De olho no crescimento de suas bancadas na Câmara dos Deputados em 2018, dirigentes de partidos na Bahia já trabalham no planejamento das estratégias eleitorais e buscam candidatos potenciais para concorrer às vagas no Congresso. Além dos atuais parlamentares, a lista de apostas das legendas para a disputa conta com caras novas que vão desde ex-prefeitos, ex-deputados e vereadores até aqueles que nunca concorreram a cargos eletivos, como empresários, integrantes de movimentos sociais e herdeiros políticos.
O CORREIO levantou, junto a caciques de 15 partidos, uma lista com pelo menos 40 postulantes considerados fortes para abocanhar cadeiras na Câmara. O levantamento não leva em consideração os parlamentares que já exercem mandato no Congresso.
Entre as caras novas está o empresário Teobaldo Costa, dono do grupo Atakarejo, uma das apostas do PSDB para a eleição. Com base eleitoral em Lauro de Freitas, Teobaldo foi um dos principais aliados do candidato a prefeito Mateus Reis (PSDB), derrotado pela atual prefeita Moema Gramacho (PT). Contudo, o tucano conseguiu votação considerada surpreendente (34 mil votos). Além dele, um dos deputados estaduais da legenda deve tentar subir mais um degrau e chegar ao Congresso. O nome mais forte no momento é o de Adolfo Viana, que está na segunda legislatura na Assembleia.
Já o PT tem como carta na manga Elisângela Araújo, integrante da Federação Nacional do Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf). Ela já foi candidata na eleição passada e conseguiu 31,5 mil votos. Ligada também à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Elisângela é considerada uma das apostas para 2018. Quem também deve concorrer a uma vaga no Congresso pela legenda é o secretário estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins. Candidato a prefeito em Candeias em 2016, Martins foi também secretário de Desenvolvimento Urbano e acompanhou, entre outras intervenções, as obras do metrô. O PT deve colocar na disputa, ainda, o ex-prefeito de Serrinha Osni Cardoso. Para o Senado, o partido planeja lançar o ex-governador Jaques Wagner.
Outro ex-gestor do interior com nome no tabuleiro é Isaac Cavalcante de Carvalho (PCdoB), que administrou Juazeiro por dois mandatos. A sigla cogita, inclusive, colocá-lo na disputa pelo Senado caso consiga viabilizar um lugar na majoritária ao lado do governador Rui Costa (PT), possibilidade considerada pequena por aliados.
O PSD, por sua fez, aposta no nome de Otto Alencar Filho, presidente da Desenbahia para a disputa. Filho do senador Otto Alencar, presidente da sigla no estado, ele nunca concorreu a um cargo eletivo. A ex-prefeita de Barreiras Jusmari Oliveira também pode disputar uma vaga na Câmara. Já o ex-presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Nilo, por sua vez, pode trocar o PSL pelo PR para viabilzar sua candidatura a deputado federal.
Forasteiros
O DEM tenta atrair pessoas de fora do campo político, como professores e empresários, para que sejam candidatos. Dirigentes ouvidos pelo CORREIO, no entanto, preferem não revelar nomes para não “entregar de mão beijada” a outros partidos. O mesmo argumento é usado por caciques do Podemos, que pretende trazer para a disputa pessoas ligadas à juventude, causa animal e cultura. O PTB é outro que negocia a filiação de um professor universitário e um empresário para tentar uma vaga na Câmara.
O DEM tenta atrair pessoas de fora do campo político, como professores e empresários, para que sejam candidatos. Dirigentes ouvidos pelo CORREIO, no entanto, preferem não revelar nomes para não “entregar de mão beijada” a outros partidos. O mesmo argumento é usado por caciques do Podemos, que pretende trazer para a disputa pessoas ligadas à juventude, causa animal e cultura. O PTB é outro que negocia a filiação de um professor universitário e um empresário para tentar uma vaga na Câmara.
Neste partido, o ex-deputado Severiano Alves é dado como certo na batalha eleitoral. Ele, inclusive, trocou recentemente o PDT pelo PTB por descontentamento com a direção da legenda anterior e visando viabilizar seu nome na disputa eleitoral. O Podemos, além dos novatos na política, cogita colocar na batalha eleitoral pelo Congreso o ex-prefeito de Irecê Luizinho Sobral, o apresentador Uziel Bueno e o ex-deputado estadual Filadelfo Neto. O DEM, por sua vez, pode ter um de seus deputados estaduais buscando uma vaga no Congresso. O mais comentado é Pablo Barrozo, vice-líder da minoria na Assembleia.
O ex-prefeito de Xique-Xique Lula Magalhães e os candidatos derrotados em Itabuna e Ilhéus, Antônio Mangabeira e Cosme Araújo, respectivamente, são considerados fortes do PDT para pleitear uma cadeira na Câmara. O partido tenta atrair também personalidades que estão fora do mundo político. Outro ex-prefeito que pode pintar no certame é Balbino Mota (PV), derrotado na disputa pela reeleição em Presidente Tancredo Neves no ano passado. O partido aposta, ainda, em Ivanilson Gomes, ex-presidente do partido, e Sérgio Carneiro, ex-deputado federal, para a disputa.
Os ex-prefeitos Carles Fernandes, de Guanambi, e Zé Barreira, de Caetité, são caras novas do PSB para a eleição. O primeiro secretário do partido, Rodrigo Hita, também tem o nome colocado na disputa, assim como o vereador de Salvador Silvio Humberto e a ex-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) Maria Quitéria. Os dois últimos, contudo, são mais prováveis na corrida por uma cadeira na Assembleia. Pelo Solidariedade, outro vereador de Salvador, Geraldo Júnior - que está licenciado para execer a função de secretário municipal - é uma aposta. O presidente da sigla na Bahia, Luciano Araújo, também tem o nome cigitado.
Religiosos
A corrida por vagas no Congresso deve, ainda, trazer nomes ligados a instituições religiosas, em especial pastores de igrejas evangélicas. É o caso dos pastores Ivan (PSC) e Abílio Santana (PHS). Candidato a prefeito derrotado em Barreiras, Marcos Pires é mais um que deve concorrer pelo PSC, que tem como aposta o deputado estadual Heber Santana. Eleito vereador de Salvador em 2016, Heber assumiu a cadeira deixada por Vando (prefeito de Monte Santo) na Assembleia e, agora, pode subir mais um degrau na briga pelo Congresso.
A corrida por vagas no Congresso deve, ainda, trazer nomes ligados a instituições religiosas, em especial pastores de igrejas evangélicas. É o caso dos pastores Ivan (PSC) e Abílio Santana (PHS). Candidato a prefeito derrotado em Barreiras, Marcos Pires é mais um que deve concorrer pelo PSC, que tem como aposta o deputado estadual Heber Santana. Eleito vereador de Salvador em 2016, Heber assumiu a cadeira deixada por Vando (prefeito de Monte Santo) na Assembleia e, agora, pode subir mais um degrau na briga pelo Congresso.
Outro nome dado como certo na disputa é o do vereador cantor Igor Kannário, uma das apostas do PHS para fazer pelo menos um deputado federal pela Bahia - hoje a legenda não tem nenhum. O presidente da Câmara de Feira de Santana, Reinaldo Miranda, popularmente conhecido como Ronny, e o deputado estadual Sidelvan Nóbrega (PRB) são, também, cogitados pelo PHS. Este último, pelo que se comenta nos bastidores, está de saída do PRB e procura uma legenda para a disputa do próximo ano, seja a candidato estadual ou federal.
O PRB, ligado à Igreja Universal, tem como cara nova o chefe de gabinete da prefeitura de Salvador, João Roma, que já anunciou o desejo de disputar um lugar na Câmara dos Deputados. O CORREIO procurou, ainda, dirigentes do PMDB, PPS e PP, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Salários
Cada deputado federal recebe pouco mais de R$ 33 mil e conta com quase R$ 102 mil de verba de gabinete para ser usada, entre outros, na contratação de assessores. Já os senadores recebem R$ 33,7 mil, além do valor para gabinete, similar aos deputados. Em comparação, por exemplo, os vereadores da capital baiana recebem cerca de R$ 15 mil de salário, além de contarem com R$ 72 mil de verba de gabinete. Os deputados estaduais baianos, por sua vez, ganham R$ 25 mil de salários e têm disponíveis R$ 92 mil para gastos com o mandato.
Cada deputado federal recebe pouco mais de R$ 33 mil e conta com quase R$ 102 mil de verba de gabinete para ser usada, entre outros, na contratação de assessores. Já os senadores recebem R$ 33,7 mil, além do valor para gabinete, similar aos deputados. Em comparação, por exemplo, os vereadores da capital baiana recebem cerca de R$ 15 mil de salário, além de contarem com R$ 72 mil de verba de gabinete. Os deputados estaduais baianos, por sua vez, ganham R$ 25 mil de salários e têm disponíveis R$ 92 mil para gastos com o mandato.
Os presidentes de partidos são cautelosos ao falar do planejamento para 2018 antes da reforma política, em discussão no Congresso. Eles argumentam que as possíveis mudanças podem alterar o quadro e, inclusive, inviabilizar candidaturas dos novos postulantes.
Caso o chamado “distritão” seja aprovado, por exemplo, aqueles que já têm mandato ficam em vantagem, pois prevê que apenas os mais votados sejam eleitos. Ou seja, acaba com os chamados “puxadores de voto”, que ajudam a eleger candidatos com menor votação.
“É preciso aguardar as mudanças que serão feitas, e se serão feitas, para seguir com o planejamento para 2018”, avalia Félix Mendonça Junior, presidente do PDT. O deputado federal João Gualberto, que preside o PSDB na Bahia, compartilha da opinião. “A reforma é o que vai nortear tudo”.
Dirigentes aguardam reforma
Nos bastidores do Congresso, parlamentares ouvidos pelo CORREIO acreditam que o distritão deve ser aprovado, pois é visto como forma de conseguirem a reeleição e, consequentemente, manterem o foro privilegiado diante do descrédito da classe política causado pelos escândalos de corrupção evidenciados pela Operação Lava Jato. Por outro lado, os deputados acreditam que a lista fechada não deve passar na reforma. Pela proposta, os caciques dos partidos definem uma ordem de preferência de candidatos, e o eleitor vota na legenda. A reforma deve ser uma das principais pautas do Congresso após o recesso. Os parlamentares devem correr contra o tempo para aprovar as possíveis mudanças até setembro, prazo para que elas possam vigorar em 2018.
Nos bastidores do Congresso, parlamentares ouvidos pelo CORREIO acreditam que o distritão deve ser aprovado, pois é visto como forma de conseguirem a reeleição e, consequentemente, manterem o foro privilegiado diante do descrédito da classe política causado pelos escândalos de corrupção evidenciados pela Operação Lava Jato. Por outro lado, os deputados acreditam que a lista fechada não deve passar na reforma. Pela proposta, os caciques dos partidos definem uma ordem de preferência de candidatos, e o eleitor vota na legenda. A reforma deve ser uma das principais pautas do Congresso após o recesso. Os parlamentares devem correr contra o tempo para aprovar as possíveis mudanças até setembro, prazo para que elas possam vigorar em 2018.
“Se o distritão passar, só vai arriscar quem tiver bala na agulha para concorrer”, diz Eliel Santana, presidente do PSC. O senador Otto Alencar, que preside do PSD, vai além e leva em conta também a “crise muito profunda” no Brasil. “Vive-se um momento de muita expectativa do que será feito, não apenas sobre a reforma política”, diz, revelando que definições quanto à estratégia eleitoral devem ficar para 2018.
Os cenários de possíveis mudanças na legislação eleitoral já serão considerados no planejamento do PT para 2018. “O partido está montando uma comissão para pensar em estratégias em todos os cenários e, assim, definir quais os melhores caminhos a serem seguidos”, disse o presidente estadual da sigla, Everaldo Anunciação.
Cientista político aposta em grande renovação
O cientista político Joviniano Neto acredita que a renovação no Congresso nas eleições de 2018 deve ser maior do que em 2014, quando 43,7% dos deputados não conseguiram reeleição. “A última eleição teve um índice grande, mas os parlamentares eleitos seguiam a mesma linha dos que não conseguiram a reeleição. Em 2018, com essa polarização na política, é possível que fique claro que não basta votar em presidente, mas também em deputados da mesma linha”, explica.
O cientista político Joviniano Neto acredita que a renovação no Congresso nas eleições de 2018 deve ser maior do que em 2014, quando 43,7% dos deputados não conseguiram reeleição. “A última eleição teve um índice grande, mas os parlamentares eleitos seguiam a mesma linha dos que não conseguiram a reeleição. Em 2018, com essa polarização na política, é possível que fique claro que não basta votar em presidente, mas também em deputados da mesma linha”, explica.
Para ele, caso o distritão seja aprovado, haverá maior dificuldade para os novos candidatos. “Praticamente vai acabar com os partidos, porque cada um vai fazer sua campanha. Vai ter menos candidatos, uma personalização maior das candidaturas”, pondera. Joviniano defende, ainda, que haverá maior convergência entre os votos para presidente e deputados e senadores.
CORREIO DA BAHIA
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