Há mais de uma década a empresa brasileira dos Correios entrou em decadência. Vem perdendo credibilidade desde 2005, ano em que começou a mergulhar em escândalos, entre os quais as acusações de superfaturamento e de negociação de propina.
Assim como a Petrobrás, os Correios gozavam de grande respeito pela excelência na prestação de serviços. Os usuários tinham certeza que seus carnês, boletos bancários, correspondências e outras encomendas chegariam a seus lares com regularidade.
Hoje, está muito difícil receber uma fatura antes da data de vencimento. E ainda, a presença de carteiros circulando nas ruas dos bairros fazendo entregas está cada dia mais escassa.
E não é necessário ser pesquisador para constatar que a empresa não acompanhou o crescimento das cidades. Manteve-se com a mesma estrutura e quadro de pessoal. Por causa disso, milhares de moradores acabam sendo privado dos serviços postais.
Em dezenas de bairros de Cuiabá e Várzea Grande, muitos existem há 10, 15 ou mais anos, as correspondências não chegam às residências.
O Eldorado, Doutor Fábio e Novo Paraíso II, os três em Cuiabá, na região da Grande Morada da Serra, estão nessa lista. E se está assim aqui, na região metropolitana, o que dizer de municípios menores e mais distantes.
Não é de hoje que os trabalhadores dos Correios vêm fazendo greves e mobilizações para denunciar a precarização das condições de trabalho e dos salários. Assim como a falta de concurso para substituir os funcionários que se aposentam e atender os novos bairros.
Esta semana a crise dos Correios alcançou dimensões inimagináveis. Os funcionários do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas, localizado no bairro Cristo Rei, aonde chegam e são selecionadas encomendas da Grande Cuiabá, estão em greve.
Eles pararam os serviços porque um colega de trabalho morreu com a chamada “doença do pombo”, uma infecção supostamente causada por fungos encontrados nas fezes da ave. O prédio dessa unidade está infestado de pombos.
A situação é tão grave que a Justiça do Trabalho em Mato Grosso determinou o fechamento imediato do prédio até que medidas sejam adotadas no sentido fazer cessar a infestação
Nós, que pagamos impostos sobre impostos e, claros, pelos serviços que utilizamos, como o dos Correios, mais uma vez ficaram “a ver navio”, ou seja, frustrados por não obter o que esperávamos.
ALECY ALVES é repórter
alecy.pa@gmail.com
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