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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Cirurgiões fazem crescer “nariz” artificial na testa de paciente

Jovem teve cartilagem do nariz corroída por infecção depois de acidente. Órgão artificial será transplantado para substituir órgão original


Cirurgiões chineses fizeram crescer um 'nariz' artificial na testa de um paciente. O 'órgão', construído com cartilagem retirada da costela do próprio paciente, será transplantado para substituir o nariz danificado por uma infecção.

O paciente Xiaolian, de 22 anos, sofreu um acidente de carro em agosto do ano passado, quando teve um trauma no nariz. Depois de vários meses, a infecção, que não foi tratada adequadamente, corroeu grande parte da cartilagem do nariz, tornando a reparação impossível para os cirurgiões.

A equipe do hospital na cidade de Fuzhou, na província de Fujian, decidiu, então, construir um nariz artificial para substituir o original. Isso foi possível graças ao implante de um expansor de tecido da pele no formato de um nariz na testa de Xiaolian. Cartilagem retirada da costela do paciente também foi utilizada na construção do órgão artificial.

Cirurgiões afirmam que o nariz tem um bom formato e que a cirurgia de transplante pode ser realizada em breve, segundo relatos da mídia local.

Fonte: G1


LAMPIÃO E A MÃE DE SANTO


Rangel Alves da Costa*


Dizem que certa época o Capitão Virgulino andava tão desconfiado das coisas do destino que mal falava com seus cabras, comia ou bebia. Passava horas amoitado, pensativo, cabisbaixo, com um aperto danado no coração. Maus pressentimentos, augúrios sombrios, sentimentos de derrocada logo adiante.
O destemido, o homem de todas as guerras sertanejas, de repente estava sendo vencido por batalhas internas. Sempre com crucifixo à mão, e religioso como era, rezava de virar noite, se apagava como nunca aos mistérios divinais. E implorava aos céus para que lhe afastasse do peito e do pensamento tanta coisa melindrosa de se pensar e sentir.
Foi Maria, a Bonita, que procurou resolver aquela difícil situação de seu amado. Encontrou seu Capitão em cima da pedra grande ao entardecer, e após fazer um carinho lamentoso disse - também entristecida de doer no coração de quem avistasse - que achava melhor ele marcar um encontro com o padre do Juazeiro, o Padim Ciço. Suas palavras talvez tivessem o dom de acalmar e fortalecer aquele espírito sofredor.
Lampião prontamente acatou a ideia de sua Maria. Até esboçou um leve sorriso, gesto que não expressava desde semanas. No instante seguinte e já estava escrevendo carta a ser enviada com urgência ao milagreiro do Juazeiro. Na missiva, embora curta e objetiva, dizia que não andava com o coração em compasso com sua lide, mais temeroso do que nunca, tendo pensamentos ruins, e por isso mesmo precisava muito ter uma conversa com aquele que certamente faria retornar as forças num homem atormentado.
Quando a missiva chegou às mãos do Padim Ciço, que estava bebericando um cálice de vinho, este sentiu a mão tremular tanto que não pôde evitar que o cristal se espatifasse pelo chão. O milagreiro não gostava de ver vinho derramado a seus pés, sentia como mau presságio, como aviso de acontecimento ruim. E aquela carta do Capitão então piorava ainda mais a situação.
Nervosamente abriu a missiva, leu-a com a avidez dos desesperados, para, enfim, recobrar a calma com outro cálice de antiga safra. Sentiu o aroma da bebida, levou-a aos lábios e depois sorriu, dizendo a si mesmo: Vou ter que revelar ao danado do cangaceiro o que faço às escondidas, sem ninguém jamais duvidar que isso pudesse acontecer. Certamente servirá pra ele evitar o pior na sua caminhada. Faço isso porque sei que ainda vou precisar muito de suas armas, de sua sangrenta valentia.
E em seguida passou a escrever a resposta. E resposta também curta, mas dizendo tudo o que o Capitão precisava fazer, e com urgência. Depois selou a missiva com sinal sagrado e entregou ao mesmo portador. E na carta dizia, entre outras considerações, as seguintes:
“Venerado Lampião, que Deus seja louvado no céu e o grande Capitão aqui na terra. Que suas apreensões e temores desapareçam como os inimigos no fogo de sua arma. Mas afirmo que não tenho poderes para, com um simples encontro de aconselhamento, mudar nada do que pressente como negativo no seu destino. Tenho mais poderes políticos do que divinos, e que isto não chegue aos meus fiéis, e também fanáticos eleitores. Mas aconselho a fazer o que faço quando me sinto apequenado, com sensação de que os inimigos políticos estão fazendo perseguições além das devidas. E nestes momentos o que faço é procurar Mãe Cabocla de Oxolufá, a mãe de santo mais famosa dessa região do Cariri. Basta adentrar no seu terreiro de candomblé que a velha senhora faz descer seus orixás para afastar do seu corpo tudo de ruim que esteja lhe perseguindo. Como diz o ditado cunhado pelo seu bando, é tiro e queda. Abaixo mando endereço e outras ordenações”.
Mesmo um tanto desapontado, pois do Padim Ciço esperava apenas a confirmação do encontro entre os dois, Lampião decidiu que partiria, juntamente com sua Maria e mais dois cabras, em secreta viagem até o local onde a dita mãe de santo atendia no seu terreiro. E disse a si mesmo que não era nada demais se avistar com uma yalorixá e, através dela, os orixás. Quem sabe se naquela manifestação religiosa não estava uma porta para acabar de vez com as tantas apreensões que lhe perseguiam.
Chegando ao local indicado na missiva do padre do Juazeiro, não demorou muito e alcançou o terreiro da Mãe Cabocla de Oxulufá, que na região era conhecida por roça. Contudo, ao se fazer anunciar, o que se viu daí em diante foi uma verdadeira danação. O atendente da porteira, após esbugalhar os olhos pelo nome ouvido, correu desembestado mata adentro. Duas filhas de santo desmaiaram no mesmo instante que souberam de quem se tratava.
Como não havia quem os mandasse entrar, então Lampião e seu pequeno grupo foram cortando passo pelo terreiro. De um lado um barracão e de outro uma casa grande com alpendre. Desta saíram pessoas para saber quem chegava assim de modo tão afoito, sem prévio anúncio e sem permissão de Mãe Cabocla. Porém, antes que estas fizessem qualquer pergunta, uma voz ecoou lá de dentro: É o Capitão Lampião. Abram passagem, deixem entrar.
Mas nem precisava dizer para abrir passagem, para deixá-los entrar, pois o nome do maior dos cangaceiros surtiu um efeito inacreditável. Duas mulheres e um homem pareceram tomados por estranhas manifestações corporais, que não só os faziam revirar os olhos e se contorcer freneticamente como correr ao mesmo tempo, derrubando tudo que encontrassem pela frente. Sumiram no meio do mundo que a poeira levantava em profusão.
Ouvindo a barulheira, em seguida foi a vez da mãe de santo aparecer diante do Capitão. Portentosa, paramentada segundo seu culto, mostrava imponência e uma misteriosa beleza. Vamos ali pro outro lado, pro barracão. Foi o que disse. Deixando Maria e os outros cabras na casa, apenas os dois seguiram para a moradia dos orixás. Era ali no barracão que ela recebia convidados importantes, como tantas vezes aconteceu com o padre do Juazeiro.
Contudo, assim que colocou os pés no ambiente, a velha yalorixá estremeceu dos pés à cabeça, franziu o cenho, parecia fora de si. Curvou-se de lado a outro, recobrou as forças e disse ao Capitão tomado de espanto: Algo muito estranho está acontecendo com os orixás. Querem me jogar pra fora do barracão a todo custo. E tudo por causa de você, Lampião. Só resta agora implorar para que algum se apresente e diga como resolver sua situação. Mas o que é que tanto aflige o Capitão?
Quando o cangaceiro contou dos pressentimentos ruins e perguntou se tudo aquilo era sinal de funesto acontecimento, a mãe de santo foi logo dizendo: O Capitão é homem que não deve temer a nada. É só o vento mau que traz pensamento ruim. Sei bem do quanto é capaz de vencer a tudo e a todos. É verdade é ou não, Lampião? E ele falou na bucha: Comigo é na espoleta, no chumbo, na bala, na faca e no punhal, e quem se mostrar intriguento demais ainda sangro todinho vivo.
Nem terminou tais palavras e se ouviu um barulho tão grande que quase o barracão desaba, e em seguida um som de correria e de mata se abrindo em alvoroço. Valei-me Yxulá Boncoxá, valei-me Infó Gulamê, valei-me que meus orixás correram com medo do homem. Foi o que disse a espantada Yalorixá, levando as mãos à cabeça.
Mas em seguida se voltou para Lampião e afirmou: Se até os orixás temem o Capitão, se metem no oco do mundo pela sua presença, então provado tá que nada há de afligir sua caminhada. Seu problema tá resolvido, em nome dos orixás!


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com 

Bell Marques grava clipe de música sem o Chiclete


Bell Marques fica no Chiclete com Banana até  o Carnaval, mas  já começa a ensaiar os primeiros passos da carreira solo. Ontem, o cantor gravou, em um estúdio, no Rio Vermelho, o clipe da música Lindo é Viver, o primeiro sem o grupo. Bell  ainda mantém detalhes do projeto em segredo, mas postou, no Instagram,  uma foto em que aparece de terno, só com seu violão... E a bandana, claro. Ele revelou trechos da canção. “E o amor, que a gente procurou por aí... Disse que lindo é viver, lindo é viver! (...) Eu por perto, você e o bloco Camaleão ...”.




Bell, na gravação do clipe: o primeiro da carreira solo


Coluna Vip

Veja pesquisa para deputado estadual



W1emCampo  fez pesquisa de intenção de voto para deputado estadual em Aracaju.
Veja o resultado por ordem de colocação e outros dados da pesquisa:

ESPOSA QUEIMA TESTÍCULOS DE GUARDA MUNICIPAL COM ARROZ QUENTE

O guarda municipal da prefeitura de Santo Antônio de Jesus, e suplente de vereador, Hélio Lapa Ribeiro Santos, 38 anos, conhecido 'Hélio Lapa', cedeu uma entrevista ao Voz da Bahia nesta terça-feira (24), para relatar que sofreu uma tentativa de homicídio na última quarta-feira (18). Segundo ele, sua companheira de identidade não revelada jogou uma panela de arroz quente quando o mesmo retornou para sua residência onde ambos moravam.

Devido à agressão, Hélio sofreu queimaduras na barriga, perna, braços e nos testículos, “eu fiquei três dias sem vestir uma cueca porque ficava incomodando”, disse. Ainda de acordo com Lapa, após o acontecido, os colegas o chamam de "guarda assado", “ficam agora me gozando, assim como tem justiça para homem tem que ter para mulher, Maria da Penha nela também, tem que pagar pelo que fez”, desabafou.

Por Voz da Bahia

Carreta carregada com milho tomba na BR-101

Clériston Silva


















Uma carreta carregada com milho tombou na manhã desta terça-feira (24), na entrada da cidade de Conceição da Feira, a 128 quilômetros de Serrinha.

De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ninguém ficou ferido. Ainda de acordo com informações da PRF, o motorista do veículo perdeu o controle da direção e tombou na pista.

O órgão informou que populares acompanharam o acidente. A carga não foi saqueada. Populares ajudaram o motorista a ensacar o milho que estava na pista. Até as 12h desta terça-feira, o veículo permanecia tombado na pista. Nenhuma via foi fechada.



Dia da Cultura Evangélica em Tucano foi benção de Deus…

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O dia da cultura evangélica, comemorado pelo 9º ano consecutivo, começou com uma reunião de oração na Praça Matriz, onde pedimos a Deus para abençoar a cidade de Tucano e toda programação seguinte.

Como em todos os anos, a programação seguiu com o café da comunhão, em Caldas do Jorro, e a Primeira Copa Cristã de Futebol Society de Tucano, na Arena Gal. O campeonato foi um sucesso e bem disputado. A igreja vencedora foi a Ebenézer juntos com os irmãos das igrejas Presbiteriana e Peniel. O time vice-campeão, foi o da Igreja Batista Boas novas. A premiação aconteceu a noite, onde o Dr. Sérgio, um dos patrocinadores desse evento, entregou os troféus às equipes campeãs.

Ás 17hs, o povo evangélico acompanhou em marcha a orquestra  filarmônica da cidade, saindo do Posto Brasil e percorrendo a principal Avenida até a conhecida Praça da Matriz. O percurso foi feito ao som dos hinos do Cantor Cristão e muita oração em favor da cidade e dos seus governantes.

A programação continuou na Praça da Matriz com a participação do Ministério de Louvor da Igreja Batista Nova Aliança, Ministério de Louvor e Dança Kades, da Igreja Batista Boas Novas, e a participação dos cantores: Ruan e Rudnei Ribeiro, Zaqueu Teixeira, Edlara Nascimento, Kell Nunes e banda. O preletor, Pr. Reginaldo Pires, de São Paulo,  trouxe uma riquíssima palavra profética de cura, libertação e transformação. Encerrando o evento com chave de ouro, a Banda Manah Brasil fez a multidão cantar hinos do cantor cristão e outras músicas conhecidas do meio gospel em ritmos de samba e pagode.

 A Marcha para Jesus de 2013 foi um tremendo sucesso. Mais de 8 mil de pessoas participaram e lotaram a Praça da Matriz, louvando e adorando a Jesus Cristo.

O evento foi muito bem organizado, o Pr. Edson Farias (líder da UMLET – União de Ministros e Líderes Evangélicos de Tucano) e toda a comissão organizadora estão de parabéns. E que venha a 10ª edição do Dia da Cultura Evangélica em Tucano!

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Texto por:  Thiago Santiago / foto- Divulgação

MP CONFIRMA SUPERFATURAMENTO EM COMPRA DE TERRENO DO CEMITÉRIO E PEDE O AFASTAMENTO DO PREFEITO

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O promotor de Justiça Thomas Luz Raimundo Brito confirmou, depois de investigação feita pelo Escritório do Ministério Público de Itaberaba, a ocorrência de fraude na compra do terreno para a ampliação do Cemitério Recanto da Paz Eterna no município de Itaberaba, na Chapada Diamantina. O terreno era de propriedade da irmã do prefeito, Marigilza Mascarenhas, e foi comprado pelo valor de R$ 86.159,36, pagos por quatro mil e quatrocentos metros quadrados. Na ação civil de improbidade administrativa de nº 0303248-84.2013.8.05.0112, protocolada na Vara da Fazenda Pública, o promotor Thomas Brito requer, de acordo com a Lei nº 8429/92, art.12, inciso III, a perda do cargo, o ressarcimento do valor desviado ao erário público e a suspensão dos direitos políticos por cinco anos do prefeito João Almeida Mascarenhas Filho (PP).
Leia também:
CHAPADA: Prefeito favorece irmã em compra de terreno

Nos elementos informativos, reunidos no referido inquérito civil, demonstram que o procedimento administrativo de dispensa de licitação foi um pretexto direcionado para a celebração do contrato e efetivação de compra em beneficio da irmã do prefeito. “Chega-se ao absurdo da proprietária do terreno a sra. Marigilza Mascarenhas ter contratado a empresa ‘Flecha Topografia e Projetos’ para realizar a avaliação do imóvel, sem qualquer acompanhamento do município. Denotando-se que ela foi quem sugeriu o preço que bem entendeu e a prefeitura acatou sem qualquer questionamento”, aponta trecho da peça jurídica.
O promotor público afirma na ação, que não tinha qualquer situação de emergência, pois constatou que em janeiro de 2013, ou seja, dois anos e dois meses depois da compra do terreno, menos da quarta parte da área ampliada se encontrava ocupada com covas, mostrando que a prefeitura poderia ter feito a pesquisa de outros imóveis aptos a instalação do cemitério. Esse caso foi amplamente divulgado e denunciado pelo Jornal da Chapada, pelo radiotécnico Renival Sampaio França e pelo advogado Delsuc Moscoso e foi tão escandaloso na época que foi matéria da Rede Record de Televisão, que mostrou os absurdos e o superfaturamento da compra do terreno.
Na época, o gestor, como é de costume, acusou o programa dizendo que tudo aquilo que foi noticiado era mentira e intriga da oposição. Mas agora, a denúncia do promotor Thomas Brito mostra que o prefeito João Filho se especializou na arte de fraudar licitações e desviar dinheiro público. Pois já responde a dezenas de processos por corrupção, desvio de dinheiro público, fraude em licitações, estelionato e falsificação de documentos.
O Ministério Público afirma que “…o demandado atentou frontalmente, contra os princípios da moralidade e impessoalidade, ao dispensar indevidamente procedimento de licitação e adquirir imóvel de propriedade de sua irmã. Logo o réu de modo doloso, violou princípios da Administração Pública, de modo que deve ser condenado pela prática de improbidade administrativa”.
Resta agora, a Justiça da Bahia cumprir com a sua obrigação e condenar o prefeito João Filho pelos crimes praticados ao longo dos seus mais de quatro anos de mandato. E o Tribunal de Justiça, por meio do seu presidente Mário Alberto Hirs, encaminhar urgentemente a força tarefa da justiça para Itaberaba, conforme ele confirmou em entrevista concedida ao Jornal da Chapada no mês de agosto de 2013.
Jornal da Chapada

EX-PREFEITA TÊM CONTAS REJEITADAS PELA CÂMARA DE VEREADORES

0042As contas de Maria Edneide Torres Silva Pinho, Nenca, ex-prefeita de Araci, no interior da Bahia, relativas ao exercício de 2011 foram votadas e rejeitadas na manhã desta terça-feira (24), pela Câmara Municipal de Vereadores.

A ex-gestora teve suas contas reprovadas por 7 vereadores, contra 5 aprovando. Os vereadores Jefinho Carneiro, Guinha de Pascoal, Marquinhos, Marlúcia, Guri, Virgílio de Zé Bonfim e Manoel de Bernadino votaram pela reprovação das contas. Já os vereadores Riva, Leandro, Gilmara, Laerto e Bete de Pedro Venceslau decidiram votar pela aprovação das contas. Os vereadores Anastácio e Rômulo não tiveram o direito de votar, segundo a decisão da casa legislativa os dois participaram do secretariado da gestão municipal no ano de 2011. O presidente da casa, vereador José Augusto também não pôde opinar, apenas no caso de empate.

A vereadora Gilmara (PSD) afirmou durante seu pronunciamento de votação que estará entrando com uma ação no Ministério Público, pedindo a anulação desta votação. Gilmara alega que houve manobras na tentativa de rejeitar as contas da ex-gestora.

Com a decisão do legislativo, a ex-prefeita fica inelegível por oito anos.

Fonte: Avoz do Campo / CARLINO SOUZA

terça-feira, 24 de setembro de 2013

CRONICA: AIÓ, ALFORJE E EMBORNAL - Rangel Alves da Costa*

Rangel Alves da Costa*


Não adianta pretender esquecer ou mudar. A bolsa de viagem, de caçada ou de trabalho do sertanejo sempre foi e sempre será o aió, o alforje e o embornal. Não do sertanejo tomado pelos modismos recentes e suas sacolas, pastas e mochilas requintadas, mas sim daquele que tem sua bolsa encourada e tingida de sol e suor como verdadeiro instrumento de trabalho.
Com destino à mente, ou mesmo diante de um fato inesperado e urgente, lá se vai o caboclo lançando mão de sua companheira de viagem. Envelhecida, carcomida pelo tempo, já de cor muito além do barro queimado, mas sempre firme nas suas costuras e fechamentos. Ou ainda de cipó trançado com maestria artesanal, cujo tempo vai amolecendo as tiras e nós, mas sem diminuir sua resistência.
Quando produzidas em larga escala e comercializadas pelos quatro cantos, tais mochilas sertanejas possuem a mesma serventia para o viajante, mas não a mesma durabilidade. Esta só é conseguida quando cada peça é feita artesanalmente, uma a uma, na dureza dos dias, manualmente cortadas, costuradas ou enlaçadas, segredos maiores do velho coureiro ou do enlaçador de cipós.
Depois de dias e mais dias, assim que o velho artesão dá como pronta sua encomenda, a primeira coisa que se observa é o cheiro forte no alforje ou no embornal. Aliás, todo instrumento de couro exala um cheiro intenso quando novo. Precisa, pois, ser batizado pelo sol, receber uns solavancos e sofrer as mesmas agruras sofridas pelo homem. Depois disso fica macio, de cor envernizada, humilde e singelo como o filho da terra onde terá serventia.
O mesmo ocorre com o aió, mas não pelo cheiro, e sim pelo trabalho que dá. Feito de caroá, uma planta da família das bromélias, vai surgindo do cuidadoso trabalho do artesão para cortar as folhas, retirar toda a pele e ir repuxando as longas e resistentes fibras. Quando isoladas das folhas, as fibras passam a se assemelhar muito mais a fiapos esbranquiçados, que unidos vão formando verdadeiros cordames. Do entrelaçamento dessas cordas finas é que vai surgindo o aió.
Sempre colocado num armador do canto da casa, de modo a ser logo alcançado quando já próximo da saída para o afazer cotidiano, o aió, o alforje ou o embornal passa a ter quase a mesma utilidade daqueles tão conhecidos instrumentos sertanejos. Presente no homem como o gibão, o chapéu de couro, a perneira, a taca de couro cru, a sela, o cantil. E assume tanta importância porque dentro dele estará tudo que necessitar nas horas que a fome apertar ou quiser lançar mão de um cigarro de palha, de uma espoleta ou de qualquer outra coisa de pequeno porte.  
Por mais que chamem de embornal aquela sacola de muitos bolsos e trancas que os jovens de hoje andam carregando às costas, geralmente de pano ou sintética, em nada se parece com aquele outro, obra artesanal e autenticamente sertaneja. Este é traçado no couro curtido debaixo do sol, com enfeites à moda cangaceira ou não e feito para a eternidade. Embornais passam de geração a geração e, além da história familiar, continuam carregando dentro de si as necessidades dos novos tempos.   
Tanto o aió como embornal e o alforje surgiram da necessidade de o sertanejo obter mais facilidade de alcance daqueles objetos de menor porte que faziam parte do seu cotidiano além da moradia. Por mais que levasse consigo a cartucheira, o cantil, o canivete de cinta, precisava de uma bolsa que fosse espaçosa e resistente para as durezas da lide. Bastava arrumar lá dentro a carne seca com farinha, o fumo e a garrafa de pinga, o frasco com espoleta e tudo que fosse de serventia, deitar nas costas ou no lombo do animal e seguir adiante.
Luiz Gonzaga, na música “Pau de Arara” fala de outro objeto dessa mesma família sertaneja: o matulão. Um pouco maior que os citados, a serventia desse utilitário de retirantes é descrita com precisão: “Quando eu vim do sertão, seu moço, do meu Bodocó/ A maleta era um saco e o cadeado era um nó/ Só trazia a coragem e a cara, viajando num pau de arara/ Eu penei, mas aqui cheguei/ Trouxe um triângulo no matulão/ Trouxe um gonguê no matulão/ Trouxe um zabumba dentro do matulão/ Xote, maracatu e baião, tudo isso eu trouxe no meu matulão...”.


Poeta e cronista
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NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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