O empresário Joesley Batista afirmou em depoimento de delação premiada que ouviu em conversa com Michel Temer que o presidente poderia "ajudar" o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) junto a dois ministos do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o empresário, na conversa que teve com Temer - e que foi gravada por ele -, o presidente disse que poderia auxilia Cunha com "um ou dois" ministros da Corte.
"Ele me fez um comentário curioso que foi o seguinte: 'Eduardo quer que eu ajude ele no Supremo poxa. Eu posso ajudar com um ou dois, com 11 não dá'. Também fiquei calado, ouvindo. Não sei como o presidente poderia ajudá-lo", afirmou Batista.
Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República respondeu: "O presidente diz na gravação que não ajudou. Basta ouvir".
Posteriormente, a assessoria divulgou a seguinte nota: "No diálogo com Joesley Batista, o presidente Michel Temer diz que nada fez pelo ex-deputado Eduardo Cunha. Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça. Michel Temer não recebeu valores, a não ser os permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Portanto, não tem envolvimento em nenhum tipo de crime."
No relato feito por Joesley à PGR, ele não fala sobre quais ministros o presidente se referiu na conversa, nem dá mais detalhes sobre a que tipo de ajuda Temer se referia.
Em ofício enviado nesta quinta-feira (18) ao Supremo, no qual pediu acesso ao conteúdo da gravação, o presidente afirmou ter sido alvo de "interceptação ilícita" por parte de Joesley Batista.
Em um pronunciamento no Palácio do Planalto, também nesta quinta, no qual disse que não renunciará à Presidência da República, Temer disse que a gravação era "clandestina".
Por G1 e TV Globo, Brasília
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