Da manhã até o início da tarde de hoje (13) uma carga contendo urânio (produto tóxico e radioativo), assustou a população de Feira de Santana. A carga estava distribuída em 12 caminhões. O responsável pelo comboio, Edil Melo Brito, disse que a carga não oferecia riscos.
A EXPLICAÇÃO
“A Indústria Nuclear do Brasil possui uma mina de urânio em Caetité, no sudoeste da Bahia, onde a gente extrai o minério e o beneficia para que seja matéria prima do elemento combustível nuclear usado na usina de Angra dos Reis. Nós fazemos esse transporte em média quatro vezes por ano, até o porto de Salvador. O enriquecimento desse material é feito na França”.
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Edil |
“Geralmente, o material sai às cinco horas da manhã de Caetité e chega à noite em Salvador, para não concorrer com o trânsito urbano. Ontem à noite estávamos nessa operação de logística, quando fomos surpreendidos com a notícia de que o nosso navio não tinha autorização prévia da França. O material radioativo só se movimenta quando tem um acordo bilateral. Para sair da minha instalação, tenho que ter a certeza de que o outro vai receber. E a Comissão Nacional de Energia Nuclear é quem rege isso, mas o nosso transportador, lamentavelmente, não requereu a autorização para portar na França com quinze dias de antecedência, requeridos pelo ministério de meio ambiente da França. Aqui em Feira de Santana nós temos uma parada obrigatória técnica, que é para verificar as condições de segurança, como verificar os pneus e o motorista dar uma descansada para entrar mais razoável em Salvador”.
“Quando eu fui surpreendido com isso, abortei a operação de seguir. Eu tenho um plano de transporte que determina que, no caso de dificuldades, a gente procure uma base militar estadual, no caso a PM. A base mais próxima foi este batalhão, eu acionei a minha rede de comunicação, o coronel autorizou e nós nos instalamos aqui.
“Nós criamos uma área controlada e temos toda uma infraestrutura técnica para dar segurança e garantia da questão radiológica da carga. Temos aqui engenheiro de segurança fisionuclear, técnico de segurança do trabalho e técnico nuclear”.
Vamos retornar para Caetité, para instalações adequadas, para evitar qualquer transtorno para a população”, disse Edil Melo Brito.
Gleidson Santos