por Matheus Caldas / Gabriel Rios
Foto: Matheus Caldas / Bahia Notícias
O baiano Marcius Pirôpo se tornou campeão mundial de karatê no último fim de semana. A competição foi realizada em Montecatini terme, na Itália, e o baiano lutou contra seis países na categoria Kata. Estados Unidos, Alemanha, Ucrânia, Espanha, Suíça e a anfitriã Itália também participaram.
Apesar do excelente resultado, não foi fácil para o baiano ir para a Itália. O campeão mundial lamentou a falta de apoio para os atletas brasileiros, e lembrou o fato do governo Bolsonaro ter extinguido o Ministério do Esporte.
"Fizemos rifa para viajar, já que o governo federal acabou com o Ministério do Esporte. Como sou bicampeão brasileiro representando Santo Antônio de Jesus, sou cidadão santoantoniense, a prefeitura não tinha licitação, mas o prefeito me deu uma ajuda do bolso dele, como amigo. A cidade de Muniz Ferreira também me adotou, e o prefeito e a presidente da Câmara também ajudaram", explicou Pirôpo ao Bahia Notícias.
Além do título mundial, o baiano ficou com o vice-campeonato na categoria Kumite em luta, ficando à frente de EUA, Espanha, Ucrânia, Alemanha e Suíça.
Ele também levou Nathan Andrade, que competiu na categoria especial e ficou com a prata, vencendo 10 países. O baiano é portador de síndrome de down. O detalhe é que a mãe do garoto teve que custear tudo, já que não houve nenhum apoio.
Pirôpo ainda revelou que o retorno a Salvador foi turbulento. Eles viajaram na última terça-feira (26), mas o avião não conseguiu aterrissar no aeroporto da capital baiana, por conta da forte chuva que caiu durante todo o dia e do problema na iluminação, que também impediu que o Atlético-MG pousasse (relembre aqui).
"O avião saiu de Roma, fez conexão em Madri. Saindo da capital espanhola, são cerca de oito horas para Salvador, aí Salvador estava um caos, o aeroporto todo escuro, o piloto avisou que o avião ia rodar Salvador até a torre liberar a aterrissagem. Fui ao banheiro e o comissário estava meio nervoso, ele acabou me confessando que o avião estava com pouco combustível, entrei em pânico, mas como atleta, consegui manter a calma naquele momento e não contei para ninguém da tripulação. Quando o piloto avisou que ia para Recife, todos ficaram apreensivos, pois o piloto passou a repetir os procedimentos de segurança, e isso não é normal. Isso assustou muito as pessoas. Quando foi descer em Recife, ele teve que arremeter. Quando ele aterrissou, todos aplaudiram. Nos colocaram em um hotel e no dia seguinte retornamos a Salvador", contou.
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