Diabão é procurado em Vilas do Atlântico
Olhos mecânicos e descarga elétrica. É assim que a professora de dança Anilda Moreira Ferreira, 46 anos, vai se proteger da onda de assaltos em Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas. Ontem, a moradora da Rua Praia de Paquetá instalou em casa um sistema de câmeras e cerca elétrica. O temor é por conta do assaltante Wilson Almada de Araújo, 32, o “Diabão”, que, só nessa rua, assaltou quatro casas este ano.
De acordo com o delegado Joelson Reis, titular da 23ª Delegacia (Lauro de Freitas), Diabão é responsável pela maioria dos casos de roubo e arrombamento registrados no bairro de classe média.
Depois de conseguir todas as informações sobre os moradores, o bandido costuma render as vítimas quando elas chegam ou saem de casa – quando estão desatentas. Dentro do imóvel, ele rouba objetos que possa transportar com facilidade, como notebooks, joias, dinheiro e celulares.
A casa de Anilda fica a poucos metros da praia. “Por estar perto da praia, não temos guarita e aqui na rua entra qualquer um. Estou aqui há cinco meses e, quando soube dos acontecidos, resolvi me proteger para não ser a próxima”, conta Anilda.
A casa dela, de dois andares, agora conta com uma câmera no muro, posicionada para a rua, e outras (ela não revela quantas, por medida de segurança) espalhadas por vários pontos do imóvel.
Além disso, o muro em volta da casa tem agora uma cerca elétrica. Por fim, sete cães também fazem a segurança dela, marido e empregada. “Os cachorros ficam soltos à noite e qualquer barulho eles nos acordam”, diz.
Assaltos
O medo de Anilda nasceu do pânico vivido pelos vizinhos, entre eles a corretora de imóveis Maria Aparecida Lima Azevedo, 48. No mês passado, Maria Aparecida teve o casal de filhos e a amiga da filha sob a mira da pistola de Diabão.
No dia, a amiga da filha estava na porta da casa dela, quando foi surpreendida. “Ela esperava milha filha. A porta estava encostada. Então, ele chegou, pegou ela e a obrigou a levá-lo ao segunda andar, onde estavam meus filhos”.
Segundo ela, o bandido levou notebook, celulares e dinheiro. “A todo tempo, ele dizia que me mataria caso gritasse”, contou a estudante Ingrid Valverde, 19, amiga da filha de Maria Aparecida. Na delegacia, Ingrid observou fotos de criminosos e reconheceu o Diabão como o assaltante.
A esteticista Normalene Santos Silva, 52, também moradora da Rua Praia de Paquetá, disse que, dias depois do episódio na casa de Maria Aparecida, outra casa foi invadida pelo bandido.
Procurado
Nascido em Areia Branca, em Camaçari, Diabão vem agindo em Vilas do Atlântico há cerca de um ano. Segundo a polícia, em algumas situações, ele conta com um comparsa, responsável em ajudá-lo na colheita de informações de suas vítimas.
Diabão tem passagem por roubo na 1ª Delegacia (Complexo dos Barris), 18ª
DP (Camaçari) e 26ª DP (Vila de Abrantes). Ele foi condenado a seis anos de reclusão por roubo em inquérito instaurado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).
Segundo a Polícia Militar, o Serviço de Inteligência da PM já tem pistas do bandido e o policiamento em Vilas tem sido intensificado.
Bruno Wendel
bruno.cardoso@redebahia.com.br