Neste novo escândalo que envolve a base aliada do PT, o Palácio do Planalto, o Congresso, a Petrobras e os ex-diretores da estatal, estão mal na fita a presidente Dilma Rousseff, a presidente da petrolífera, Graça Foster, e o ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. Dilma, para escapar do balaio de gatos, denunciou a diretoria da estatal para ela não ser atingida na medida em que era, na época da compra de Pasadena, a presidente do Conselho de Administração. Tirou, assim, o tapete da diretoria que passou a ser responsável pelo “malfeito”. A partir da sua reação via nota oficial “escrita do próprio punho” foi beneficiada pelo Tribunal de Contas da União, que aceitou a nota-explicativa presidencial. Gabrielli, na época, esgrimiu com Dilma, no que, decerto, já era esperado. Os dois não se bicavam, daí a troca do baiano por Graça Foster. Lula sabia que a troca era uma questão de tempo. Jaques Wagner também. Até parece (só parece) que o ex-presidente da Petrobras foi engabelado, na medida em que aceitou receber as respostas das perguntas que lhe seriam feitas na CPI. Ao aceitar, informa-se que ele foi tratado à base de geléia de Damasco. Agora, a cada momento surge uma informação nova: o acerto das perguntas e respostas foi feito no salão de reunião da presidente da Petrobras. Como há uma mudança nesta república na medida em que tudo o que se esconde acaba por aparecer, está aí o resultado. Lambança sobre lambança, escândalo sobre escândalo e o outdoor arreliento da revista Veja, que pode ser observado em placas nas avenidas e ruas de Salvador: “O que vazou não foi Petróleo, foram as perguntas”. Se você soubesse disso nos anos 50, Getúlio Vargas, não fundaria a Petrobras aureolada pela campanha popular “O Petróleo é Nosso”. Não é. É deles.
por Samuel Celestino