O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso contundente na noite de ontem (04), reafirmando sua posição contra a chamada “ideologia de gênero” e defendendo a criminalização da mudança de sexo para crianças. A fala aconteceu em seu primeiro pronunciamento no Congresso após ser eleito para o segundo mandato.
Trump destacou que, durante sua gestão, proibiu que escolas públicas promovessem a “doutrinação” de crianças sobre identidade de gênero e que agora deseja uma lei federal que proíba qualquer tipo de transição de gênero para menores de idade.
“Eu proibi as escolas públicas de fazerem doutrinação das nossas crianças em reação à ideologia de gênero, (…) e agora quero que o Congresso aprove uma lei para criminalizar mudança de sexo em crianças, impedindo essa mentira de que qualquer criança nasceu no corpo errado. Vamos parar com essa mentira.”
O presidente argumentou que a mensagem que o governo deve passar às crianças norte-americanas é que elas são “perfeitas exatamente como Deus as fez”, reforçando sua posição conservadora e alinhada à base religiosa que o apoia.
“Vamos acabar com essa conscientização ‘woke’. Acabou, e vamos nos sentir muito melhores sem isso”, declarou.
Impactos e reação política
A declaração de Trump gerou forte repercussão, especialmente entre parlamentares republicanos e democratas. Aliados conservadores aplaudiram a proposta e prometeram trabalhar para que uma legislação sobre o tema seja votada ainda neste ano. Já membros do Partido Democrata e ativistas de direitos LGBTQIA+ classificaram a fala como um ataque direto à comunidade trans e prometeram resistência.
A possível criminalização de cirurgias e tratamentos hormonais para menores de idade já vem sendo debatida em diversos estados norte-americanos, com mais de 20 estados aprovando leis que restringem esse tipo de procedimento. No entanto, uma lei federal poderia impor um bloqueio definitivo à transição de gênero para crianças em todo o país.
Guerra cultural e estratégia política
A fala de Trump reforça seu compromisso com pautas anti-“woke”, um dos pilares de sua campanha e de seu governo. O termo “woke” é frequentemente usado por conservadores para criticar políticas progressistas e de diversidade.
Especialistas apontam que o discurso fortalece Trump entre eleitores evangélicos e conservadores, mas pode ampliar o desgaste com setores mais moderados da sociedade.
Com o Congresso dividido e a oposição democrata prometendo resistência, a proposta de Trump enfrentará um longo caminho legislativo até se tornar lei. Nos bastidores, a Casa Branca já articula apoio suficiente para garantir que a medida avance nas próximas semanas.
FONTES: Jornal de Sergipe / CNN / Gazeta do Povo