Por Gusmão Neto
Muitos sabem que por trás da maior paixão nacional, o futebol, há uma máfia milionária que envolve políticos, empresários, dirigentes de clubes e até mesmo os próprios jogadores. Mas o difícil é desvendar claramente o funcionamento deste esquema e apontar os envolvidos. Informações exclusivas obtidas pelo site Teia de Notícias dão conta de que aqui na Bahia um primeiro passo pode ser dado para tentar abrir essa “caixa preta”. E se não abrir, ao menos causará pânico para quem está metido nisso. Isso porque o deputado estadual Uziel Bueno (PTN) está se preparando para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa da Bahia para investigar a relação entre clubes de futebol, empresários, uso de dinheiro público e principalmente as misteriosas transações milionárias que possivelmente servem de manobra para a sonegação fiscal.
“O nosso objetivo é abrir a caixa preta do futebol, descobrir como funciona essa suposta máfia que todos acreditam que existe mas não sabem como funciona. No mercado do futebol tem relação de presidente de clube com empresários e envolve dinheiro público também. E com a CPI a gente iria saber se essa relação é lícita ou não. E nosso foco também é a questão da sonegação fiscal, pois a gente vê aí clube dizendo na mídia que vendeu o jogador tal por ‘xis’ mas na verdade o valor foi bem maior, onde ocorre a sonegação. Então essas transações não são claras”, explica Uziel.
Em conversa com o Teia de Notícias, o deputado informa que a CPI não tem um alvo específico, apesar de sua ideia ter sido motivada após as sérias denúncias que foram feitas contra o deputado federal Marcelo Guimarães Filho, presidente do Esporte Clube Bahia. “O foco não é Marcelinho, nem o presidente da Federação, nem ninguém. O foco é simplesmente abrir a caixa preta do futebol, pois é muito, mas muito, dinheiro envolvido e precisamos descobrir”, comenta.
Além disso, Uziel Bueno quer saber quais são os critérios estabelecidos para o uso do dinheiro público nessa área. “Por exemplo, o esporte em Camaçari está jogado às traças. Então qual o critério para ajudar uns e outros não?”, finaliza o deputado.