O corpo humano é uma máquina incrível e mais complexa do que qualquer dispositivo artificial já criado. Embora muitas das funções que ele realiza exijam de fato pouca explicação, algumas são mais complexas. Inclusive, não temos ideia de qual seja o motivo pelo qual ele faz a maior parte delas. É exatamente para isso que servem cientistas e pesquisadores. Aqui vão algumas respostas:
10. Por que nós soluçamos?
Todo mundo já soluçou em algum momento de sua vida. No entanto, essa ação involuntária geralmente vem e vai de forma relativamente rápida para a grande maioria das pessoas, o que significa que é mais um incômodo do que qualquer outra coisa.
Os cientistas nunca foram capazes de entender completamente por que as pessoas soluçam, mas eles têm proposto várias teorias. Uma das mais recentes é de um pesquisador chamado
Daniel Howes. Ele sugere que os soluços podem ter evoluído de um recurso de bebês para expelir o ar do estômago de modo que sobre mais espaço para o leite materno que eles sugam. A contração do diafragma provoca uma sucção que força o ar para fora da boca. Segundo Howes, os mamíferos são o único tipo de animal que sugam o leite e o único tipo que tem soluços – isso talvez não seja uma mera coincidência.
Daniel Howes. Ele sugere que os soluços podem ter evoluído de um recurso de bebês para expelir o ar do estômago de modo que sobre mais espaço para o leite materno que eles sugam. A contração do diafragma provoca uma sucção que força o ar para fora da boca. Segundo Howes, os mamíferos são o único tipo de animal que sugam o leite e o único tipo que tem soluços – isso talvez não seja uma mera coincidência.
9. Por que nós temos o apêndice?
O apêndice e sua função segue sendo um mistério. O que nós temos certeza é que essa parte do corpo humano tem uma forte tendência a causar graves problemas de saúde em um número considerável de pessoas. A famosa apendicite pode levar à dor severa, febre e até mesmo a morte se não for tratada.
Em 2007, após anos de pesquisa, os pesquisadores finalmente descobriram o que se acredita ser o uso real do apêndice. Mais do que simplesmente ser um órgão que representa uma sobra de nosso passado evolutivo, parece que o apêndice é na verdade uma parte importante do sistema imunológico. De acordo estudos, ele oferece um refúgio seguro para as bactérias que são necessárias no intestino. Quando uma doença como a disenteria acaba com as bactérias no intestino, o órgão seria o responsável por reabastecer o sistema digestivo nesse quesito. Ele, essencialmente, mantém uma reserva de bactérias necessárias para o sistema imunológico funcionar.
8. Por que sentimos cócegas?
Embora cócegas possam ser uma brincadeira divertida, geralmente são algo que as pessoas não gostam muito e tentam evitar. Mas por que raios todo mundo sente cócegas? Antes, os cientistas achavam que se tratava de uma reação em resposta ao pânico, semelhante a reação provocada por uma aranha rastejando em você. Mas a pesquisadora Christine Harris, após inúmeras experiências, sugeriu uma resposta mais complexa. De acordo com ela, as cócegas podem ser um sistema projetado para ajudar a desenvolver habilidades de combate.
Ela aponta para o fato de que familiares ou amigos próximos que tentam fazer cócegas uns nos outros reagem a esse ato com um gesto de defesa, como se estivessem lutando. Isso faz com que a pessoa que está recebendo o gesto de tentativa de cócegas se encolha e tente se libertar o mais rápido possível, o que teoricamente ensina a “vítima” a fugir de um ataque – seja qual for a natureza dele.
Enquanto isso, o fato de as pessoas rirem quando recebem cócegas incentiva os brincalhões a fazerem mais e mais cócegas – afinal, as aparências enganam e parece mesmo que a pessoa está gostando.
7. Por que os dedos ficam enrugados quando a gente fica muito tempo dentro da água?
Essa função corporal tem confundido pesquisadores por décadas, e há quase nenhuma evidência científica para dizer definitivamente o que de fato causa essa reação em nosso corpo.
A principal teoria era de que a água faz a pele inchar, levando ao curioso enrugamento. Agora, os cientistas acham que finalmente encontraram a razão exata: essa é na verdade uma vantagem evolutiva que ajuda a aumentar a aderência da pele em pisos molhados.
Essa teoria é suportada em alguns experimentos que mostraram que pessoas com os dedos das mãos e dos pés enrugados conseguem uma melhor aderência em pisos molhados. Outro estudo realizado pela Universidade de Newcastle aponta a teoria de que essa reação poderia ter ajudado os nossos antepassados a manusear instrumentos em condições de chuva ou ter pé firme no chão encharcado, proporcionando uma vantagem sobre os outros que não tinham dedos enrugados.
6. Por que temos aquela sensação de nó na garganta?
Você já sentiu um nó na garganta, mesmo sabendo que fisicamente não havia nada lá? Essa é uma ocorrência bastante comum que acontece com as pessoas quando elas recebem más notícias ou estão à beira de chorar enlouquecidamente. A tal sensação de “nó na garganta” é induzida quando um pessoa é colocada em perigo ou sob estresse intenso. Nestas situações emocionais, o corpo bombeia o sangue e oxigênio para o cérebro e músculos para permitir que ele tenha uma reação mais rápida.
Para facilitar este processo, as cordas vocais, conhecidas coletivamente como o “glote”, se expandem para permitir que mais ar passe através da garganta. No entanto, quando uma pessoa tenta engolir, a glote precisa fechar. Os músculos trabalham então um contra o outro, dando essa sensação de “nó na garganta”.
5. Por que a gente vive tendo a impressão falsa de que nosso celular está vibrando?
Você certamente já teve esta alucinação. Se você usa um smartphone ou outro dispositivo eletrônico que vem com uma função de vibração, você sabe bem o que é a “síndrome da vibração fantasma”. Essencialmente, você sente uma vibração no bolso, tira o telefone, e vê que nada aconteceu. E ainda assim você pode dizer clara e cegamente que ele vibrou sim. Mas por que isso acontece?
Em 2010, um estudo descobriu que 68% das pessoas que utilizam esses dispositivos experimentam essas vibrações fantasmas regularmente. Possíveis explicações incluem o cérebro interpretar erroneamente outras informações sensoriais, tais como um pequeno movimento nas roupas.
4. Por que nossa pele fica arrepiada?
Arrepios na espinha e os outros que tradicionalmente o acompanham acontecem em todos os tipos de situações, por exemplo, durante momentos de estresse, tais como quando uma pessoa está em perigo. Isso afeta o hipotálamo, a parte do cérebro que controla algumas funções do sistema nervoso. Ela libera grandes quantidades de adrenalina para ajudar o corpo a se preparar para reagir à situação. Isso faz com que os músculos se contraiam e os pelos fiquem em pé, deixando a pele arrepiada. A mesma reação acontece quando uma pessoa sente emoções intensas, como o amor, a felicidade, ou susto. Música, por exemplo, também provoca arrepios na espinha, pois induz fortes emoções nos seres humanos, fazendo com que o cérebro libere adrenalina.
3. Por que nós bocejamos?
O ato de bocejar é tão contagiante que, mesmo lendo sobre o assunto, eu poderia apostar que você ficou com vontade de soltar um longo e preguiçoso bocejo. Apesar de haver muito debate sobre isso, pouco se sabe sobre o que o bocejo faz exatamente. Uma teoria diz que ele permite que o corpo leve mais oxigênio para o cérebro, o que recupera o estado de alerta do corpo humano. Outras teorias sugerem que ele pode ser uma maneira de comunicar tédio e cansaço.
Em 2014, pesquisadores surgiram com uma nova teoria que unificou muitos dos elementos contraditórios de bocejar para dar uma explicação mais completa. De acordo com esse estudo, o bocejo é um recurso do corpo para tentar resfriar o cérebro. O bocejo traz ar frio e aumenta o fluxo de sangue ao redor do cérebro, levando embora o excesso de calor. Esta teoria também explica porque tantas situações causam bocejos. O cérebro esquenta em situações estressantes e antes da prática de exercícios físicos; sua temperatura também aumenta conforme as pessoas se cansam. Bocejos combatem o tédio, fazendo com que o cérebro fique mais alerta.
2. Por que (alguns de) nós temos amnésia alcoólica?
É uma ocorrência bastante comum para quem bebeu uma grande quantidade de álcool acordar no dia seguinte e ser absolutamente incapaz de recordar partes de uma noite (ou tudo o que aconteceu). Embora esses apagões possam acontecer também com outras drogas, elas acontecem com mais frequência com o álcool. De acordo com alguns estudos, o álcool impede o cérebro de transferir a memória de curto prazo para a memória de longo prazo o que, essencialmente, impede as pessoas de se lembrarem de eventos recentes.
Isso é porque o álcool impede os receptores no hipocampo de libertar glutamato. Assim, os neurônios não são capazes de se comunicar uns com os outros normalmente, e portanto não fazem a transferência de memória.
Mas nem tudo está perdido: algumas memórias ainda podem existir em algum lugar do cérebro, o que explica por que as pessoas podem acabar se lembrando de uma coisa ou outra – ou até de tudo o que aconteceu.
1. Por que nós temos enjoo no mar?
Enjoo e outros tipos de mal estar causados por uma situação de movimento são um conjunto de sintomas experimentados por uma grande quantidade de pessoas quando estão viajando em veículos como barcos e carros. Eles podem incluir vômitos e tonturas. Isso acontece por causa de uma desconexão entre o que a gente sente e o que a gente vê.
Em um barco em alto mar, por exemplo, o corpo sente o movimento através do ouvido interno, mas não consegue ver o movimento. Isso faz com que o cérebro receba informações conflitantes, o que desencadeia um mecanismo de defesa psicológica – porque a causa mais provável de um conflito entre os sentidos são alucinações provocadas por algum veneno. É como se o cérebro entendesse que tem alguma substância em seu corpo, e precisa agir imediatamente para tirá-la dali. Sendo assim, náusea e vômitos são a maneira que ele encontra de tentar se livrar dessas possíveis toxinas que acha que estão em ação.
Dica: você pode evitar esse tipo de enjoo, ou pelo menos amenizá-lo, olhando para o horizonte em um barco ou para fora da janela em um carro. Isto dá aos olhos uma sugestão visual para detectar o movimento, de maneira que ele não recebe informação conflitante.
Fonte: HypeScience