Dilma Rousseff é uma morta-viva no governo.
Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral rejeitaram por unanimidade nesta semana o recurso do PT para impedir o depoimento de Ricardo Pessoa no âmbito da ação movida pelo PSDB, que pede a cassação do mandato de Dilma por abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2014.
O dono da UTC vai depor no dia 14 de julho; e a derrota deixou o PT em alerta, como informou a Folha nesta sexta-feira.
Dos sete ministros do TSE, três tendem hoje a votar contra o governo (Gilmar Mendes, Dias Toffoli e João Otávio de Noronha) e três a favor (Luciana Lóssio, Henrique Neves e Maria Thereza Assis Moura).
O placar pró-Dilma no tribunal estaria por um voto: o do ministro Luiz Fux, que, no mensalão, surpreendeu e condenou todos os réus.
Agora, a VEJA revela as provas que Ricardo Pessoa deu à Justiça.
Diz um trecho da reportagem:
“Um dos alvos é a campanha de Dilma de 2014 e seu tesoureiro, Edinho Silva, o atual ministro da Comunicação Social.
Segundo o delator, ele doou 7,5 milhões de reais à campanha depois de ser convencido por Edinho Silva.
‘O senhor tem obras no governo e na Petrobras, então o senhor tem que contribuir. O senhor quer continuar tendo?’, disse o tesoureiro em uma reunião.
O empreiteiro contou que não interpretou como ameaça, mas como uma ‘persuasão bastante elegante’.
Na dúvida, ‘para evitar entraves’ nos seus negócios com a Petrobras, decidiu colaborar para que o “sistema vigente” continuasse funcionando – um achaque educado.
Mas há outro complicador para Edinho: quem apareceu em nome dele para fechar os detalhes da ‘doação’, segundo Pessoa, foi Manoel de Araujo Sobrinho, o atual chefe de gabinete do ministro.
Em plena atividade eleitoral, Manoel se apresentava aos empresários como funcionário da Presidência da República.
Era outro recado elegante para que o alvo da ‘persuasão’ soubesse com quem realmente estava falando.”
Este é o documento em que Ricardo Pessoa registrou a ‘doação legal’ à campanha de Dilma e os nomes do tesoureiro Edinho Silva e seu braço-direito Manoel de Araujo:
O Jornal Nacional também mostrou detalhes da delação premiada de Ricardo Pessoa.
Muito procurado, o empreiteiro doava dinheiro às campanhas de políticos ou pagava por serviços, mesmo quando eles não tinham influência direta na Petrobras.
A intenção era “fazer com que a engrenagem andasse perfeitamente, tirando, portanto, todas as pedras que pudessem aparecer no caminho; abertura de portas no Congresso, na Câmara e em todos os órgãos públicos”.
Uma tabela mostra, com nomes e valores, 14 partidos que receberam dinheiro de Pessoa – e não separa o que é caixa dois de doação oficial.
Para piorar a situação de Dilma, o doleiro Alberto Youssef revelou ao TSE que o PT quis trazer R$ 20 milhões para a sua eleição, como mostrei
aqui.
No próximo post, vou falar do depoimento sigiloso de um personagem pouco conhecido que pode levar ainda mais complicações à morta-viva do governo.
O tempo das mandiocadas está se esgotando.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac…
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