Rangel Alves da Costa*
Nos últimos dias, a cada nova pesquisa eleitoral para a presidência é publicada mais me sinto enojado, envergonhado, indignado em viver pisando no mesmo chão que estes eleitores cegos, surdos, vendidos, coniventes, passivos, manipulados, desavergonhados e analfabetos políticos.
Juro que não consigo acreditar que em pleno mundo da informação ainda existam pessoas que se omitem em enxergar e compreender a realidade. E deslavadamente optam por aceitar aquilo que de pior representa para o seu próprio destino e do país. É lamentável que a modernidade tenha esquecido a maioria do povo brasileiro na idade da pedra lascada e este continue aceitando ser ludibriado por esmolas políticas e assistencialismos com o direito do contribuinte, e disso fazendo um aviltante contentamento.
Como é difícil ter de reconhecer que ainda existe um povo tão mentalmente atrasado, tão agradecido pela subserviência, pela submissão e manipulação. Um povo que cala seu sofrimento porque recebe uma esmola, uma gente que não tem coragem de dizer não porque o governo lhe tapa a boca com fubá de milho. Um povo preguiçoso, medroso, que agora acostumou a negar o próprio país pela subserviência consentida.
Um povo que nega o país sim, que prejudica o desenvolvimento e o progresso da nação sim, pois é o seu voto absurdo, a sua escolha desavergonhada, numa presidente ditadora e num petismo lamacento, que faz com que as mudanças estanquem e a politicagem corrupta tenha continuidade. Não discriminando nem preconceituando ninguém, mas é a irresponsabilidade eleitoral desse povo que poderá manter o Brasil nesse estado deplorável que está.
O que dói, indigna, causa asco e repulsa, é também saber que todos os brasileiros, indistintamente, acabam sendo reféns dessa maioria de analfabetismo político exacerbado, de cegueira eleitoral absoluta e de irresponsabilidades sem limites. Por causa dessa classe que se diz abençoada porque recebe uma esmola aviltante, chama uma arrogante de mãe e um descarado de pai, é que a situação chegou ao perigoso estado de agora. E de difícil contorno, acaso o destino de todos continue nas mãos dessa maioria de eleitores submissos e preguiçosos.
Como fazer então, o que fazer para que este povo compreenda que o petismo é pai e mãe da corrupção, da improbidade, da desonra política? O que fazer para que este povo compreenda que esta Dilma que se apresenta como salvadora da pátria não é outra senão a mesma general que cuida de manter tudo e todos debaixo de suas ferraduras? Como fazer para que este povo desperte do estado latente de hipocrisia e assuma seu próprio destino, que vá trabalhar para viver honestamente e não precisar vender sua alma ao diabo vermelho? Como fazer para que este povo entenda que o país não pode continuar regredindo, envolto em mentiras de desenvolvimento, por causa de sua escolha irresponsável?
Serei eu mesmo ou outro qualquer que se sinta na mesma indignação, que acabe saindo pelos quatro cantos retirando a venda dos olhos dessas pessoas, expurgando a surdez de seus ouvidos para que vejam, ouçam e sintam a realidade desse Brasil. Serão forçados a ver como a real situação da saúde pública, da educação, do mercado de trabalho, da moradia, da segurança, das estradas. Ou será que também possuem a cara de pau de achar que vivem às mil maravilhas, que este é o país dos sonhos e sua governante é uma deusa em pessoa?
Infelizmente, no andar da carruagem, todos terão de pagar o preço pela escolha de uns. Quando a pesquisa Datafolha desta sexta-feira 26/09 diz que a candidata petista já está com 40% das intenções de votos e que já ultrapassou Marina Silva num possível segundo turno, então cada vez mais se comprova a sentença acertadamente proferida por De Gaule: O Brasil não é um país sério! E além de não ser sério possui eleitores covardes, passivos, extremamente irresponsáveis.
Como ter orgulho de brasileiro diante dessa vergonhosa situação, dessa campanha petista criminosa e desse aplauso ao absurdo agora dado pelo povo? Faz-me imaginar que todos aqueles que saíram às ruas em junho de 2013 agora votam em Dilma, bem assim os que a vaiaram nos estádios de futebol. E também as famílias que têm os seus morrendo nos corredores dos hospitais, os pais cujos filhos não têm escola, os desempregados e subempregados que vivem vendendo bugigangas pelas ruas, todos aqueles que são cotidianamente assaltados por falta de segurança.
É verdadeiramente um país de difícil definição. Mas o povo eleitor petista é de conceito induvidoso: uma ralé que pensa que é rica com uma esmola, um escravizado que abençoa seu algoz, aquele que sorri e aplaude enquanto a ditadora joga mais uma pá de terra sobre a sua cova. E morre sorridente e feliz pela certeza que ajudou a destruir o Brasil.
Poeta e cronista
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