O Bitcoin é a maior inovação tecnológica desde a internet e ao terminar a leitura deste artigo, você perceberá que isso não é um exagero. Controvérsias envolvendo esquemas de pirâmides – mais notadamente o colapso da Telexfree em julho de 2013 -, além de inúmeras bolhas financeiras recentes, acabaram contaminando o debate público, causando uma desconfiança natural das criptomoedas. Atualmente, há cerca de 1.040 criptomoedas, sendo as mais famosas o próprio Bitcoin, a Ethereum, o Bitcoin Cash, a Ripple e a Dash. Recentemente, o Banco Central brasileiro emitiu nota técnica alertando para os riscos da atividade.
Entender Bitcoin não é fácil, e essa dificuldade é inerente às tecnologias disruptivas e que rompem paradigmas. Jamie Dimon, presidente executivo do JPMorgan Chase, por exemplo, disse que trata-se de uma fraude. Alguns especialistas afirmam que a reação negativa de muitas organizações à nova tecnologia é previsível, pois, diante desse cenário, as instituições tradicionais passam a precisar sair de sua zona de conforto e reagem com ressalvas. O fato do próprio JPMorgan ter adquirido o ativo dias depois corrobora essa análise.
Em 2008, Satoshi Nakamoto reinventou a forma como realizamos transações financeiras por meio de um código de computador, introduzindo ao mundo a primeira criptomoeda – o Bitcoin. Ele foi lançado em um white paper num fórum aberto de forma despretensiosa: “aqui está uma nova moeda e um sistema de pagamento, usem se quiserem”. Estruturada com base em criptografia, o Bitcoin possui uma rede descentralizada e conta com auditoria contínua, o que é possível graças a desenvolvedores pagos, que realizam um serviço de verificação das transações realizadas na rede Bitcoin.
Em linhas gerais, é uma forma de dinheiro digital que não é emitida por nenhum governo ou autoridade central, como uma empresa. Seu valor é determinado pelos indivíduos de mercado, tendo como características negociações online, rápidas, baratas e seguras.
A tecnologia é tão inovadora que há intensos debates para classificar o Bitcoin como moeda, ativo ou uma commodity. Isso visto que, juridicamente, não pode ser considerado uma moeda. Adeodato Netto, especialista em Mercado de Capitais pela DePaul University em Chicago e Estrategista-Chefe da Eleven Financial Research, por exemplo, considera que “o aspecto transacional e de circulação até agora não tem comportamento minimamente similar ao de uma moeda”, enxergando “mais como um serviço”. Ademais, a maioria das classes de ativos é correlacionada ao desempenho de outros mercados e isso não ocorre com o Bitcoin, que por sua vez carrega características de commodities, mas invisível, pois pela primeira vez há reprodução de escassez no mundo digital. Além disso, o Bitcoin não deve ser visto como uma aplicação, pois não há rendimentos atrelados a ele, sendo que a unidade de bitcoin é exposta à variação de preço dele.
A despeito disso e da desconfiança, nos últimos dias a moeda atingiu sua máxima histórica, ultrapassando 10 mil dólares, uma valorização superior a 900% no ano. Isso provocou a pesquisa do termo como nunca pelos brasileiros. Por isso, listamos abaixo seis coisas que você precisa saber para ficar por dentro dessa verdadeira revolução.
Luan Sperandio
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