Há 16 anos, uma família que vive com muita humildade no município de Tobias Barreto, no interior de Sergipe, espera por uma indenização, após uma suposta “ação desastrada” que teria sido praticada pela policia militar da Bahia e supostamente um PM de Sergipe.
Revoltado e desolado pelo descaso das autoridades com seu problema ele diz que, “família vive ao Deus dará. Indignante e humilhante para mim, que sou filho da vítima e na época presenciei todo o ocorrido.. Poderia ter me tornado um menor delinquente, mas, não tenho coragem para isso.. Ainda tento buscar os meios legais... Mas, saber que vc e família vive na miséria há 16 anos por despreparo do estado e de pessoas que deveriam manter a ordem.. é covarde e humilhante”, desabafa.
Em tom de desespero, Clóvis, um dos filhos da vitima conta que “No ano de 1997, eu, meu pai e uma das minhas irmãs, morávamos no CJ IRMÃ DULCE, aqui na cidade de Tobias Barreto-SE. Meu pai foi assassinado por policiais baiano, aqui no estado Sergipe. Policiais esses que vinham da Bahia em buscas de fugitivos, ao adentrarem em Sergipe (Tobias Barreto- município próximo a lagoa redonda- Bahia divisa) pegaram um policial da comarca de Sergipe, e começaram a fazerem rondas em busca desses suspeitos, meu pai trabalhava em seu bar (único meio de sobrevivência), na época eu estava também trabalhando com ele (14 anos eu tinha), enfim. A polícia numa ação desastrosa, pois lá, não andava meliantes, apenas gente de bem, políticos e outros cidadãos de bem. A porta do bar estava entreaberta pois já iamos para quase 23h da noite.. enfim o policial disparou seu fuzil contra a porta aonde se encontra meu pai. Resumindo.. Foram absolvidos”, desabafa Clovis, passados 16 anos.
Clovis continua suas lamentações, contando o sofrimento que passaram durante esses 16 anos. No e-mail enviado ao FAXAJU on-line ele continua: “O que temos direito e nunca recebemos, é a tal indenização por danos morais, que na época ficamos todos desolados, desassistidos, sem nenhum tipo de auxílio, psicológico e qualquer outro tipo, nem por parte do estado muito menos do judiciário. Creio também que o estado de Sergipe tem sua parcela de culpa e responsabilidade. Mas, nada. Segundo advogado, iríamos receber fora a tal indenização que nunca sai, uma tal de pensão, pensão essa que também nunca saiu da promessa muito menos do papel”, relata ele.
Clóvis questiona: “agora pergunto? é justo, uma família ser tão massacrada, esperar tanto tempo, e até agora não se sabe em que século iremos ser auxiliados, indenizados. Somos uma família carente, humilde. Fomos desgaçados desde cedo, atribuo isso a própria justiça, não tivemos e não temos moradia, digna, educação digna, as oportunidades futuras foram ceifadas precocemente... O apoio de um pai, a orientação de uma pessoa responsável, a sustentação de uma família em si, é o seu líder, que foi inocentemente assassinado, e estado e judiciário continua omisso e moroso. E família vive ao Deus dará..Indignante e humilhante para mim, que sou filho da vítima e na época presenciei todo o ocorrido.. Poderia ter me tornado um menor delinquente, mas, não tenho coragem para isso.. Ainda tento buscar os meios legais... Mas, saber que vc e família vive na miséria há 16 anos por despreparo do estado e de pessoas que deveriam manter a ordem.. é covarde e humilhante”, desabafa.
Ao final do e-mail ele escreve, “O PROCESSO TRAMITA NA JUSTIÇA DE SERGIPE www.tjse.jus.br com o número 199985020095”, e encerra, “Grato. Clóvis”
Cloves Almeida / FAXAJU