Cuidando Bem da Sua Imagem

Cuidando Bem da Sua Imagem
Sistema Base de Comunicação

GIRO REGIONAL

GIRO REGIONAL
UM GIRO NO NORDESTE

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Por que caiu? Caiu por quê? Dossiê Botafogo: da Libertadores à Série B

Por Rio de Janeiro

Header BOTAFOGO - Por que caiu? Caiu por quê? (Foto: Infoesporte)



Foram seis anos de mandato. Dois títulos estaduais. Uma vaga na Libertadores. Ele contratou Seedorf. Revelou Dória, Gabriel e Vitinho. Tornou o Engenhão um estádio lucrativo. Como é possível que, ao deixar a cadeira de presidente do Botafogo, o dentista Maurício Assumpção saia tão rejeitado? Que ele sequer tenha tido coragem de, na reta final de seu mandato, assistir aos jogos do time no estádio? Que esteja sendo considerado o pior presidente da história por alguns torcedores?

       CAPÍTULO I
Dossiê Botafogo Mauricio Assumpção  (Foto: Editoria de Arte)Dossiê Botafogo


       CAPÍTULO II
Dossiê Botafogo Seedorf  PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 16/12


      CAPÍTULO III
Dossiê Botafogo Libertadores PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 17/12


      CAPÍTULO IV
Dossiê Botafogo Gabriel  PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 18/12


A resposta está numa série de erros cometidos já em seu primeiro mandato – que se agravaram no segundo e explodiram em 2014. Mesmo pagando mais de R$ 100 milhões em dívidas de presidentes anteriores, Assumpção se perdeu. A tentativa de conquistar um título nacional e  cumprir as promessas de campanha – contratar um jogador de "fechar aeroporto" e construir CTs para a base e para o profissional – fez com que o Botafogo gastasse muito mais do que arrecadava. Assumpção deixou de pagar encargos salariais e recolher impostos. Perdeu a confiança da Receita Federal e do Tribunal Regional do Trabalho. Por fim, terminou sua gestão de forma clandestina, sem confiança nem de seus departamentos jurídico e financeiro.
A contratação de Seedorf, em julho de 2012, foi um marco em todos os sentidos. A torcida adorou, a mídia elogiou, mas nos bastidores ela sinalizava uma aposta. Como um clube que não pagava encargos e driblava dívidas podia fazer a maior contratação do futebol brasileiro? Assumpção apostava no Proforte, que não veio. Vieram as penhoras e o estrangulamento do clube agravado pelo descontrole financeiro na gestão do futebol. 
O GloboEsporte.com ouviu jogadores, dirigentes, empresários, treinadores e profissionais que passaram pelo clube nos últimos anos para entender a destruição alvinegra. E explicar como o clube que começou 2014 na Taça Libertadores chegou a dezembro rebaixado, com oito meses de salários atrasados e uma dívida que ultrapassa R$ 700 milhões.
1 – A primeira gestão
O clube que Maurício Assumpção recebeu em 2009 vivia sérios problemas. O elenco profissional tinha quatro jogadores sob contrato. A base, apesar do esforço de alguns profissionais, não tinha apoio algum. Ele assumiu como candidato único, mas rapidamente brigou com seus dois principais pilares políticos: o Movimento Carlito Rocha e o grupo que viria a se tornar o "Mais Botafogo".
Os primeiros se sentiram traídos na eleição, quando Maurício trocou a vice-presidência jurídica. O "Mais Botafogo" abandonou a gestão ainda no início, numa renúncia coletiva de vice-presidentes. A gestão se baseou num tripé de profissionais: Sérgio Landau (diretor executivo), Renato Blaute (diretor financeiro) e Anderson Barros (gerente de futebol profissional).
Os dois últimos responderiam aos vice-presidentes Cláudio Good (financeiro) e André Silva (futebol). Good saiu ainda em 2009, e o vice-geral Antonio Carlos Mantuano acumulou o cargo até que, em 2010, Marcelo Murad assumisse. Em 2011, Blaute brigou com Landau, e Murad deixou de ser vice financeiro para assumir como diretor. Mantuano ficaria como vice geral até 2012, quando brigaria com Maurício e passaria a ser oposição.
Dossiê Botafogo - mauricio Assumpção (Foto: André Durão)Mauricio Assumpção comemora eleição à presidência do Botafogo em 2008 (Foto: André Durão)

2 – Divisão entre base e profissional
As divisões de base seriam a joia da coroa da gestão Assumpção. Ao contrário de Bebeto de Freitas, que não ia a Marechal Hermes, o novo presidente frequentava jogos, dava palpites e até preleções. Sempre apoiado em seus dois homens de confiança: Bernardo Arantes e Sidnei Loureiro.
Bernardo, que antes trabalhava com o agente FIFA Pedro Cabral, ficou responsável por contratos e contatos. Sidnei chegou como coordenador técnico, ganhando R$ 28 mil. Acima dele havia o diretor Marcelo Calumby, o gerente Humberto Redes e seu auxiliar, Coronel Ronaldo. Em três meses, Redes e Ronaldo foram ejetados.
– Nós chegamos com muito gás, e eles não estavam no mesmo pique – disse Sidnei Loureiro, anos depois.
Ainda em 2009, Calumby resolveu ir embora quando contestou uma viagem da base para a Holanda, bancada por empresários em troca de percentual de jogadores. A viagem havia sido autorizada por Maurício. Calumby percebeu que não mandava nada e saiu, deixando a base sem diretor.
Maurício Assumpção e Sidnei Loureiro Botafogo (Foto: Thales soares)Coordenador técnico, Sidnei Loureiro conversa com Mauricio Assumpção (Foto: GloboEsporte.com)

3 – Prospecção
Bernardo Arantes começou a fazer trabalhos de prospecção de contratos de base em litígio. Com isso, trouxe Daniel (do Cruzeiro) e Dankler (do Vitória). Graças às parcerias, o Botafogo pegou vários bons jogadores. Gabriel veio do Paulínia-SP, e Vitinho, do Audax. Em virtude dos contatos de Anderson, Jádson e Gilberto chegaram via MFD quando o CFZ foi desativado. E Caio estava no Volta Redonda.
O lado ruim: o percentual do clube em boa parte dos jogadores da base era em média de 50%. Dória, revelado no clube, tinha 40% de seus direitos vinculados ao Niterói Futebol Clube, de seu empresário Jolden Vergette. Caio, por conta de dívidas com seu empresário Reinaldo Pitta, tinha apenas 8% dos direitos vinculados ao clube.
Com investimento, a base do Botafogo melhorou tecnicamente. O time foi campeão de juniores em 2011 usando vários jogadores que tinham ficado da gestão anterior, como Cidinho, Renan Lemos e Lucas Zen. E ganhou novamente o título em 2014.
Dossiê Botafogo - Caio (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Oriundo do Volta Redonda, Caio era apenas 8% do Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

4 – Campanhas irregulares
Em 2009, o Botafogo construiu um time às pressas, trazendo Maicosuel, Reinaldo e Victor Simões para uma estrutura ainda precária. A gestão Assumpção encontrou um elenco destroçado, com apenas quatro jogadores com contrato profissional. Com um time muito limitado sob comando de Ney Franco, o Botafogo ganhou a Taça Guanabara e foi à final do estadual. Perdeu para o Flamengo nos pênaltis, depois que Maicosuel e Reinaldo se lesionaram no primeiro jogo da decisão. No Brasileirão, brigou no sufoco para se salvar do rebaixamento na última rodada, e duas contratações tiveram papel fundamental: o goleiro Jefferson e o atacante Jobson.
Veio 2010, e o clube trouxe dois atacantes estrangeiros: o argentino Herrera e o uruguaio Loco Abreu. Loco estreou contra o Vasco, no Engenhão, onde o Alvinegro acabou goleado por 6 a 0. O ex-presidente Carlos Augusto Montenegro e o ex-vice de futebol Ricardo Rotemberg (que tinha contratado Zárate e Castillo) abriram fogo contra Anderson Barros e Maurício Assumpção pela primeira vez, reclamando que Dodô era ídolo alvinegro e tinha feito três gols pelo Vasco. E detonando o camisa 13.
– O Loco Abreu ganha o dobro que o Dodô. O time não teve vergonha. Estamos entregues – bateu Montenegro.
Dois meses depois, o Botafogo ganhou a Taça Guanabara em cima do mesmo Vasco, com um gol de Loco. E depois faturou o estadual em cima do Flamengo com a célebre cavadinha do camisa 13. O uruguaio virou um ídolo muito acima de Dodô, que deixou o Vasco para jogar em times de menor prestígio.
Dossiê Botafogo - Loco Abreu e Zagallo (Foto: Alexandre Durão)Ao lado de Zagallo, Loco Abreu é apresentado no Botafogo, em General Severiano (Foto: Alexandre Durão)

5 – Marketing a mil
Fora de campo, o Botafogo desenvolvia várias ações de marketing. O diretor Marcelo Guimarães lançava camisas alusivas a craques do passado, fazia homenagens e eventos que chamavam a atenção de outro clubes. Não era uma gestão voltada para arrecadar, mas sim para divulgar a marca do clube. Guimarães contratou o irmão de Maurício Assumpção, Marcelo, para ser repórter da "Botafogo Experience" e do programa Incêndio, que o clube publicava em seu canal no You Tube. No Facebook, os dois trocavam elogios.
marcelo (Foto: facebook)Marcelo Guimarães ao lado do ex-zagueiro Gonçalves. Elogios do irmão de Mauricio Assumpção (Foto: Facebook)

6 – A queda de André
Em 2010, o Botafogo de Joel Santana ia bem no Brasileiro até perder quatro jogadores por lesão  (Fábio Ferreira, Marcelo Mattos, Maicosuel e Herrera). Acabou vendo a vaga na Libertadores virar fumaça na última rodada, com uma derrota para o Grêmio no Olímpico. No ano seguinte, o time treinado por Caio Junior sofreu um apagão quando ameaçava entrar na briga pelo título.
As performances reacenderam a fogueira sob o departamento de futebol. Os conselheiros culpavam a "falta de cobrança" do time. Assumpção resolveu limar seu vice de futebol, André Silva, conhecido pela gentileza com que tratava jogadores e funcionários. Anderson Barros ficou sozinho no futebol, no papel de gerente, diretor e arrecadador de recursos. No fim do ano, ele contratou Oswaldo de Oliveira para ser o treinador em 2012.
vice-presidente de futebol Andre Silva - Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)André Silva, vice de futebol demitido após mais um insucesso do time (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

7 – Seedorf chega, Loco sai
O Botafogo perdeu a decisão do estadual para o Fluminense e começou instável o Brasileirão. Herrera saiu na janela do meio do ano e não teve reposição. Lucas, lateral-direito promissor, foi expulso na final do Carioca e na partida de volta contra o Vitória pela Copa do Brasil, contribuindo para as duas derrotas. As críticas cresceram fora de campo – Oswaldo havia barrado Loco Abreu –, e os salários atrasavam.
Em julho, chegou Seedorf, que causou um cataclisma no grupo. O holandês não admitia certas práticas e opinava em tudo, da logística até a nutrição dos atletas. Quis mudar até o hino do clube. Viu os cartazes de atletas antigos no Engenhão e falou.
– Tem que botar os atletas do presente. Cadê o Jefferson, por exemplo?
Dossiê Botafogo - Seedorf (Foto: Fernando Soutello / Agif)Seedorf, a "contratação de fechar o aeroporto" de Mauricio Assumpção (Foto: Fernando Soutello / Agif)

8 – Anderson Barros na berlinda
O time sentiu as mudanças. O elenco se dividiu com a presença imperial de Seedorf. Oswaldo soube aos poucos contornar as tensões, mas em campo era necessário reconstruir. O treinador ainda tentava encaixar Fellype Gabriel e o uruguaio Lodeiro em seu esquema, e tinha indicado Rafael Marques, que vira jogar no Japão, para o ataque.
O nome do atacante foi aprovado pelo Comitê de Futebol, mas a operação era muito cara – cerca de R$ 290 mil mensais – e pôs Anderson Barros na berlinda de vez. Com o time fora da briga pela Libertadores, as críticas explodiram. Os homens próximos de Assumpção diziam que faltava cobrança no profissional.
– Eles batiam nisso, mas não era verdade. Havia cobrança e um ambiente positivo, só que ninguém que era de fora via – diz um ex-funcionário do clube.
Muito próximo de Assumpção, Sidnei Loureiro batia com firmeza. Dizia que na base tudo funcionava e atacava também nas escolhas de reforços. Rafael Marques era o principal alvo. O gerente da base comentava nos bastidores que o atacante era "a pior contratação do Botafogo em todos os tempos." A tese encontrava eco na imprensa, na torcida – que vaiava Rafael – e nos cardeais. Assim como fizera criticando a contratação de Loco Abreu, Montenegro abriu fogo contra o gerente.

– Rafael Marques tem o mesmo número de gols de um zagueiro: zero. O Anderson Barros é remunerado para errar desse jeito?
Rafael Marques, Botafogo, Apresentação (Foto: Marcos Tristão / Agência o Globo)Rafael Marques, em sua apresentação. Atacante foi motivo de discórdias (Foto: Marcos Tristão / Agência o Globo)

9 - O custo Seedorf
A fritura de Anderson foi um pouco ofuscada pela chegada de Clarence Seedorf, a "contratação de fechar aeroporto" com a qual Assumpção sempre sonhou. O holandês desembarcou no Galeão diante de uma torcida extasiada. Nos bastidores, porém, havia preocupação. O Botafogo tinha um Comitê de Futebol que discutia as contratações. Dele participavam o gestor do futebol, Anderson Barros; o diretor-executivo do clube, Sérgio Landau; o vice-presidente financeiro, Marcelo Murad; o vice de futebol, André Silva; o vice-geral, Paulo Mendes; e ocasionalmente outros dirigentes. O presidente Maurício Assumpção não era membro "para não influenciar o trabalho do comitê".
Desde 2010, Assumpção sonhava com o craque. Os números, porém, não batiam. Em junho de 2012, uma reunião do comitê bateu o martelo: o clube não teria como pagar a Operação Seedorf. Numa votação houve unanimidade: todos os membros foram contra a contratação. No dia seguinte, Landau solicitou novo encontro e levou a mensagem de que "o presidente entendia a contratação como importantíssima para resgatar a autoestima da torcida". Assumpção pedia que o comitê reconsiderasse a decisão e afirmava também que "ele, Maurício, seria responsável por levantar recursos para pagamento dos altos salários do holandês".
– Então para que servia o comitê? Maurício decidiu sozinho – disse um dirigente que fez parte das reuniões.
Seedorf chegou em julho de 2012 e ficou no Botafogo até janeiro de 2014. No total, foram 17 meses ao custo de R$ 18 milhões – mais de R$ 1 milhão por mês. O clube teve ganhos de imagem e de receita, como o aumento do sócio-torcedor de oito mil para 18 mil pessoas (depois caiu novamente), mas a despesa foi bem maior que a entrada de recursos. Já na chegada houve custo por conta da recepção com direito a helicóptero e hospedagem no Hotel Fasano. E o Botafogo não conseguiu tirar proveito financeiro de Seedorf. O clube sequer fechou um contrato para explorar sua imagem e alguns negócios trazidos pelo holandês não prosperaram.
Dossiê Botafogo - Seedorf e mauricio Assumpção (Foto: Fernando Soutello / Agif)Seedorf e Mauricio Assumpção: chegada do craque holandês foi luxuosa (Foto: Fernando Soutello / Agif)

10 – A pedra fundamental
As melhorias na base viraram o cartão de visitas de Maurício Assumpção. Com parcerias e investimentos em pessoal, o time melhorou sua performance e a captação de atletas. A estrutura, porém, continuava muito ruim. O sonhado Centro de Treinamento era uma promessa de campanha de Maurício. Em agosto de 2012, o presidente resolveu lançá-lo e promoveu um evento em Marechal Hermes ao lado de toda sua diretoria para lançar a pedra fundamental do CT, com direito a uma bela maquete.
Um mês depois, em setembro de 2012, Sidnei Loureiro esteve na UFRJ, onde deu palestra sobre a "revolução na base alvinegra". Com uma apresentação em Power Point, falou do futuro brilhante, das revelações e apresentou o plano do futuro CT de Marechal Hermes com diversos diagramas. Havia um problema, no entanto: a maquete e os diagramas não cabiam no terreno do clube. O projeto na maquete previa 55 mil metros quadrados e avançava sobre um terreno do Exército. Em reportagem de Vicente Seda, o GloboEsporte.com mostrou que o terreno do clube era consideravelmente menor: 19,5 mil metros quadrados.
Marechal Hermes Botafogo (Foto: Divulgação)Projeto do CT para as categorias de base em General Severiano (Foto: Divulgação)

Perguntado sobre por que mostrara um projeto maior do que o terreno, Loureiro disse que seriam campos menores apenas para treino e que esperava a cessão do resto do terreno pelo Exército. Assumpção, por sua vez, prometeu no lançamento que o CT estaria pronto até o fim de 2013. O clube resolveu demolir mesmo sem ter um projeto aprovado ou com recursos viabilizados. O presidente acreditava que, uma vez demolido, convenceria investidores a pagar a construção. Mas sua credibilidade já estava em queda. Resultado: o Botafogo derrubou o pouco que tinha e nada construiu. Hoje, Marechal Hermes encontra-se com obras inacabadas e sem uso.
General Severiano_Marechal Hermes Botafogo (Foto: Diego Rodrigues)Vestiário em Marechal Hermes: obras começaram, mas foram interrompidas (Foto: GloboEsporte.com)

11 – A última cartada
As pancadas de Carlos Augusto Montenegro surtiram efeito. O desgaste de Anderson Barros com a torcida era grande. Os torcedores reclamavam que o time ficava no quase, e o gerente de futebol era apontado como o responsável pelos constantes fracassos do time em competições nacionais. Não havia mais André Silva como escudo, e Sidnei Loureiro tinha a confiança plena do presidente. A cama estava feita para a mudança. Em setembro de 2012,  Anderson encontrou no Engenhão faixas de uma torcida organizada pedindo a sua saída e a de Oswaldo.
– Ele sabia que aquilo não era por acaso, que alguém tinha deixado isso chegar ali – disse um assessor.
Anderson tinha conhecimento de que sua situação não era fácil, só que ele ainda contava com alguma simpatia de Assumpção. O presidente sabia que o gerente de futebol não apenas tinha estruturado o departamento, mas que também buscava recursos para pagar salários criando cestas de atletas ou até conseguindo empréstimos com seus contatos no mercado. Mas mesmo isso era alvo das críticas internas, com toda sorte de suspeitas sendo levantadas para alvejá-lo. Os fracassos consecutivos na Copa do Brasil não ajudavam. Com o Brasileiro de 2012 indo para o espaço, entre agosto e setembro Anderson engendrou uma última cartada. Convidou Loureiro para ser seu auxiliar no profissional. E avisou a Assumpção.
– Presidente, ele ainda não está pronto. Precisa ser preparado.
Sidnei, porém, tinha pressa. Não queria ser apenas mais um. Chegou no profissional sem meias palavras e fazendo exigências.
– Ele chegou tocando o terror na comissão técnica – disse um ex-funcionário do clube.
  Sergio Landau, diretor executivo, Anderson Barros, gerente de futebol, e Chico Fonseca, vice de futebol (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Anderson Barros entre o diretor executivo Sérgio Landau (esq) e o vice de futebol Chico Fonseca (Foto: Globoesporte.com)

Anderson tentou administrar, mas ficou revoltado ao descobrir que Sidnei tinha levado ao presidente, sem passar por ele, uma apresentação feita pelo preparador de goleiros da base, Christiano Fonseca, que dizia que "Jefferson não sabia sair do gol". Era uma crítica clara ao trabalho do preparador Flavio Tenius.
– O Flavio Tenius tem duas Libertadores. Quem é Christiano Fonseca pra falar alguma coisa? – perguntou um membro da comissão.
Sidnei ficou sem clima no profissional. Voltou para a base alegando que iria tocar o projeto dos mil gols de Túlio, mas na verdade já começava a planejar como o futebol ficaria em 2013.
– Os dois erraram. Sidnei chegou querendo mandar, o Anderson não soube compor, e o Maurício se omitiu em vez de aparar as arestas – diz um ex-membro da comissão técnica.
Em novembro, Chico Fonseca – empossado como novo vice-presidente de futebol – avisou a Anderson que ele não ficaria em 2013.
12 – Túlio 1.000
Ainda em 2012, o Botafogo criou um projeto de marketing para tentar faturar com os 1.000 gols de Túlio. Relevando a contabilidade criativa do atacante, o clube tentou marcar uma série de amistosos para que o veterano jogador fizesse sete gols e chegasse ao almejado sonho. A ideia era que o milésimo pudesse ocorrer num jogo do profissional inclusive – algo que Oswaldo de Oliveira não cogitava de modo algum.
O projeto fracassou de forma retumbante, em meio à discórdia entre o então vice de marketing Marcelo Guimarães e o presidente Maurício Assumpção. Resultado: Túlio foi fazer o milésimo por outro clube e entrou na Justiça contra o clube alegando vínculo empregatício e pedindo reparação por danos morais. Já ganhou em primeira instância.
Dossiê Botafogo - Tulio Maravilha (Foto: André Durão)Tulio Maravilha na apresentação do seu projeto dos 1.00 gols (Foto: André Durão)

13 – Fim da era AB
A briga com Sidnei Loureiro tinha selado o destino de Anderson Barros. Ele deixou o Botafogo em dezembro de 2012, acertando antes as vendas de Elkeson e Maicosuel. Não se despediu nem recebeu nenhuma palavra do presidente Maurício Assumpção. Criticado pelas campanhas de 2011 e 2012 e pela contratação de Rafael Marques, Barros pagou a conta de campanhas que geravam expectativas, mas não conquistas nacionais. E de erros como John Lennon, Jean Coral e Vinícius Colombiano.
A torcida esquecia, porém, de seus acertos: Jefferson, Jobson, Loco Abreu, Antonio Carlos, Herrera, Elkeson, Maicosuel, Andrezinho, Lucas, Marcelo Mattos, Renato, Fellype Gabriel, Lodeiro, entre outros. Não via que ele havia estruturado o departamento de futebol profissional e tinha a confiança dos atletas e de agentes do mercado. Com o 12º orçamento entre os clubes da Série A e atolado em dívidas, o Botafogo tinha montado bons times. E feito bons negócios, como as vendas de Cortês para o São Paulo (R$ 6 milhões – foi comprado um ano antes por R$ 1 milhão), Elkeson (6,5 milhões de euros para a China), Renato Cajá (1 milhão de euros também para a China) e Márcio Azevedo (2,5 milhões de euros para a Rússia). 
Depois de sua saída, o clube vendeu apenas jogadores feitos em casa: as revelações Jádson, Vitinho e Dória. A última contratação de Anderson Barros antes de deixar o clube foi o zagueiro André Bahia.
anderson barros fabio ferreira seedorf botafogo treino (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Anderson Barros conversa Seedorf. Holandês foi contrário à saída do dirigente (Foto: Globoesporte.com)

14 – A bronca de Chico
Em novembro de 2012, Chico Fonseca, futuro vice de futebol, informou a Anderson Barros sua saída no fim do ano. Uma comissão de atletas, Seedorf à frente, tentou conversar com Maurício Assumpção pedindo a permanência de Barros. Chico Fonseca ficou irritado. Sem experiência com jogadores profissionais, ele resolveu ir para cima. Em dezembro de 2012, após um treino, ele reuniu os atletas na sala de imprensa do Engenhão, na frente de toda a comissão técnica. E falou grosso. Disse que Anderson estava indo embora, que era só um funcionário e que eles, jogadores, também eram funcionários e deviam cumprir ordens. Começou manso, mas acabou subindo o tom. Foi interrompido por Seedorf.
– Abaixa a voz. Não estou gostando do seu tom. Se você falou, também vai ouvir.
Uma pequena discussão se seguiu. Irritado, Chico simplesmente abandonou a reunião. Temendo um impacto negativo no grupo, ele telefonou para Anderson Barros, que já tinha deixado o estádio.
– Fiz merda. Dá para você corrigir?
chico fonseca bolivar botafogo apresentação (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Chico Fonseca junto a Bolívar. Dirigente perdeu comando logo na chegada (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)

Anderson voltou ao estádio, reuniu os atletas e contemporizou.  E Seedorf ganhou pontos com os outros jogadores.
– Chico nasceu morto como vice de futebol. Passou a ser odiado ali, logo depois de assumir – disse um membro da comissão técnica que presenciou a discussão.
A partir daquele momento, Chico passou a não engolir as ações de Seedorf. Qualquer decisão capaz de desestabilizar o holandês ganhava força com o dirigente, que não aceitava o ar de superioridade com que o jogador desfilava pelo Engenhão e por General Severiano.
AMANHÃ: DOSSIÊ BOTAFOGO II - 2013, O ANO DA ILUSÃO. 

Polícia desarticula quadrilha liderada por mulher

Uma quadrilha de traficantes liderada por uma mulher foi desarticulada durante a Operação Loide, destinada ao cumprimento de 38 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão, nesta sexta-feira (12). A organização criminosa tinha base na cidade de Senhor do Bonfim, a 243 km de Serrinha, e conexão em Andorinha, Juazeiro e Salvador.

Equipes da 19ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior) de Senhor do Bonfim e das Coorpins de Juazeiro, Paulo Afonso, Jacobina, Feira de Santana, Itaberaba e Irecê cumpriram os mandados judiciais no início da manhã, prendendo Loide Maria de Almeida, Neilton Alves da Silva e Agnaldo da Silva Cardoso, o “Batatão”, e mais 22 traficantes.

Dois dos mandados de foram cumpridos na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador, e dois no Presídio de Juazeiro. Um adolescente integrante do grupo também foi apreendido.

De acordo com Polícia Civil, Loide Maria recebia as drogas de Neilton Alves e Agnaldo da Silva. Havia ainda outro importante fornecedor apelidado de “Neném”, que mora em São Paulo. Ainda segundo a polícia, um filho da acusada, de prenome Alex, guardava a maior parte da droga em sua residência, e depois revendia o entorpecente em um bar de sua propriedade.

Os policiais apreenderam com a quadrilha maconha, crack, cocaína, R$ 1,8 mil em dinheiro, duas balanças de precisão, três armas e munições. As drogas as armas e o restante do material seguiram para perícia, no DPT (Departamento de Polícia Técnica).

Morre Rogério Farhat, o advogado do "Programa do Ratinho"

Morre Rogério Farhat, o advogado do "Programa do Ratinho"

Morreu neste domingo (14), aos 69 anos, o advogado Rogério Farhat, mais conhecido nacionalmente por cuidar dos casos de DNA no "Programa do Ratinho".
A informação foi divulgada pelo produtor da atração, Murilo Bordoni. “Acabo de receber a triste notícia do falecimento do querido amigo e companheiro de programa Dr. Rogério Farhat, que por anos esteve ao lado do Ratinho, cuidando dos casos de DNA. Vá com Deus amigo!”, escreveu ele em seu Instagram.



Assistente de Ratinho, Valentina Francavilla também se manifestou: “Vá em paz Dr. Farhat, fez parte de toda vida do DNA do Ratinho!!! Amamos o senhor é vamos muito sentir sua falta!”.

Rogério Farhat nasceu em São Paulo e na carreira jurídica atuou na Assembléia Legislativa de São Paulo, Tribunal de Contas de São Paulo, Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Handebol e Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Tênis, entre outros.

Ele também trabalhou na área política, sendo vereador em 2000 e reeleito em 2004.

Em seu Twitter a jornalista Sonia Abrão informou que Dr. Faraht morreu vítima de câncer e o sepultamento aconteceu neste domingo às 17h00 no Cemitério Ghetsemani, no Morumbi.


PORTAL EUCLIDENSE / MARCELO NOBRE

Governos federal e estadual discutem construção do Canal do Sertão Baiano


O governo da Bahia pleiteou ao governo federal, através do Ministério da Integração Nacional - MI, recursos para a construção do Canal do Sertão Baiano - CSB, que levará água para abastecimento de 44 municípios no norte do estado. O pleito foi feito durante encontro realizado na manhã desta segunda-feira (15), na Governadoria, destacando a sua importância para a segurança hídrica estadual. Também participaram da reunião o deputado federal e governador eleito, Rui Costa, o secretário estadual e o chefe de gabinete da Casa Civil, Carlos Mello e Bruno Dauster e outros representantes do Estado e governo federal. O projeto do CSB, também conhecido como eixo sul da transposição do Rio São Francisco, está inserido no contexto da convivência com o semiárido.

O projeto, cujo valor total é estimado em R$6 bilhões, vai promover, além do abastecimento humano e dessedentação animal, o fortalecimento da agricultura e o incentivo à pecuária. O pleito é que ele esteja inserido no Plano Nacional de Segurança Hídrica – PNHS, que será construído em parceria com o MI, a Agência Nacional de Águas (ANA) e os governos estaduais.

Bruno Dauster destacou a importância do projeto para a população baiana e os benefícios econômicos que ele trará. “Mais do que água, o projeto trará desenvolvimento para a região. O Canal do Sertão Baiano terá, ao todo, 300km de extensão e seus reservatórios abastecerão tanto as áreas urbanas quanto as rurais dos municípios beneficiados”.

Plano Nacional de Segurança Hídrica - Na ocasião, foi apresentado o Plano Nacional de Segurança Hídrica, que pensará a infraestrutura hídrica do Brasil a médio e longo prazo. O objetivo do Plano é definir as principais intervenções e estratégias de recursos hídricos do país, tanto para abastecimento humano quanto para atividades produtivas.

Segundo o ministro Fernando Teixeira, os governos estaduais terão participação ativa na construção do Plano, que deve durar cerca de 2 anos e vai atender às demandas até 2035. “Os governos vão indicar o que é prioridade em cada estado. Estamos aqui para conhecer as demandas da Bahia”. As obras inseridas no PNHS devem ter natureza estruturante e relevância regional ou abrangência interestadual.

Ascom - Casa Civil

Prometido há dois anos, Disque Igualdade Racial não sai do papel

Prometido há dois anos, Disque Igualdade Racial não sai do papel
Foto: Reprodução
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) termina 2014 sem executar o projeto de implantar um canal grátis de denúncias de racismo, prometido há dois anos, segundo reportagem do Correio Braziliense. A criação do Disque Igualdade Racial, semelhante a canais já existentes nas pastas de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres, foi confirmada pela ministra da Seppir, Luiza Bairros, em junho. A pasta conta com o menor orçamento da Esplanada dos Ministérios. Sem o canal, a secretaria não mapeia as queixas contra racismo pelo país, o que pode dificultar o planejamento de políticas públicas. A Seppir já desembolsou R$ 26 milhões com o projeto, mas ainda não implantou a medida. O gerente de projetos da pasta, Felipe Freitas, atribui a dificuldade de criação do Disque a burocracia. “O processo licitatório pode ser bastante longo e pode haver judicialização administrativa questionando o pregão”, afirma. A Seppir não informou em que etapa está o processo, quando foi aberto, e quais são as empresas envolvidas. 

SEM RECURSOS: PREFEITURAS COM RESTRIÇÕES NO CAUC


Levantamento feito no site do Tesouro Nacional no domingo, 14 de dezembro, ás 20 horas e 30 minutos, ficou constatado que todas as prefeituras da região tem restrições no CAUC, o que impossibilita o recebimento de transferência de recursos de convênios com o Governo Federal.

Numero de restrições por município: Itapicuru,05; Caldas de Cipó,06; Nova Soure,07; Olindina,02; Ribeira do Amparo,03; Ribeira do Pombal,02; Cicero Danta,05; Antas,11; Euclides da Cunha,05; Tucano,08; Jeremuabo,05; Fátima,04; Sítio do Quinto,09; Heliópolis,02; Adustina,03; .
 

Fonte: joilsoncosta / ARILDO LEONE

WhatsApp pode ganhar versão para computador em breve

O WhatsApp pode ganhar uma versão web em breve. Os rumores começaram em julho desse ano, quando a Microsoft fazia uma apresentação e deixou escapar que possivelmente estava em desenvolvimento um aplicativo do WhatsApp para computadores.
WhatsApp pode ganhar versão para computador em breve. (Foto: Reprodução)
Pavel Durov, responsável pelo Telegram, disse em entrevista ao TechCrunch que o WhatsApp tentou contratar o desenvolvedor que criou a versão do Telegram para web. Durante a conversa, Durov chegou a especular que os concorrentes lançarão a novidade.
A equipe do AndroidWorld holandês vasculhou os códigos da versão beta do WhatsApp e descobriu que já existe até um nome para o novo aplicativo: WhatsApp Web. Para vincular a conta ao navegador, o usuário precisa fazer com que a câmera do smartphone autorize o login lendo um QR code, já que o aplicativo não tem senha. O WhatsApp não confirmou a criação da nova versão. 
iBahia.com

PODE ISSO?...Petrobras assinou contrato em branco com empresa holandesa

Ex-diretor de Serviço da Petrobras Renato Duque autorizou contrato em branco – Márcia Foletto / Agência O Globo

Bruno Chabas resolveu atualizar a correspondência quando viu um recado de Zoe Taylor-Jones, advogado da SBM, empresa holandesa que possui US$ 27,6 bilhões em contratos de navios e plataformas marítimas com a Petrobras. Eles lideravam a equipe que há meses revolvia os arquivos da diretoria recém-demitida. Rastreavam pagamentos de US$ 102,2 milhões em propinas a dirigentes da Petrobras, intermediados pelo agente da companhia no Brasil Julio Faerman.
“Cavalheiros, sinto muito, mas esta é a última cereja do bolo”, ele escreveu a Chabas, presidente da SBM, e a mais quatro diretores, acrescentando: “Nós pagamos também a conta de telefone e de internet de Faerman”. Anexou uma fatura pendente de R$ 1.207,00 da operadora Sky.
Era 1h35m da madrugada de terça-feira, 17 de abril de 2012. Com a agenda da manhã seguinte sobrecarregada pela auditoria, Chabas mandou uma resposta irônica antes de dormir: “Essa relação nunca pára de me surpreender”.
Mais surpreendidos ficaram, dias atrás, os auditores e advogados do Tribunal de Contas da União, da Receita Federal e do Banco Central que analisaram para o Congresso a documentação dos negócios da Petrobras com a SBM.
Comprovaram, por exemplo, que a diretoria da estatal subscreveu um contrato em branco para a construção do navio-plataforma P-57. Isso aconteceu na sexta-feira 1º de janeiro de 2008.
O contrato de construção da P-57 (nº 0801.0000032.07.2), que chegou à CPMI, não contém “informação expressa sobre seu valor”, relataram os técnicos, por escrito, à Comissão Parlamentar de Inquérito.
Na cláusula específica (“Quinta — Preço e Valor”), os campos simplesmente não foram preenchidos. Ficaram assim:
“5.1 O valor total estimado do presente CONTRATO é de R$ xxxxx (xxxx), compreendendo as seguintes parcelas:
5.1.1 R$ xxxxx (xxxx), correspondente aos serviços objeto do presente CONTRATO, sendo R$ _____ ( ) referente a serviços com mão-de-obra nacional e R$ _____ ( ), referente a serviços com mão de obra não residente;
5.1.2 R$ xxxxx (xxxx), correspondente aos reembolsos contratualmente previstos”.
formato-materia-vertical-2.jpg
QUASE UM ANO DEPOIS
Somente 207 dias depois — ou seja, passados sete meses — é que “esses valores foram ‘preenchidos’”, registraram os assessores da CPMI.
O “Aditivo nº 1” foi assinado na terça-feira 26 de agosto de 2008, mas ainda sem especificar os valores completos dos serviços nacionais e estrangeiros.
A plataforma P-57 foi vendida por US$ 1,2 bilhão à Petrobras. Por esse negócio, a SBM pagou US$ 36,3 milhões em propinas — o maior valor entre seus casos de corrupção no Brasil, como admitiu, em acordo de leniência com a promotoria da Holanda e o Departamento de Justiça dos EUA.
A empresa holandesa confessou ter distribuído US$ 102,2 milhões em subornos a dirigentes da Petrobras, entre 2005 e 2011. Assim, obteve 13 contratos de fornecimento de sistemas e serviços à estatal. Foram suas operações mais relevantes no país, durante os últimos cinco anos da administração Lula e no primeiro ano do governo Dilma Rousseff.
As propinas foram “para funcionários do governo brasileiro”, constataram a Receita e o Ministério Público da Holanda. Os pagamentos, segundo eles, fluíram a partir de empresas criadas pelo agente da SBM no Rio, Julio Faerman, no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Faerman controlava três (Jandell Investiments Ltd., Journey Advisors Co. Ltd. e Bien Faire Inc.) e partilhava outra (Hades Production Inc.) com o sócio carioca Luis Eduardo Barbosa da Silva.
Quem assinou o contrato da P-57 foi Pedro José Barusco Filho, que, na época, era gerente executivo da Diretoria de Engenharia e Serviços, comandada por Renato de Souza Duque.
No mês passado, Barusco se apresentou à procuradoria federal. Entregou arquivos, contas bancárias e se comprometeu a fazer uma confissão completa em troca da atenuação de penalidades. Informou possuir US$ 97 milhões guardados no exterior, dos quais US$ 20 milhões na Suíça já estão bloqueados. Duque foi preso e depois liberado. Agora, enfrenta acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência com políticos do Partido dos Trabalhadores. Ele nega tudo.
Era preciso, no entanto, garantir a entrega antecipada do equipamento. O diretor Duque e seu gerente Barusco recorreram ao agente da SBM no Rio. Faerman informou ser possível, mas a custos extras. Seguiu-se uma negociação com os funcionários Mario Nigri Klein, Ricardo Amador Serro, Antonio Francisco Fernandes Filho e Carlos José do Nascimento Travassos.
Em abril de 2010, Duque aprovou a despesa extraordinária pela antecipação da entrega da plataforma, apoiado por Barusco e outro gerente, José Antônio de Figueiredo.
Lula comandou o “batismo” da plataforma em comício em Angra dos Reis (RJ), na quinta-feira 7 de outubro. A antecipação da entrega para o evento, em meio à disputa presidencial, custou à Petrobras um extra de US$ 25 milhões. A SBM enviou US$ 750 mil líquidos para empresas de Faerman nas Ilhas Virgens Britânicas.
Tendo trabalhado por seis anos na estatal, nos anos 60, o agente da SBM no Rio conhecia como poucos os chefes, suas carreiras e as áreas de decisão na sede da Avenida Chile, no Centro. Mantinha encontros semanais com alguns.
Havia um padrão de abordagem, relata um engenheiro da Petrobras, evitando citar nomes. Iniciante na estatal, nos anos 90, passou a receber sucessivos elogios de um executivo da SBM no Rio, por seu desempenho nas avaliações dos projetos de afretamento de sondas e plataformas, etapa decisiva na rotina pré-contratual.
— Fiquei empolgado. Afinal, era um simples funcionário, estava começando e já recebia elogios de executivo de empresa de porte — contou. Um dia foi convidado para um jantar na Zona Sul.
A conversa suave, regada a vinho, derivou para seu trabalho na seção de custos de afretamentos. Depois de escolher o prato, o funcionário da Petrobras escutou uma proposta do representante, conhecido como o “homem forte” da SBM:
— Quero compartilhar com você parte da minha comissão — disse-lhe, apontando o dedo indicador para o alto, em alusão a eventuais lucros.
O incômodo à mesa é inesquecível:
— Não dormi naquela noite. Depois me convidaram várias vezes para trabalhar, até que desistiram.
No início de 2012, quando rastreava propinas pagas no Brasil, o advogado da empresa holandesa Zoe Taylor-Jones perguntou a Faerman sobre sua rotina de contatos, presentes e propinas a funcionários da Petrobras. Ele negou, dizendo que se limitava a “enviar cartões de Natal”.
É certo que o agente da SBM no Rio mantinha uma rede de informantes no centro de decisões da estatal. Em junho de 2009, enviou a um dos chefes da companhia holandesa o projeto da Petrobras para criação de estações de liquefação de gás em alto-mar. “É informação muito confidencial nesse estágio e tem implicações muito sérias se alguma coisa vazar”, advertiu.
A cúpula em Amsterdã recebeu, também, uma cópia do “Plano Diretor do Pré-Sal”, classificado como “confidencial”, um mês antes de sua aprovação pela diretoria-executiva da Petrobras. O documento foi copiado com a senha “SG9W”, pertencente a Jorge Zelada, diretor Internacional. Ele admitiu, em audiência no Congresso, a propriedade, mas negou o repasse do plano do pré-sal.
75766b58706c524b4e3449414270516a?_RM_EMPTY_&topico=Lava-Jato&entidade=Mario%20Nigri%20Klein-CPMI-Osvaldo%20Kawakami-lula-SBM%20Offshore-Angra%20dos%20Reis-Marcio%20Felix%20Carvalho%20de%20Bezerra-Natal-partido%20dos%20trabalhadores-Diretoria%20de%20Engenharia%20e%20Servicos-Pedro%20Aramis-pt-dilma%20rousseff-Tribunal%20de%20Contas%20da%20Uniao-Holanda-Departamento%20de%20Justica%20dos%20EUA-Bien%20Faire%20Inc-Bruno%20Chabas-brasil-Carlos%20Jose%20do%20Nascimento%20Travassos-Jorge%20Zelada-Roberto%20Moro-Ilhas%20Virgens%20Britanicas-Jose%20Sergio%20Gabrielli-Sky-Jose%20Luiz%20Marcusso-Ministerio%20Publico%20da%20Holanda-congresso-Julio%20Faerman-Jose%20Antonio%20de%20Figueiredo-petrobras-Samir%20Passos%20Awad-Cornelius%20Franciscus%20Jozef%20Looman-Antonio%20Francisco%20Fernandes%20Filho-Avenida%20Chile-Plano%20Diretor%20do%20Pre-Sal-Receita%20Federal-Hades%20Production%20Inc-Faerman-casa%20civil-Suica-Aditivo-SBM%20enviou%20US$-rio-Renato%20de%20Souza%20Duque-Centro-RJ-P-57-Comissao%20Parlamentar%20de%20Inquerito-Luis%20Eduardo%20Barbosa%20da%20Silva-Banco%20Central-Luiz%20Roberio%20Silva%20Ramos-Comissao%20Interna-Quinta-Zoe%20Taylor-Jones-Barusco-Journey%20Advisors%20Co-Ricardo%20Amador%20Serro-Jandell%20Investiments%20Ltd-Zona%20Sul-Duque-Amsterda-Internacional-Pedro%20Jose%20Barusco%20Filho&idArtigo=14833389&gender=2&age=4&education=2&interest=19&interest=61&interest=96&interest=129&interest=130&interest=1&interest=3&interest=8&interest=15&income=1&marital=1&cluster=41
— A senha é como uma assinatura digital — lembrou o gerente de segurança da estatal, Pedro Aramis, em outra audiência.
Neste domingo, a Petrobras divulgou nota lembrando que, há dez meses, “tem se empenhado em apurar todas as relações entre representantes da empresa e representantes da SBM Offshore, buscando evidenciar eventuais desvios de conduta”. Acrescentou que, nesse período, “uma Comissão Interna investigou todos os empregados que tiveram participação direta ou indireta nos processos de contratação com a SBM, independente da posição gerencial ou técnica, passada ou presente, na companhia”.
“Mesmo sem encontrar evidências de suborno” — prossegue — recomendou-se a continuidade da apuração “de indícios de atos impróprios”. As informações obtidas “foram encaminhadas às autoridades”, conclui a Petrobras.
Agência O Globo
75766b58706c524b4e3449414270516a?_RM_EMPTY_&topico=Lava-Jato&entidade=Mario%20Nigri%20Klein-CPMI-Osvaldo%20Kawakami-lula-SBM%20Offshore-Angra%20dos%20Reis-Marcio%20Felix%20Carvalho%20de%20Bezerra-Natal-partido%20dos%20trabalhadores-Diretoria%20de%20Engenharia%20e%20Servicos-Pedro%20Aramis-pt-dilma%20rousseff-Tribunal%20de%20Contas%20da%20Uniao-Holanda-Departamento%20de%20Justica%20dos%20EUA-Bien%20Faire%20Inc-Bruno%20Chabas-brasil-Carlos%20Jose%20do%20Nascimento%20Travassos-Jorge%20Zelada-Roberto%20Moro-Ilhas%20Virgens%20Britanicas-Jose%20Sergio%20Gabrielli-Sky-Jose%20Luiz%20Marcusso-Ministerio%20Publico%20da%20Holanda-congresso-Julio%20Faerman-Jose%20Antonio%20de%20Figueiredo-petrobras-Samir%20Passos%20Awad-Cornelius%20Franciscus%20Jozef%20Looman-Antonio%20Francisco%20Fernandes%20Filho-Avenida%20Chile-Plano%20Diretor%20do%20Pre-Sal-Receita%20Federal-Hades%20Production%20Inc-Faerman-casa%20civil-Suica-Aditivo-SBM%20enviou%20US$-rio-Renato%20de%20Souza%20Duque-Centro-RJ-P-57-Comissao%20Parlamentar%20de%20Inquerito-Luis%20Eduardo%20Barbosa%20da%20Silva-Banco%20Central-Luiz%20Roberio%20Silva%20Ramos-Comissao%20Interna-Quinta-Zoe%20Taylor-Jones-Barusco-Journey%20Advisors%20Co-Ricardo%20Amador%20Serro-Jandell%20Investiments%20Ltd-Zona%20Sul-Duque-Amsterda-Internacional-Pedro%20Jose%20Barusco%20Filho&idArtigo=14833389&gender=2&age=4&education=2&interest=19&interest=61&interest=96&interest=129&interest=130&interest=1&interest=3&interest=8&interest=15&income=1&marital=1&cluster=41
A comissão parlamentar de inquérito identificou outros sete funcionários da Petrobras envolvidos no processo de compra da P-57. Eles são: Márcio Félix Carvalho de Bezerra; Luiz Robério Silva Ramos; Cornelius Franciscus Jozef Looman; Samir Passos Awad; Roberto Moro; José Luiz Marcusso e Osvaldo Kawakami.
Um ano depois da assinatura do contrato, a P-57 entrou no projeto de propaganda eleitoral do governo. Foi em outubro de 2009, quando Lula preparava Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, para disputar a eleição presidencial de 2010.
O então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que é filiado ao PT, formatou um calendário de eventos. Escolheu o período entre o primeiro e o segundo turnos, em outubro de 2010, para o “batismo” da plataforma, sob a justificativa do 57º aniversário da estatal.

SERGIPE: Veja conta de celular do Estado

É bom o governo dar uma olhada nas ‘pequenas’ contas com telefone celular



Quando o governo fala em reduzir despesas, é bom dar uma olhada nas ‘pequenas’ contas  mensais com telefone celular.
Confira (imagem forte):


NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

AS MAIS COMPARTILHADAS NA REDE

AS MAIS LIDAS DA SEMANA