A força tarefa da operação Lava Jato investiga se funcionários da Caixa Econômica e do Ministério da Saúde participaram do esquema que desviou dinheiro de publicidade para empresas do ex-deputado federal André Vargas e do irmão dele. Neste sábado (11), os presos na 11ª primeira fase da operação fizeram exames no IML de Curitiba.
Entre os presos levados neste sábado para exames no IML, estão seis detidos ontem. Eles chegaram ao prédio do Instituto Médico Legal em uma van, escoltados por policiais federais, por volta das oito da manhã. Os detidos fizeram exames de corpo de delito, uma regra a que são submetidos todos os presos, logo depois de chegar à carceragem.
Entre os presos estavam o ex-deputado do PT André Vargas e o irmão dele, Leon. Segundo aPolícia Federal os dois receberam dinheiro desviado de contratos firmados com a agência de publicidade Borghi Lowe. Nesta sexta (10), foi preso em Brasília o ex-diretor da agência Ricardo Hoffmann.
Segundo as investigações, o esquema funcionava assim: o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica contratavam a agência Borghi Lowe. A agência então subcontratava empresas para prestar serviços, como por exemplo, produtoras. O pagamento pelo serviço às subcontratadas era feito pela Caixa Econômica e pelo Ministério da Saúde.
Normalmente no mercado de publicidade, as empresas subcontratadas repassam à agência de publicidade 10% dos valores recebidos. Esse repasse é legal. O problema, segundo a Polícia Federal, é que a comissão era desviada para empresas de fachada do ex-deputado André Vargas e do irmão dele, Leon.
“Essas empresas não prestavam serviços, nós temos afirmações nesse sentido e portanto caracteriza lavagem de dinheiro, nós acreditamos também que é caso de corrupção”, diz Carlos Fernando Lima, procurador MPF.
Em nota, a Caixa informou que vai apurar o fato internamente e enviar aos órgãos de controle os contratos com as empresas citadas.
Já o Ministério da Saúde disse que suspendeu os pagamentos à agência de publicidade e que vai disponibilizar as informações dos contratos de publicidade para auxiliar nas investigações.
“Agora inevitavelmente vamos avançar por contratos junto a Caixa Econômica e ao Ministério da Saúde, mas outros ramos não estão descartados, não”, comenta Igor de Paula, delegado da Polícia Federal.
Outros dois ex-deputados tiveram suas prisões decretadas. Em Salvador, a Polícia Federal prendeu o ex-deputado federal do Solidariedade Luis Argolo.
Pedro Correa, do Partido Progressista, já estava preso no interior de Pernambuco, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do Mensalão do PT.
O Supremo Tribunal Federal autorizou a transferência de Pedro Correa para Curitiba, mas a Polícia Federal ainda não informou quando isso deverá ocorrer.
Os exames dos presos no IML duraram menos de duas horas. Logo depois eles retornaram para a sede da Polícia Federal.
Fernando ParrachoCuritiba, PR
Fernando ParrachoCuritiba, PR