De acordo com o relatório “O retrato da qualidade da água nas bacias da Mata Atlântica”, que a Fundação SOS Mata Atlântica divulgou na última sexta-feira, 22, a lama da Usina do Córrego do Feijão, que se rompeu no dia 25 de janeiro, em Brumadinho, chegou ao São Francisco e já está causando contaminação. Em Sergipe, a Companhia de Saneamento (Deso) tem monitorado de perto a situação no Velho Chico e afirmou que não há possibilidade de contaminação da parte do rio que passa pelo Estado.
A ONG monitorou 12 trechos do rio Paraopeba, entre os reservatórios das usinas de Retiro Baixo e Três Marias, onde o Paraopeba deságua no São Francisco. De acordo com a fundação, a água está imprópria para consumo humano. O estudo levou em consideração a cor da água, que estaria de duas a seis vezes mais escura que o máximo permitido pelas leis ambientais brasileiras. As concentrações de minérios, como ferro, manganês, cromo e cobre também estavam acima dos limites máximos permitidos.
Segundo o superintendente de Recursos Hídricos do Governo de Sergipe, Ailton Rocha, é preciso muita cautela com estes informes, pois não partem de nenhum órgão oficial. “Muito embora os informes oficiais talvez não expressem a real situação. Como a notícia vem de veículo de comunicação em massa e os mesmos tendem a maximizar as tragédias, acho prudente confirmar a informação. Com base em fontes alternativas e independentes e também extraoficiais, afirmo que a notícia da contaminação à jusante da usina de retiro baixo ainda não foi comprovada”, disse.
A Deso informou ao JORNAL DA CIDADE que o monitoramento é feito com base na portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. Questionado se há possibilidade de contaminação, a informação passada foi a de que “a priori não. Consultamos diariamente os boletins atualizados dos órgãos oficiais: Agência Nacional de Águas (ANA), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) e verificamos as informações divulgadas para que possamos ter segurança de que não há possibilidade de contaminação”, informou.
Por Grecy Andrade/ JC
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