por Daniel Avelar | Folhapress
Foto: Reprodução / NBC Chicago
A Ucrânia irá às urnas neste domingo (21) para escolher seu futuro líder. O favorito para vencer a eleição é Volodimir Zelenski, um comediante conhecido por interpretar justamente o papel de presidente do país em uma série televisiva.
Zelenski, 41, recebeu cerca de 30% dos votos no primeiro turno três semanas atrás –quase o dobro do atual presidente, Petro Porochenko, que busca a reeleição. Pesquisas de opinião indicam que o comediante vencerá o segundo turno com folga.
Entenda as eleições na Ucrânia:
1. Nestas eleições, a vida imita a arte
Zelenski construiu sua carreira fazendo piadas sobre políticos e ganhou fama graças à série “Servo do Povo”, disponível na Netflix. No programa, ele dá vida a Vasyl Petrovych Holoborodko, um professor de ensino médio que acaba virando o presidente do país do Leste Europeu após um vídeo em que ele aparece reclamando da corrupção viralizar.
No ano passado, o comediante registrou um partido político com o mesmo nome do seriado. Desde que anunciou sua candidatura à Presidência, em janeiro, Zelenski tem ganhado apoio expressivo da população, desbancando figuras tradicionais da política como Porochenko e a ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko.
Novato na política fora das telas, Zelenski parece surfar em uma onda de descontentamento popular após anos de crise econômica e sucessivos escândalos de corrupção. Apenas 9% dos ucranianos declaram ter confiança no governo do país, de acordo com pesquisas recentes.
2. Ninguém sabe ao certo quais são as ideias de Zelenski
Fenômeno na televisão e nas redes sociais, Zelenski se ausentou dos espaços tradicionais de campanha. Ele evitou fazer comícios e participar de debates com os demais candidatos, de modo que suas principais ideias e propostas permanecem uma incógnita.
Por um lado, o comediante se opõe às principais forças políticas do país, prometendo aumentar os salários e acabar com a corrupção. Mas ele também parece ser alinhado a Porochenko, no poder há cinco anos, no que diz respeito ao apoio às instituições de poder do Ocidente, como a Otan (aliança militar ocidental) e a União Europeia.
Críticos de Zelenski o acusam de ser financiado por Igor Kolomoiski, um banqueiro bilionário rival Porochenko e dono do canal de TV que exibia a série “Servo do Povo”. O humorista nega ter relações com o empresário.
3. Conflito com a Rússia prejudicou a economia
Parte da insatisfação popular na Ucrânia é um reflexo da situação precária da economia do país desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em março de 2014. A parcela da população vivendo na pobreza quase dobrou no período, chegando a 30% em 2018.
O conflito teve início após uma série de protestos derrubar o então presidente, Viktor Yanukovych, que era alinhado ao governo de Moscou. Em resposta, o líder russo, Vladimir Putin, invadiu a Crimeia e deu apoio a grupos separatistas no leste da Ucrânia –mais de 10 mil pessoas morreram na guerra civil, que segue congelada.
A provável vitória de Zelenski nas eleições presidenciais não deverá mudar o status quo do conflito com a Rússia, e alguns críticos veem no comediante uma presa fácil para Putin. Também é incerto se o comediante conseguirá resolver os problemas da população ou se acabará tragado pela onda de insatisfação, como os demais políticos da Ucrânia.
Zelenski, 41, recebeu cerca de 30% dos votos no primeiro turno três semanas atrás –quase o dobro do atual presidente, Petro Porochenko, que busca a reeleição. Pesquisas de opinião indicam que o comediante vencerá o segundo turno com folga.
Entenda as eleições na Ucrânia:
1. Nestas eleições, a vida imita a arte
Zelenski construiu sua carreira fazendo piadas sobre políticos e ganhou fama graças à série “Servo do Povo”, disponível na Netflix. No programa, ele dá vida a Vasyl Petrovych Holoborodko, um professor de ensino médio que acaba virando o presidente do país do Leste Europeu após um vídeo em que ele aparece reclamando da corrupção viralizar.
No ano passado, o comediante registrou um partido político com o mesmo nome do seriado. Desde que anunciou sua candidatura à Presidência, em janeiro, Zelenski tem ganhado apoio expressivo da população, desbancando figuras tradicionais da política como Porochenko e a ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko.
Novato na política fora das telas, Zelenski parece surfar em uma onda de descontentamento popular após anos de crise econômica e sucessivos escândalos de corrupção. Apenas 9% dos ucranianos declaram ter confiança no governo do país, de acordo com pesquisas recentes.
2. Ninguém sabe ao certo quais são as ideias de Zelenski
Fenômeno na televisão e nas redes sociais, Zelenski se ausentou dos espaços tradicionais de campanha. Ele evitou fazer comícios e participar de debates com os demais candidatos, de modo que suas principais ideias e propostas permanecem uma incógnita.
Por um lado, o comediante se opõe às principais forças políticas do país, prometendo aumentar os salários e acabar com a corrupção. Mas ele também parece ser alinhado a Porochenko, no poder há cinco anos, no que diz respeito ao apoio às instituições de poder do Ocidente, como a Otan (aliança militar ocidental) e a União Europeia.
Críticos de Zelenski o acusam de ser financiado por Igor Kolomoiski, um banqueiro bilionário rival Porochenko e dono do canal de TV que exibia a série “Servo do Povo”. O humorista nega ter relações com o empresário.
3. Conflito com a Rússia prejudicou a economia
Parte da insatisfação popular na Ucrânia é um reflexo da situação precária da economia do país desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em março de 2014. A parcela da população vivendo na pobreza quase dobrou no período, chegando a 30% em 2018.
O conflito teve início após uma série de protestos derrubar o então presidente, Viktor Yanukovych, que era alinhado ao governo de Moscou. Em resposta, o líder russo, Vladimir Putin, invadiu a Crimeia e deu apoio a grupos separatistas no leste da Ucrânia –mais de 10 mil pessoas morreram na guerra civil, que segue congelada.
A provável vitória de Zelenski nas eleições presidenciais não deverá mudar o status quo do conflito com a Rússia, e alguns críticos veem no comediante uma presa fácil para Putin. Também é incerto se o comediante conseguirá resolver os problemas da população ou se acabará tragado pela onda de insatisfação, como os demais políticos da Ucrânia.
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