no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
"As informações obtida durante a investigação da La Muralla já contavam a existência de um esquema de negociações judiciárias para favorecer integrantes da facção criminosa. Como pessoas supostamente envolvidas possuem prerrogativa especial para investigação no STJ, essas informações foram encaminhadas para o Superior Tribunal de Justiça, e lá foi instaurado o inquérito judicial, e agora a polícia está cumprindo cautelar expedidas pelo STJ para a aprofundamento dessas investigações", relata Rezende.
Durante as investigações, a PF captou mensagens e diálogos evidenciando a suposta participação dos membros do judiciário no esquema.
saiba mais
Mesmo que apenas a desembargadora tenha o foro privilegiado, o entendimento da investigação é que havia uma relação entre as denúncias, e por isso advogados, servidores e o juiz passaram a ser de competência do STJ.
"Dois magistrados, dois servidores [do TJ-AM] e quatro advogados foram convidados a prestar esclarecimento sobre o caso. A maioria aceitou. Alguns invocaram o direito de não falar, mas a maioria dos convidados aceitou o convite. A ação ainda está em curso, os magistrados têm prerrogativa e a informação que tive é que eles estariam dispostos a contribuir.", afirma o superintendente.
Apreensões
Durante a manhã, 100 policiais federais se dividiram para apreender arquivos e documentos que possam comprovar a ligação dos alvos no esquema investigado. Residências, gabinetes e até uma locadora de carros foram visitados pelos policiais. Todo o material apreendido foi levado para a sede da Polícia Federal, no bairro Dom Pedro, e após analisados, serão encaminhados ao STJ.
Apreensões
Durante a manhã, 100 policiais federais se dividiram para apreender arquivos e documentos que possam comprovar a ligação dos alvos no esquema investigado. Residências, gabinetes e até uma locadora de carros foram visitados pelos policiais. Todo o material apreendido foi levado para a sede da Polícia Federal, no bairro Dom Pedro, e após analisados, serão encaminhados ao STJ.
Tanto a desembargadora quanto o juiz continuam no exercício de suas funções, pois não há provas que os liguem ao esquema investigado pela Polícia Federal. Caso provas sejam encontradas, o STJ pode pedir o afastamento dos magistrados.
"La Muralla"
No dia 20 de novembro de 2015, em ação coordenada, cerca de 400 policiais federais, 300 policiais militares do Batalhão de Choque e do Grupo Fera da Polícia Civil do Estado do Amazonas cumpriram 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, sete buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPFs e CNPJs ligados a integrantes da organização criminosa, todos determinados pela Justiça Federal no Amazonas
No dia 20 de novembro de 2015, em ação coordenada, cerca de 400 policiais federais, 300 policiais militares do Batalhão de Choque e do Grupo Fera da Polícia Civil do Estado do Amazonas cumpriram 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, sete buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPFs e CNPJs ligados a integrantes da organização criminosa, todos determinados pela Justiça Federal no Amazonas
A operação teve o objetivo de desarticular uma facção criminosa que atuava dentro do sistema prisional do estado. Além do crime de tráfico de armas, a organização criminosa é suspeita de praticar lavagem de dinheiro, evasão de divisas, roubo, homicídios, sequestro, tortura e corrupção de agentes públicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário