Petição protocolada no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) pelo vereador Washington Matos (Pros) questiona a aprovação com ressalvas das contas do prefeito de Cícero Dantas, Helânio Oliveira (PR). De acordo com reportagem do jornal A Tarde, Matos desconfia que uma suposta ligação política entre o gestor e o conselheiro Mário Negromonte, relator das contas, motivou a aprovação mesmo com irregularidades como o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que tange às despesas com pessoal. Segundo a reportagem, Oliveira utilizou 57,28% do orçamento nessa rubrica, quando o limite estabelecido por lei é de 54%. O denunciante cita que o atual prefeito é do mesmo grupo político do ex-gestor José Weldon Santana, que manteve relações políticas com Negromonte antes do ingresso do conselheiro no TCM. “Weldon apoiou duas eleições de deputado do conselheiro e no pleito deste ano deu votos para o filho dele, Mário Negromonte Filho (eleito deputado federal)”, afirmou Matos. Ao A Tarde, o conselheiro rebateu as insinuações. “Quando a gente veste a roupa de conselheiro deixa para trás seu passado político. Não existe isso de votar a favor de um prefeito por amizade ou conveniência”, argumentou Negromonte.
Postagem: Brankinho Mendes
sábado, 29 de novembro de 2014
Água volta a brotar da nascente do Rio São Francisco
Registro de quando a principal nascente do Rio São
Francisco secou (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
Francisco secou (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
Após dois meses seca, a nascente histórica do Rio São Francisco brotou novamente. Segundo o diretor do Parque Nacional da Serra da Canastra, Luiz Arthur Castanheira, o fato foi oficializado no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) nesta sexta-feira (28), mas ainda não se sabe o dia exato em que ocorreu o fenômeno. Até o momento foram registrados mais de 370 milímetros de chuvas na região. “O volume foi o suficiente para alimentar o lençol freático e brotar de novo a água da nascente”, afirmou o diretor do parque.
Segundo o chefe substituto do local, Vicente Faria, a natureza tem se recomposto com o período de chuvas que teve início recentemente na região. As plantas, as flores e o mato verde a perder de vista no chapadão da Canastra indicam uma nova fase. E quem viu de perto a nascente chamada de "histórica" seca e tomada por fuligem agora comemora o ressurgimento. “Sim, estamos muito felizes. Faltou chuva, mas ela veio”, destacou o brigadista Paulo Moisés da Silva, que foi quem descobriu a nascente seca, em setembro deste ano.
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Ainda conforme Castanheira, técnicos foram enviados ao local durante a semana passada para constatar o ressurgimento da nascente já que outros "olhos d'água" pequenos que também estavam secos voltaram a brotar água. "Foi então que confirmamos. Já sabíamos que isso iria ocorrer, era questão de chuva e tem chovido de fato dias seguidos na região", comerntou.
Contudo, o registro da principal nascente do Rio São Francisco cheia novamente ainda não pode ser feito pela imprensa e visitantes, pois a intensidade das chuvas tem sido significativa e provocou deslizamentos na estrada que dá acesso a uma das portarias do parque e que leva até a nascente. Por isso está interditada e não é possível chegar até o local. "Tentei subir de jipe hoje pela manhã para poder fazer fotos, mas é completamente impossível. Há placas indicando a interdição e elas devem permanecer até que seja possível chegar até o parque", disse o secretário de Meio Ambiente André Picardi.
A seca da nascente
Foi durante um incêndio em setembro,quando os brigadistas do parque tentavam impedir que o fogo atingisse a nascente do rio, que Paulo Moisés da Silva sentiu que o trabalho foi em vão. "Desci 500 metros com a bomba nas costas para colocá-la na nascente e quando cheguei vi o que de fato ninguém esperava. Foi a pior surpresa daquele dia. A nascente estava seca", lembrou.
Foi durante um incêndio em setembro,quando os brigadistas do parque tentavam impedir que o fogo atingisse a nascente do rio, que Paulo Moisés da Silva sentiu que o trabalho foi em vão. "Desci 500 metros com a bomba nas costas para colocá-la na nascente e quando cheguei vi o que de fato ninguém esperava. Foi a pior surpresa daquele dia. A nascente estava seca", lembrou.
Na ocasião, a seca foi tratada como a pior já vista em todos os tempos. “Não há registros históricos de seca dessa nascente. Essa estiagem simbolizou uma mudança climática rigorosa e serviu de alerta para toda humanidade", afirmou o diretor do parque.
Ambientalistas fizeram visita oficial à nascente
quando ela secou (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
quando ela secou (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)
O São Francisco tem mais de 2.700 km e corta sete estados brasileiros - Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal - o que dá a ele o título de maior rio totalmente brasileiro, com uma bacia hidrográfica que abrange 504 municípios.
Na Serra da Canastra ele percorre 14 quilômetros até cair na cachoeira Casca Danta, onde inicia a jornada para o Sul e em seguida muda o curso para o Nordeste do Brasil.
Impactos no turismo
Após as queimadas constantes e a divulgação de que a nascente do Rio São Francisco havia secado houve queda no turismo na região e, de acordo com a Associação de Turismo da Serra da Canastra (Atusca), a baixa no número de visitantes chegou a 60%. Há sete meses, quase toda a vegetação tinha sido consumida pela estiagem, mas nas últimas semanas o cenário tem sido outro e o o turismo que havia sido comprometido agora está em ritmo normal, segundo a diretora da associação Daniela Labônia.
Após as queimadas constantes e a divulgação de que a nascente do Rio São Francisco havia secado houve queda no turismo na região e, de acordo com a Associação de Turismo da Serra da Canastra (Atusca), a baixa no número de visitantes chegou a 60%. Há sete meses, quase toda a vegetação tinha sido consumida pela estiagem, mas nas últimas semanas o cenário tem sido outro e o o turismo que havia sido comprometido agora está em ritmo normal, segundo a diretora da associação Daniela Labônia.
Serra da Canastra mudou de cenário após chuvas na região (Foto: Daniela Labônia/Divulgação)
Grave acidente deixa carro destruído e espalha maconha por rodovia
A Polícia Rodoviária Federal apreendeu cerca de 500 quilos de maconha na manhã deste sábado (29), na rodovia Régis Bittencourt, na região de Registro, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.
O veículo de passeio que transportava a droga bateu de frente com um caminhão na altura do km 452 e acabou capotando. Os tabletes ficaram espalhados por mais de 200 metros da pista, prejudicando o tráfego de veículos.Segundo a Polícia, o casal que estava no veículo, seguindo no sentido São Paulo, acabou ficando ferido no acidente. A mulher foi levada para o Hospital de Pariquera-Açu. Já o rapaz foi encaminhado para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e será transferido para o Hospital São José, em Registro.
Os dois estão sendo acompanhados por agentes e serão presos por tráfico de drogas assim que receberem alta.
Esta é a segunda apreensão de drogas na mesma região em menos de 24 horas. Na tarde da última sexta-feira (28), a Polícia Rodoviária apreendeu quase uma tonelada de maconha. Os tabletes estavam em um carro roubado que era dirigido por um adolescente de 16 anos. A droga era transportada do Paraguai e seria levada para São Paulo. Somente neste ano, a Polícia Federal já apreendeu no Vale do Ribeira, mais de 3,5 toneladas de maconha.
Fonte: com informações do G1
Irmãos de ministro da Agricultura se entregam à Polícia Federal
Os irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller, se entregaram à Polícia Federal, em Cuiabá na noite desta quinta-feira (27).
Eles são suspeitos de participação num esquema de venda ilegal de áreas de reforma agrária em Mato Grosso. Segundo a PF, os produtores rurais Odair e Milton Geller se apresentaram ontem às 22h e já fizeram exame de corpo de delito. Eles estão presos no centro de custódia de Cuiabá. O advogado dos dois, Edy Piccini, alega que ambos são inocentes.
Na Operação Terra Prometida, deflagrada nesta quinta, foram 227 mandados judiciais: 52 de prisão preventiva, 146 de busca e apreensão, além de 29 medidas proibitivas. Desses, 40 mandados de prisão foram executados.
Um dos detidos nesta quinta é o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz (PSDB).
Estima-se que mil lotes da União estejam em situação ilegal. O prejuízo aos cofres públicos pode alcançar R$ 1 bilhão.
De acordo com a Polícia Federal, por meio de fraudes junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Mato Grosso, no qual estariam envolvidos familiares (utilizados como laranjas) e servidores da instituição, os Geller conseguiram ocupar 15 lotes do Projeto de Assentamento Itanhangá, situado no município de mesmo nome.
Durante a tarde de quinta, policiais federais estiveram nas residências de Odair, em Lucas do Rio Verde (MT), e Milton, em Nova Mutum (MT).
A ação dos policiais foi feita em Mato Grosso (nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde), Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
OUTRO LADO
Conforme Piccini, Odair e Milton nunca possuíram terras no Projeto de Assentamento. “O Odair possui terras particulares em Feliz Natal (MT), faz mais de dez anos. Em relação ao Milton, ele não tem propriedade alguma em assentamento nenhum. Há um grande mal entendido ou motivação, política ou pessoal, por trás dessa história.”
O advogado disse ainda que os irmãos se apresentaram à Polícia Federal por orientação do ministro Neri Geller.
Piccini deve entrar com um pedido de relaxamento da prisão de Odair e Milton logo após eles serem ouvidos pelo delegado Hércules Ferreira, que conduz as investigações da Operação.
O ministro da Agricultura afirmou em nota oficial “não acreditar” na participação de seus dois irmãos em irregularidades. Neri Geller disse ainda que não foi arrolado na operação.
Com Folha de S. Paulo
Homem tentar envenenar crianças com remédio em refrigerante
Um homem está sendo procurado pela polícia na região de Patos, no sertão paraibano, acusado de tentar matar um filho e três enteados com medicamento de uso controlado misturado a refrigerante.
O fato aconteceu na cidade de São Mamede, na noite desta quinta-feira (27). O acusado teria atentado contra a vida dos menores, sendo dois de 11 anos, um de 13 e outro de seis, por não aceitar a separação da esposa, que abandou a casa há cerca de um mês. Durante a noite, o homem teria pego as crianças para passear em um parque de diversão da cidade, que está em festa de emancipação política.
Depois de ir ao parque, o acusado teria levados os menores para a sua residência para lanchar.
As crianças passaram mal e apresentaram sintomas com sonolência e vômitos e foram internadas durante a madrugada no hospital infantil, Noaldo Leite, em Patos. O acusado fugiu.
As crianças foram submetidas a um processo de desintoxicação e receberam alta por volta das 12h desta sexta-feira.
Roberto Targino – MaisPB
POLÊMICA: 500 mil animais serão sacrificados à deusa Gadhimai durante festival
Mais de 500 mil animais devem ser abatidas no Nepal durante uma festa religiosa com duração de dois dias.
Milhões de fiéis hindus se reúnem para a cerimônia, que ocorre a cada cinco anos no templo de Gadhimai, chamada de “a deusa do poder”. A matança ocorre em Bariyarpur, perto da fronteira com a Índia. A maioria dos sacrifícios são búfalos, mas pássaros, porcos e cabras também são ofertas populares. O objetivo do derramamento de sangue, que começou às 3 da manhã, é apaziguar a deusa e pedir “sorte e prosperidade”. Cerca de 2,5 milhões de pessoas comparecem ao festival, de acordo com Yogendra Prasad Dulal, funcionário do governo local. Ele disse que é impossível estimar o número total de animais sacrificados. “É um ritual relacionado com a fé das pessoas”, explica Dulal. ‘Não podemos ferir os seus sentimentos e proibir a prática”.
“Somente nas primeiras horas do dia [28] foram abatidos mais de 6.000 búfalos, e pelo menos, 100.000 cabras”, comemora Mangal Chaudhary, principal sacerdote do templo local de Gadhimai. As festividades continuam no sábado, quando o total de animais mortos para agradar a deusa deve passar de meio milhão. É difícil precisar, pois não há nenhum tipo de registro oficial.
O ritual começa de madrugada, com o cerimonial ‘Pancha bali’, onde são sacrificados cinco animais: um rato, uma cabra, um galo, um porco e um pombo. Os sacerdotes se cortam e oferecem um pouco do próprio sangue, enquanto invocam as bençãos da deusa. As espadas curvas são as ferramentas mais comuns para os rituais.
As cabeças dos animais sacrificados são enterradas em um buraco enorme, enquanto o couro dos animais é vendidos para os comerciantes que tenham contratado para comprá-los. Toda a carne dos animais é reunida em um só local, onde é apresentada à divindade, mas não é consumida pelos fiéis. O Nepal é um país bastante pobre, mas parece ser um motivo de orgulho para os hindus locais o fato de hospedarem periodicamente o “maior sacrifício religioso do mundo”.
A Suprema Corte da Índia pediu recentemente que o governo impedisse a importação de gado (búfalos especificamente) vivo sem licença para o país. Ao contrário dos indianos, que não matam nem comem animais, os hindus nepaleses frequentemente fazem sacrifícios de sangue para apaziguar divindades durante os festivais religiosos. Mais de 80% dos 27 milhões de habitantes do Nepal são praticantes do hinduísmo.
Ativistas de direito dos animais estão fazendo campanhas contra o festival. N.G. Jayasimha, diretor da Sociedade Internacional Humanista da Índia, que acompanha tudo diretamente do local do templo, dispara: “Isso é realmente uma insanidade. Não há estradas, nem infraestrutura, sequer um simples meio de transporte que os traga, ausência de banheiros ou água potável. Mesmo assim, há gente por todos os lados. Um imenso número de pessoas chega até o vilarejo, trazendo consigo os animais para serem mortos”.
Ele lembra que no último festival, em 2009, o total de participantes foi perto de 5 milhões. Considera que as diversas campanhas de ativistas e do governo tenha desestimulado o mesmo fluxo este ano. Com informações de News Week e Daily Mail
Demissões na construção civil preocupam Federação das Indústrias
por FIES, ascom
Apesar das obras não estarem paralisadas, devido a um acordo/prazo de 30 dias que foi estabelecido para as adequações das obras, a FIES acredita que o diálogo entre os órgãos competentes, Poder Judiciário, Prefeitura de Aracaju, OAB/SE e a indústria da construção civil em Sergipe, pode evitar que a decisão seja mantida e que milhares de trabalhadores sejam prejudicados.
Cerâmica Vermelha
O impasse preocupa ainda o setor do segmento de cerâmica vermelha em Sergipe. Para o empresário e membro do Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olarias de Sergipe (Sindicer/SE), José Abílio Guimarães, caso a decisão seja mantida o setor também irá sofrer duras penalidades. “Claro que isso vai impactar não só na mão-de-obra do setor da construção civil mas também no segmento da cerâmica vermelha. Se o número de demanda e de obras cai, a nossa venda e produção de materiais cerâmicos também reduz. Isso é inevitável. Outro ponto é a demissão. Se não produzimos e vendemos como deveríamos, não vamos conseguir manter o mesmo número de funcionários nas empresas”.
Empresas serão notificadas pela Sefaz por omissão de informação
por SEFAZ, ascom
A Secretaria de Estado da Fazenda
Governo confirma exoneração de todos os CCs e redução de secretarias
por NE NOTÍCIAS
No almoço, o governador confirmou que vai exonerar todos
Haverá fusão e extinção de secretarias. As secretarias de Cultura e Esporte e Lazer passarão a ser uma única secretaria, e a de Direitos Humanos será incorporada pela Inclusão Social.
Jackson também anunciou a extinção do cargo de secretário adjunto em todo o governo.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
ENCARCERADOS: Sexo vigiado: visita íntima é separada por lençóis e tem hora marcada
Lá não tem espelho no teto, cama redonda nem música ambiente. É um lugar pouco romântico, onde a privacidade de um encontro íntimo se limita a um lençol separando beliches de alvenaria. Mas Lucas* e Ana* não se importam e, por alguns minutos, esquecem que estão dentro de uma cela no prédio anexo do Presídio Salvador.
Nada de gritos ou gemidos estridentes. Isso porque a cela em que Lucas, 24 anos, a recebe é a mesma que divide com outros quatro detentos. Ali, apenas cortinas feitas com lençóis, chamadas tihanys, separam os casais. Mesmo sem privacidade, eles se relacionam há três anos.
“Costumamos aumentar o volume da televisão para termos um pouco mais de privacidade”, diz a manicure de 38 anos, que visita Lucas, preso há cinco sob a acusação de homicídio.
Ele já estava na prisão quando a mulher com quem era casado foi assassinada. Passado esse episódio, Ana começou a visitá-lo a pedido do irmão de Lucas, de quem era amiga. Começou levando comida e documentos do filho dele com a falecida esposa. Hoje o menino é criado por Ana, junto com seus outros cinco filhos.
Dia de visita
No Presídio Salvador, as visitas íntima e social — essa última feita por pais, mães, filhos e irmãos — acontecem nos mesmos dias: as quartas e sábados no prédio principal, e as quintas e domingos no prédio anexo, ambas das 8h às 15h30.
Nessa unidade do Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde estão 858 presos — 172 a mais do que a capacidade, apenas dois dos cinco presos que dividem a mesma cela podem receber visita íntima no espaço, segundo o major Júlio César, diretor de Segurança Prisional da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
Visitantes distribuem fichas para organizar fila (Foto: Arisson Marinho)
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Quando esse número é maior, outra cela é disponibilizada para os demais casais. Os outros presos ficam no pátio, conversando com familiares ou aguardando o momento em que um agente penitenciário toque um apito, às 15h30, marcando o fim das visitas e o retorno para as celas.
Antes do apito soar, Ana lembra que um dia transava com o companheiro quando o barulho de uma confusão a assustou. Um preso agrediu a esposa após descobrir que ela tinha passado a noite em uma festa. “Ele saiu da cela e uns quinze homens foram pra bater nele. Até passei mal. Nunca tinha visto aquilo”, lembra.
Cronômetro
Na Cadeia Pública, ainda no Complexo Penitenciário, o tempo para o sexo é cronometrado. Cada casal tem apenas quarenta minutos de intimidade na unidade, onde três celas são destinadas apenas para a visita íntima e utilizadas em esquema de revezamento — uma vez por semana para cada preso.
A duração do encontro é controlada pelos agentes penitenciários, que, com batidas nas grades, sinalizam a hora de acabar. “O tempo é curto, mas não deixo de fazer nada do que eu faria se ele estivesse aqui fora”, conta a recepcionista Joana*, 23, recebida às segundas-feiras por Cleber*, 30, preso há dez meses por tráfico de drogas.
Cela para visita íntima na Cadeia Pública (Foto: Marina Silva)
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Segundo ela, lingeries e posições inusitadas são as únicas formas de apimentar o sexo no presídio, já que produtos eróticos são proibidos no local.
Para Edmundo Reis, promotor da Vara de Execuções Penais, as visitas íntimas acontecem de formas diferentes no Presídio Salvador e na Cadeia Pública por conta da arquitetura dos prédios.
“Nas unidades mais antigas, como Presídio Salvador e o Prédio Anexo, as visitas íntimas ocorrem em locais de convivência do preso. Na Cadeia Pública, que é um prédio mais novo, as visitas são recebidas em um espaço reservado. Essas diferenças acabam por criar dois modelos de visita”, explica o promotor.
As visitas íntimas para as pessoas privadas de liberdade têm também papel importante na preservação dos vínculos familiares e afetivos. “O exercício da sexualidade é um direito fundamental. O ser humano não pode pagar pelos erros que cometeu sendo privado desse direito”, afirma Anderson Fontes, psicólogo e mestre pela Ufba em sexualidade e gênero.
Segundo Fontes, a ausência desses encontros pode desenvolver comportamentos agressivos. “O exercício da sexualidade é uma necessidade humana. A visita é importante para manutenção de vínculos, mas também para a manutenção das suas funções psíquicas”, pondera o psicólogo.
Acampamento
À véspera dos dias de visita, dezenas de mulheres formam filas em frente ao Complexo Penitenciário, onde passam a madrugada, à espera do encontro. É na fila onde começam os preparativos: passam batons e perfumes e conferem maquiagem e o esmalte.
Maiara*, 24, era sempre a número um da fila. Duas vezes por semana, montava uma barraca de camping no ponto de ônibus em frente ao Complexo, onde passava o dia e a noite que antecedia a visita, à espera do encontro com Pablo*, 29, há quatro anos aguardando julgamento por ter cometido um homicídio.
Mulheres montam barracas em frente ao Complexo Penitenciário em véspera de dia de visita (Foto: Arisson Marinho)
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Lá dentro, sexo só depois que descansar da noite mal dormida na fila, de conversas e carícias. Após o sexo, nada de ducha ou chuveiro. Apenas um balde com água estava à disposição da dona de casa em um banheiro dentro da cela.
“Se quisesse tomar banho, tinha que pedir licença. Mas só eles [os presos] podem falar. O meu marido falava 'corredor’, aí o outro preso respondia 'corredor' — caso o banheiro estivesse livre, aí eu podia usar”, contou Maiara, que deixou de ser a primeira da fila. Pablo agora aguarda julgamento em liberdade e junto com Maiara se mudou para o interior. Enfim sós.
Modelo de revista íntima afasta familiar, alerta defensor público
Antes do esperado encontro, Ana, Maiara, Joana e todos os outros visitantes têm de passar por um momento que concordam ser o mais constrangedor: a revista íntima. “A gente tira toda a roupa, agacha três vezes, tosse, faz força. Depois elas [agentes penitenciárias] pedem pra gente abrir as partes íntimas e iluminam com uma lanterna. Depois, passam um detector de metais”, enumera Ana*.
Para o defensor público Pedro Paulo Casali, esse tipo de revista íntima, além de humilhante e vexatória, é perigosa. Segundo ele, esse modelo afasta os familiares do convívio do preso. “Nós [Defensoria Pública] ouvimos várias mulheres que relataram ter deixado de visitar seus maridos por conta da revista. Isso é perigoso porque o Estado não fornece a essas pessoas presas a assistência emocional devida, e é na família que eles encontram essa base”, diz.
No início deste ano, segundo Casali, a Defensoria Pública encaminhou à Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) um documento solicitando que detectores portáteis de metais, além de um scanner corporal, fossem adquiridos. Uma vez em uso, esses equipamentos substituirão o atual modelo de revista manual, que, de acordo com Casali, já foi trocada pela revista eletrônica em estados como Minas Gerais, Goiás e Espirito Santo. A situação está sendo mudada na Bahia, disse o major Júlio César, diretor de Segurança Prisional da Seap. Segundo ele, um novo sistema está em funcionamento no Presídio de Eunápolis. Para as unidades da capital, no entanto, não há prazo para a implantação do scanner corporal.
No Conjunto Penal Feminino, só 26 das 164 presas recebem visita
Se por parte das mulheres a fidelidade aos companheiros faz com que elas formem filas para as visitas na frente de presídios masculinos , o mesmo não ocorre na porta da Feminina — como as detentas chamam o Conjunto Penal Feminino.
Das 164 presas, apenas 26 mulheres recebem visita íntima, segundo dados da direção do Conjunto. Desse total, 11 são de mulheres cujos maridos estão em liberdade; 12 delas são visitadas por seus companheiros também presos. Outras três recebem as mulheres com quem mantém relacionamento.
Às terças e quintas, a visita íntima ocorre na unidade, em quatro celas. Lá, duas horas é o tempo determinado para a duração do encontro, que vai das 9h às 11h e das 13h às 15h.
Para elas, o direito a visita íntima foi regulamentado pela primeira vez em 1999. Naquele ano, o Projeto de Lei 1.352 estabeleceu parâmetros sobre o direito à visitação, modificando a Lei de Execuções Penais, criada em 1984, e que era pouco específica sobre visita.
Já para os casais homossexuais, esse direito veio ainda mais tarde. No ano de 2011, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária publicou a resolução n°4, assegurando as relações homoafetivas dentro das prisões.
* Nomes foram trocados a pedido das fontes
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NA ESTRADA DA VIDA
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FRAM MARQUES
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