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domingo, 21 de maio de 2017

SERGIPE: Blogueiro diz que Clóvis Barbosa está na mira da pistola de investigado na Antidesmonte



O blogueiro Thiago Reis postou em seu perfil no Twitter o que assegura serem informações sobre a reação de investigados na Operação Antidesmonte, que nasceu no Tribunal de Contas do Estado, contra o presidente da Corte, Clóvis Barbosa de Melo.

A Antidesmonte teve a participação decisiva do Ministério Público de Sergipe. Na Secretaria de Segurança Pública, a Deotap - Delegacia de Combate aos Crimes Tributários e Administração Pública - investiga ex-prefeitos e ex-secretários com base em dados fornecidos pelo TCE e o MPE.

Thiago Reis chega a dizer que um dos investigados teria dito que ¨do jeito que a coisa vai, não vai ser difícil acontecer com Clóvis o que aconteceu com Luiz Mendonça¨.
desembargador Luiz Mendonça, em 2010, sofreu atentado nas imediações do Shopping Riomar, pouco depois das 9h da manhã do dia 18 de agosto.

Veja o que postou Thiago Reis no Twitter:

...@ClovisCBMelo e @adir_machado não estão se intimidando com as ações orquestradas para descredibilizar a #OperaçãoAntidesmonte...

...e as ações que vêm sendo adotadas por @ClovisCBMelo e @adir_machado pra dar seguimento a #OperaçãoAntidesmonte tem irritado "autoridades"

Recentemente, num badalado restaurante, 4 investigados pela #OperaçãoAntidesmonte discutiram alternativas para frear @ClovisCBMelo...

Um dos investigados disse "...Do jeito que @ClovisCBMelo vai, não tá difícil acontecer com ele o mesmo que aconteceu com Luiz Mendonça"

Pra quem não lembra, em 2010 o Desembargador Luiz Mendonça sofreu atentado onde escapou por sorte. @ClovisCBMelo tem que abrir o olho!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Joesley Batista relatou que, durante conversa no Palácio do Jaburu, presidente falou que poderia ajudar deputado cassado com 'um ou dois ministros'. Presidente nega.

Resultado de imagem para Delator diz que ouviu de Temer que presidente poderia auxiliar Cunha no STF



O empresário Joesley Batista afirmou em depoimento de delação premiada que ouviu em conversa com Michel Temer que o presidente poderia "ajudar" o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) junto a dois ministos do Supremo Tribunal Federal (STF).

A afirmação está em um dos vídeos dos depoimentos do empresário à Procuradoria-Geral da República, tornados públicos nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o empresário, na conversa que teve com Temer - e que foi gravada por ele -, o presidente disse que poderia auxilia Cunha com "um ou dois" ministros da Corte.

"Ele me fez um comentário curioso que foi o seguinte: 'Eduardo quer que eu ajude ele no Supremo poxa. Eu posso ajudar com um ou dois, com 11 não dá'. Também fiquei calado, ouvindo. Não sei como o presidente poderia ajudá-lo", afirmou Batista.

Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República respondeu: "O presidente diz na gravação que não ajudou. Basta ouvir".

Posteriormente, a assessoria divulgou a seguinte nota: "No diálogo com Joesley Batista, o presidente Michel Temer diz que nada fez pelo ex-deputado Eduardo Cunha. Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça. Michel Temer não recebeu valores, a não ser os permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Portanto, não tem envolvimento em nenhum tipo de crime."

No relato feito por Joesley à PGR, ele não fala sobre quais ministros o presidente se referiu na conversa, nem dá mais detalhes sobre a que tipo de ajuda Temer se referia.

Em ofício enviado nesta quinta-feira (18) ao Supremo, no qual pediu acesso ao conteúdo da gravação, o presidente afirmou ter sido alvo de "interceptação ilícita" por parte de Joesley Batista.

Em um pronunciamento no Palácio do Planalto, também nesta quinta, no qual disse que não renunciará à Presidência da República, Temer disse que a gravação era "clandestina".

Por G1 e TV Globo, Brasília


Coronéis da mídia: Controle de emissoras por políticos leva à falsificação da democracia

Quem são os donos da mídia
Desde 2011, tramita no STF uma ação que pede a declaração de inconstitucionalidade à concessão de outorgas de radiofusão a emissoras controladas por políticos
Por Carlos Gustavo Yoda*
Nesta segunda reportagem da série sobre os “coronéis da mídia”, vamos mostrar o que diz a legislação brasileira sobre o controle de emissoras de rádio e televisão por políticos e o que pode e vem sendo feito pelas organizações de defesa do direito à comunicação acerca das ilegalidade praticadas.
Desde 2011, tramita no Supremo Tribunal Federal uma ação, intitulada Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), elaborada pelo Intervozes, em parceria com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que pede a declaração de inconstitucionalidade à concessão de outorgas de radiofusão a emissoras controladas por políticos. A arguição - “acusação”, para desembrulhar o juridiquês, também afirma que, desde a posse, os parlamentares não podem mais ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada. Assim, defende como inconstitucional o ato de posse desses radiodifusores eleitos, pelo fato de os mesmos não terem deixado, antes, o controle de suas emissoras.
A base da ADPF 246 é o artigo 54 da Constituição, que aponta, em seus dois primeiros parágrafos, como fundamento da República, que deputados e senadores não podem firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público. Além deste artigo, a ação também entende que a prática do coronelismo eletrônico viola o direito à informação (artigo 5º e 220 da Constituição Federal), a separação entre os sistemas público, estatal e privado de comunicação (art. 223), o direito à realização de eleições livres (art. 60), o princípio da isonomia (art. 5º) e o pluralismo político e o direito à cidadania (art. 1º).
Além da Constituição Federal, o artigo 38 do Código Brasileiro de Telecomunicações, principal lei de rege o setor, aponta, em seu parágrafo primeiro, que não pode exercer a função de diretor ou gerente de concessionária, permissionária ou autorizada de serviço de radiodifusão quem esteja no gozo de imunidade parlamentar ou de foro especial.
No entanto, a ADPF cita mais de 40 deputados federais e senadores, da atual legislatura, que controlam diretamente pelo menos uma emissora de rádio ou televisão em seu estado de origem. A tese da ação aponta diferentes órgãos como responsáveis pela ilegalidade. Em primeiro lugar, o Ministério das Comunicações e a Presidência da República, por concederem outorgas a empresas que não poderiam recebê-las e pela omissão na fiscalização das emissoras; o Congresso Nacional, também responsável pela autorização e renovação das outorgas e pela diplomação dos parlamentares; e o Poder judiciário, também responsável pela diplomação de candidatos eleitos.
O STF ainda não se manifestou sobre o tema, mas já coletou a manifestação dos órgãos envolvidos. Em parecer enviado ao Supremo, o Senado afirma que o entendimento de sua Comissão de Constituição e Justiça é de que os contratos de concessão e de permissão de radiodifusão enquadram-se na incompatibilidade constitucional prevista pelo artigo 54, II, “a”. Deputados e senadores não poderiam, portanto, ser proprietários e controladores de pessoas jurídicas prestadoras do serviço de radiodifusão pois estas gozam do benefício decorrente da celebração de contrato com pessoa jurídica de direito público – no caso, a União.
Em parecer sobre a ADPF solicitado pelo Intervozes aos juristas Gilberto Bercovici, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, e Airton Serqueira Leite Seelaender, professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, eles afirmam que o ordenamento jurídico brasileiro deixa claro que há um dever estatal de impedir a oligarquização do regime democrático, de combater a oligopolização do setor e fomentar o pluralismo na mídia, destacando “a importância de preservar o dissenso na radiodifusão”. Bercovici e Seelaender afirmam que as práticas expostas na denúncia apresentada ao STF representam “clara burla à Constituição”.
A posição da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF), também é de que os detentores de mandatos não podem direta ou indiretamente ter vínculo societário em empresas que detêm concessão de radiodifusão.
“Sem meias palavras, uma das grandes tragédias da comunicação social no país é o fato dos parlamentares terem o controle gerencial dessas empresas. É um poder que retroalimenta o controle político”, pontua o procurador Regional da República no Rio Grande do Sul, Domingos Sávio da Silveira. “O que me parece mais grave é o poder de gestão que esses clãs políticos exercem sobre concessões [de radiodifusão]. E mais do que isso, como o fato de ser parlamentar tem ao longo da história feito com que as concessões sejam dirigidas a empresas que estão sob o controle indireto desses parlamentares”, acrescenta.
Para Silveira, quando grupos políticos controlam as emissoras acontece a distorção direta do processo político. “É a falsificação da democracia. A opinião pública é construída pela mídia. Se frauda a democracia quando, através da utilização desigual de uma concessão, se consegue uma visibilidade incomparável em relação aos outros candidatos”, explica.
Debate recorrente
A discussão pública acerca do coronelismo eletrônico não é recente. Na Câmara dos Deputados, o relatório dos trabalhos da Subcomissão Especial da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), criada para analisar mudanças nas normas de apreciação dos atos de outorga e renovação de concessões, apontou, já em 2007 o conflito de interesses. O documento afirma que, “como o Congresso Nacional é responsável pela apreciação dos atos de outorga e de renovação de outorga de radiodifusão, a propriedade e a direção de emissoras de rádio e televisão são incompatíveis com a natureza do cargo político e o controle sobre concessões públicas, haja vista o notório conflito de interesses”.
A Deputada Luiza Erundina (PSB-SP), no entanto, que presidiu a Subcomissão, constata a dificuldade de se fazer cumprir tal compreensão, justamente porque o número de parlamentares que, de forma ilegal e inconstitucional, são detentores de concessões de rádio e TV ainda é elevado. “E eles têm seus prepostos, seus representantes, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e do Senado, o que explica a dificuldade que há em se avançar minimamente em relação a esse marco legal”, diz.
Em 2010, o então ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, também afirmou a inconstitucionalidade do controle de outorgas de radiodifusão por políticos. De acordo com ele, “criou-se terra de ninguém. Todos sabemos que deputados e senadores não podem ter televisão, tem TV e usam de subterfúgios dos mais variados”.
Na mesma linha, em janeiro de 2011, o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo novamente afirmou que já existe uma restrição que está colocada na Constituição: “É o Congresso que autoriza as concessões. Então, me parece claro que o congressista não pode ter concessão, para não legislar em causa própria. Os políticos já têm espaço garantido na televisão, nos programas eleitorais. E há também a vantagem nas disputas eleitorais, e o poder político e econômico”. O Ministério das Comunicações, no entanto, deu continuidade à sua política histórica de ignorar o artigo 54 da Constituição Federal e conceder outorgas de radiodifusão para empresas controladas por políticos.
Questionado pela nossa reportagem sobre o tema, o Ministério pediu que as perguntas fossem enviadas por e-mail. Perguntamos: Como o Ministério das Comunicações interpreta o artigo 54 da Constituição em relação às concessões de radiodifusão? Cabe ao Ministério das Comunicações a sua fiscalização? Se sim, quais são os canais de denúncia disponíveis à população? Se não cabe ao MiniCom, de quem deveria ser a responsabilidade por fiscalizar as emissoras controladas por políticosO Ministério considera o atual quadro de trâmite de outorgas problemático? No entendimento dos gestores do Ministério, a legislação precisa de atualização? Até o fechamento desta reportagem, o Ministério das Comunicações não havia manifestado seus posicionamentos.
Laranjas e celebridades
Comprovar o controle de uma emissora de rádio ou TV por políticos não é tarefa simples. Os casos mais óbvios – mas também mais raros – são aqueles em que o próprio registro de acionistas da empresa concessionária inclui o nome do parlamentar, prefeito ou governador. Mas o coronelismo eletrônico tem muitas faces. De acordo com Domingos Sávio da Silveira, operam hoje no Brasil diversas formas de controle indireto da radiodifusão. Além dos chamados laranjas, usados para esconder o nome do verdadeiro dono da emissora, há casos de políticos que, mesmo sem serem proprietários da empresa, são capazes de acumular poder midiático e usar o espaço do rádio e da televisão como fonte de poder pessoal.
“É o exemplo dos comunicadores candidatos e dos parlamentares comunicadores, que passam os quatro anos de seu mandato retroalimentando sua atuação, que deveria estar no Congresso, às vezes até sem receber e, outras vezes, alugando ou arrendando espaços nos meios de comunicação. É uma relação desigual. A celebridade candidata também frauda o processo democrático”, explica Silveira.
Questionado pela reportagem, o Tribunal Superior Eleitoral declarou que “a Lei das Eleições só se refere aos permissionários públicos quando os proíbe de fazer doações”. Contudo, o TSE indica o Ministério Público Eleitoral para representações: “Quanto a denúncias, o Ministério Público Eleitoral é parte para oferecê-las à Justiça Eleitoral”, informou a assessoria de imprensa da instituição.
Para o procurador Domingos Sávio da Silveira, a sociedade deve procurar o Ministério Público Federal para denunciar possíveis casos de uso indevido de concessões públicas que podem interferir no processo eleitoral. Ele acredita que iniciativas como a ADPF 246 e demandas individuais e pontuais que podem ser delatadas não devem ser entendidas como “censura”, como colocam-se os opositores a todo e qualquer tipo de regulação da mídia. “Seria muito bom que toda a sociedade fizesse representações. É preciso provocar em cada local um processo de aplicação democrática da Constituição, de construção da igualdade. Essas ações têm poder pedagógico”, condui.
* Carlos Gustavo Yoda é jornalista e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.

CartaCapital

6 mentiras sobre a audiência de Lula com Moro


A Operação Lava Jato é um patrimônio da sociedade brasileira, e não há força humana capaz de barra-la”.
A frase, do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, descreve um sentimento comum para a maioria dos brasileiros que há mais de três anos acorda e dorme tendo pelo menos uma novidade do caso a cada dia.
Desde que começou, como uma simples operação para investigar lavagem de dinheiro, a operação cresceu e passou a envolver pesos pesados da política e da economia nacional. Além das três maiores empresas do país em faturamento, todos os cinco ex-presidentes da República, além do atual, Michel Temer, já foram citados ao menos uma vez em alguma delação. Nada menos do que três bilionários já foram parar atrás das grades, além de cinco outros citados, e o ex-homem mais rico do país, que cumpre prisão domiciliar. Nas nove maiores empreiteiras do país, não há uma sequer onde ao menos um executivo do alto escalão não tenha passado uma temporada em Curitiba.
Os números impressionam. São ao menos dezesseis empresas denunciadas até agora, um ex-presidente da Câmara dos Deputados preso, dois ex-presidentes de partido na cadeia, três candidatos da última eleição presidencial sob suspeita, treze senadores na mira da Justiça e um ex-presidente do Senado respondendo a nove inquéritos no STF. Nada menos do que seis tribunais em três estados e no Distrito Federal envolvidos, além de 239 acusados.
Nada disso, no entanto, torna a Operação Lava Jato imune a críticas. Para boa parte daqueles que torcem o nariz sempre que ouvem falar esse nome, o que merece destaque de verdade até aqui é o seu caráter supostamente partidário e um objetivo político-partidário de prender especificamente um dos personagens investigados no caso – o ex-presidente Lula, réu em cinco processos.
Boatos sobre Sergio Moro, sua esposa, pai ou qualquer outra figura que se relacione com o juiz já poluíram a internet e criaram, além de muita desinformação, uma sensação de que, de fato, Moro e Lula antagonizam os rumos da Lava Jato.
Só tem um problema. Nada disso se sustenta ao menor escrutínio dos fatos.

1. Há um confronto entre Moro e Lula.

Enumerar a quantidade de processos e pessoas envolvidas na realização da Lava Jato é uma tarefa quase impossível. São ao menos cinco tribunais em três estados e no Distrito Federal, além de incontáveis agentes da Polícia Federal, envolvidos nas quarenta fases da operação até aqui, além de dezenas de membros do Ministério Público integrando sua força-tarefa.
Para a mídia brasileira, no entanto, Sérgio Moro tornou-se praticamente um sinônimo de Operação Lava Jato.
O que poderia significar um apoio a alguém com tamanha responsabilidade, acabou tornando-se fonte de imensa confusão. Não é raro encontrar quem acredite que Moro é responsável por investigar Lula, ou ainda que seja responsável por acusá-lo de algum crime. Ledo engano. Apesar da insistência da imprensa brasileira, o papel do juiz, como deixa bem claro a Constituição Federal em seu artigo 109, é bem definido: aos juízes federais compete processar e julgar.
Não coube até aqui a Moro, portanto, investigar e acusar o ex-presidente nos cinco processos em que Lula acabou virando réu.
Tal confusão acabou alcançando seu ponto máximo nas últimas semanas, quando Lula e Moro estamparam juntos capas de algumas das revistas mais vendidas do país. O resultado: fomentar a noção de que o ex-presidente não enfrenta uma série de provas e acusações realizadas pelo Ministério Público, mas o próprio juiz, num embate pessoal.
Ao personificar a Justiça brasileira, o resultado é um cenário onde ambos – réu e juiz – acabam nas mesmas posições no processo. Apenas adversários.
Como membro do Judiciário, ainda que com destaque na Lava Jato, o juiz Sérgio Moro não tem condições de agir por razões pessoais. E isso acontece porque ele é um juiz de primeira instância. Todas as suas decisões são avaliadas por tribunais superiores. Afinal, se a questão envolvendo Lula e Moro é pessoal, por que até esse momento menos de 4% dos recursos contra decisões de Moro foram revisadas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região e os superiores tribunais Federal e de Justiça?

2. Moro é filiado ao PSDB.

Desqualificar o juiz ou sua família como sendo partidários tem sido a estratégia mais comum dentre os boatos até aqui. Desde o início da operação, Moro até mesmo sua esposa ser acusada de ter relações com partidos de oposição ao então governo petista.
Em uma das tais denúncias, fotos de sua esposa, Rosângela Moro, com o vice-governador do Paraná Flávio Arns, comprovariam a ligação de Rosângela com o PSDB.
De fato, não há montagem nestas fotos. Rosângela e Flávio se conhecem há um bom tempo. Flávio, sobrinho de Zilda Arns, foi presidente das APAEs no Paraná, e Rosângela, advogada da instituição.
Na época em que ambos trabalharam juntos porém, Flávio não apenas não tinha qualquer atuação política, como ainda chegou a ser filiado ao PT, de onde saiu em 2009.
Acusações como estas também já atingiram o próprio Moro. Graças a uma pesquisa na lista de filiados do mesmo PSDB junto ao Tribunal Superior Eleitoral, começou a circular uma imagem de certo filiado, conhecido como Sérgio Roberto Moro. De fato, o filiado existe, e está registrado no partido. O erro? O juiz federal se chama Sérgio Fernando Moro.

3. A esposa de Moro é responsável por desviar R$ 450 milhões das APAEs no Paraná.

Moro, no entanto, está longe de ser o único envolvido em boatos. Mais recentemente, a bola da vez foi sua esposa, Rosângela, questionada por sua atuação junto à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
Unindo duas falas do blogueiro Luis Nassif, com base em uma reportagem de 2014, o nome de Rosângela foi imediatamente vinculado a um suposto escândalo nas APAEs do estado do Paraná, denunciado pelo jornalista.
Durante sua investigação, Nassif encontrou discrepâncias entre os repasses feitos pela Secretaria de Educação do Estado, comandada então por Flávio Arns, e gastos de inúmeras APAEs espalhadas pelo estado. Com base nestas discrepâncias, supos que o caso devesse ser alvo de investigação.
Até o momento, no entanto, não há qualquer investigação sobre as APAEs e nenhum inquérito que sequer cite Rosângela como tendo atuado em qualquer ato ilícito no período.
Após a notícia se espalhar, o mesmo blogueiro citado como fonte acabou vindo a público para negar que tenha acusado Rosângela de qualquer envolvimento, limitando-se a apontar que considera haver razões para investigar o caso.

4. Moro ganha R$ 77 mil por mês como juiz.

Na onda de igualar Moro aos réus no processo da Lava Jato, a mais bem sucedida ação até aqui foi justamente a de mostrá-lo como um dos beneficiários das já conhecidas exorbitâncias pagas aos juízes brasileiros.
Que nosso judiciário é caro e pouco eficiente, não é nenhuma novidade. Gastamos por aqui 1,5% do PIB para fazer justiça, contra 0,3% dos nossos vizinhos Chile e Argentina. O resultado é uma imagem cristalizada e, com boa dose de razão na mentalidade da população brasileira, de que nosso judiciário é repleto de funcionários remunerados em valores exorbitantes.
Todo salário dos nossos magistrados, porém, deveria em tese ter um limite: R$ 39,2 mil, ou o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Todo magistrado que descumprir este teto infringe a lei.
Com base nisso, o boato de que o juiz Sérgio Moro seria um destes fora da lei ganhou força nos últimos meses. Para fazer valê-lo, os responsáveis pelo boato pegaram um mês atípico – onde o salário real do juiz, R$ 28,947,55, segundo o site do TRF4 (o Tribunal Regional Federal da Quarta Região, onde ele trabalha) soma-se a verbas indenizatórias de R$ 5,176,63, que o juiz recebeu em função de ter pago do próprio bolso despesas do Judiciário, além de R$ 43,229,38, em função do adiantamento de férias e outros benefícios trabalhistas garantidos em lei.

5. Moro arquivou a corrupção no caso Banestado, um escândalo de R$ 520 bilhões.

Um dos mais emblemáticos casos de corrupção na história do país, o do Banestado, foi responsável por enviar ilegalmente US$ 24 bilhões para o exterior por meio do banco público paranaense. Do total, cerca de US$ 17 milhões foram recuperados. Um número 27 vezes menor do que o recuperado até aqui pela Lava Jato.
Um dos personagens envolvidos no caso, Alberto Yousseff, que você certamente já ouviu falar associado ao Petrolão, fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público estadual. Ao ver que o doleiro incorreu no mesmo crime novamente, Sergio Moro suspendeu o acordo e retomou o processo do Banestado contra Yousseff, condenando-o a 4 anos e 4 meses de prisão (Yousseff ainda não foi condenado na Lava Jato). Não é verdade, portanto, ao contrário do que dizem os boatos, que o doleiro tenha escapado por conta de Moro.
Cerca de 684 pessoas foram denunciadas pelo escândalo do Banestado – 97 foram condenadas até 2011. Da parte do juiz Sergio Moro, que na época possuía 31 anos,foram 25 condenações em apenas 12 meses. Seja por lentidão da Justiça em julgar nas instâncias superiores ou por manobras de seus advogados, muitas condenações caíram. Em 2013, o Superior Tribunal de Justiça extinguiu a pena de 7 condenados. Outras penas foram extintas ou casos arquivados em recursos no mesmo TRF4. O certo é que, de Moro, as condenações ocorreram. E foram rápidas.
Em outra operação, a Farol da Colina, Moro decretou de uma única vez a prisão de 123 pessoas, tirando de circulação 63 doleiros

6. Moro não julga C̶u̶n̶h̶a̶, Aécio, Temer e outros políticos.

Provavelmente o mais antigo dos boatos sobre a atuação do juiz, a acusação de que sua atuação seria seletiva por não julgar nomes como Aécio Neves, citado 5 vezes nas delações, é também a mais absurda delas.
De tão velha, o boato virou piada, tendo em vista que no argumento inicial questionava por que Eduardo Cunha – hoje condenado a 15 anos de prisão – não era investigado pela Lava Jato.
Na prática, a resposta continua sendo justamente a mesma: Moro não pode julgar aqueles que possuem foro privilegiado, pois é um juiz de primeira instância. Assim que Cunha teve seu mandato cassado, perdendo seu foro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados não precisou de muito tempo para ir parar atrás das grades.
Presidentes, ministros, deputados, senadores e outras dezenas de milhares de pessoas no Brasil (38,381 mil segundo a última estimativa da Lava Jato), estão fora do alcance legal de Sergio Moro.
Isso explica também por que Moro não julga o caso de senadores como Gleisi Hoffmann ou Lindbergh Farias, ambos citados nas delações da empreiteira Camargo Corrêa, ou a deputada Maria do Rosário, citada pela Engevix. Em todos esses casos, o foro competente é o Supremo Tribunal Federal, se assim concordar o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.
Janot, indicado por Dilma em 2013, é o responsável por denunciar ministros, senadores, deputados, ou mesmo a presidente da República, cabendo ao STF autorizar a abertura de inquérito. Ao fazê-lo, o caso segue para o ministro Edson Fachin, substituto de Teori Zavascki, ambos também indicados por Dilma para o STF. Fachin é o relator da Lava Jato na instância máxima da nossa Justiça. Cabe a ele, por exemplo, a responsabilidade sobre o não andamento dos nove casos que pesam sobre o senador Renan Calheiros ou contra o senador Fernando Collor.
Ao juiz Sergio Moro, cabe julgar aqueles que não possuem foro privilegiado, como donos de empreiteiras, ex-ministros, como Palocci e Mantega, ou mesmo, ex-presidentes, como Lula e Dilma.
É exatamente o que ele vem fazendo. Apesar dos boatos.

Spotniks

4 motivos por que essa é a hora de dizer: Adeus, Temer.

pinguela caiu. Michel Temer deve sair da Presidência da República. Se não por vontade própria, deve ser apeado pelos poderes constituídos. Se estes falharem, o povo fará o serviço. Não há cenário em que um presidente gravado avalizando subornos mensais pelo silêncio de políticos presos e recomendando emissários para a discussão de propinas semanais de R$ 500 mil nos próximos 20 anos possa permanecer em seu posto.
Temer quis passar para a história como um presidente promotor de reformas essenciais para o país. Pretendia reescrever sua biografia. Do político bom de bastidores, mas ruim de palanque, só eleito para o seu último mandato na Câmara Federal graças aos votos da coligação, o futuro ex-presidente queria posar como o homem que fez as coisas andarem novamente.
A Presidência da República não foi sua primeira manobra neste sentido. Em 2004 disputou sem sucesso a prefeitura municipal de São Paulo como vice na chapa liderada por Luiza Erundina, hoje no PSOL. Dois anos mais tarde, tentou fazer o PMDB ter candidato próprio à presidência.
Cercado de expectativas, Michel Temer iniciou seu governo sendo comparado a Itamar Franco. Henrique Meirelles, seu Ministro da Fazenda e ex-banqueiro central de Lula, era jocosamente chamado de “presidente” por amigos e colegas, uma referência ao caminho de Fernando Henrique Cardoso após o Plano Real. A expectativa era que a economia tivesse uma retomada – algo que está ocorrendo – e Meirelles se tornasse popular junto à população.
Mas havia um Cunha no meio do caminho. O notório deputado sempre foi habitué do grupo político de Michel Temer. Ao ter seu mandato cassado, ser preso e condenado a uma longa pena, o congressista fluminense não cansou de mandar recados ao governo. Afirmou que ficaria conhecido por “derrubar dois presidentes do Brasil”. Deu a entender que o grupo formado pelo presidente e três ministros, todos um dia deputados, havia o abandonado e isso “não ficaria assim”.
Acuado, Temer fez demonstrações explícitas de lealdade ao seu aliado preso. Conduziu o inexpressivo André Moura (PSC-SE), próximo a Cunha, ao posto de líder do governo. Gustavo do Vale Rocha, que já foi advogado de Eduardo Cunha, foi indicado para o Conselho Nacional do Ministério Público.
Assim como Richard Nixon, a bala de prata contra o seu mandato veio na forma de uma fita. Tal qual o ex-presidente americano, seu mundo caiu ao tentar proteger os seus e obstruir a justiça, como se as investigações em curso fossem um acidente pavoroso.
Temer terminará sua breve passagem pela presidência fazendo sombra a políticos como Alberto Fujimori e Bettino Craxi. Ambos lideraram o seu país, e, acossados por investigações e gravações comprometedoras, fugiram às pressas. Fujimori saiu do Peru para o Japão. Craxi procurou asilo da Operação Mãos Limpas na Tunísia. Descendente de libaneses, não é difícil de imaginar onde o marido de Marcela Temer buscará refúgio.
Não há outra opção para este governo, ele deve cair, e aqui vão quatro motivos para isso:

1. Império da Lei

O Império da Lei é o princípio jurídico que prega que as decisões de uma nação devem ser tomadas em respeito às leis. Se contrapõe ao “Arbítrio dos Homens” que prega decisões seguidoras da interpretação unilateral dos membros do estado sobre o que seria adequado a cada momento.
Um país com Império da Lei não permite que sua legislação crie diferenciações entre governantes e governados. A lei deve ser aplicada a todos, sobretudo a quem as escreve.
Ao assentir com uma mesada a fim de comprar o silêncio de Eduardo Cunha, Michel Temer cometeu o crime de obstrução de justiça. Mais do que isso, Temer também teria sido gravado na prática de corrupção passiva. Quando Joesley Batista o procurou para resolver um problema em um órgão do governo, o presidente o pediu para procurar um dos seus emissários, que negociou propinas semanais de R$ 500 mil!
Diante das evidências, Temer deve ser julgado de acordo com o que a lei estabelece no Art. 86 da Constituição Federal. A denúncia deve ser aceita por 2/3 da Câmara dos Deputados e enviada para apreciação do Supremo Tribunal Federal, responsável por julgar os crimes comuns do presidente.

2. Ou há reformas, ou há o governo Temer

Em reservado, técnicos da equipe econômica comentam que as reformas estão comprometidas. A consultoria de risco político Eurasia Group compartilha a mesma visão. Os investidores na bolsa de valores pensam o mesmo e o circuit breaker – mecanismo que interrompe o pregão na bolsa após baixas acentuadas – já foi ativado.
Não há meio possível do governo Michel Temer aprovar estas reformas. Se ainda lutar para permanecer em pé, todo o seu capital político será gasto ambicionando sua própria salvação, piorando ainda mais o estado das contas públicas. Não é difícil imaginar que a política de porteira aberta seja adotada em troca de votos e proteção.
Além disso, é impossível mensurar quanto tempo e energia foram gastos costurando acordos escusos a fim de golpear a Lava-Jato, deixando de lado o essencial. Um governo que a todo momento deve se explicar à polícia não será capaz de explicar ao público como está mudando tanta coisa em tão pouco tempo.
Será impossível para o cidadão médio aceitar que Temer capitaneie uma reforma da Previdência, enquanto sua aposentadoria seria garantida com 500 mil reais semanais pagos pela JBS.
De fato, este governo maculou uma competente equipe econômica com seus desvios para proteger a classe política. Boas propostas podem ser para sempre associadas aos desmandos e desvios de Michel Temer e sua trupe. Insistir neste modelo será pior para o Brasil.
Reformas desse calibre não nascem da noite para o dia. Apesar de serem alvo de gritaria e esperneio, no final, emergem em algum nível de consenso sobre o que precisa ser feito. Não é à toa que, antes do impeachment, o governo do PT prometia um teto de gastos e uma reforma da Previdência. E foi por esse mesmo motivo que Lula fez o maior superávit primário da história quando sentou no governo.

3. O Brasil precisa de uma transição, não de um acordão

Ao final do processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e seu companheiro de chapa estavam brigados. Sem influência dentro do governo, Itamar já havia se desligado do PRN, o partido de Collor, antes do processo aprovado pela Câmara dos Deputados.
Mineiro de Juiz de Fora, Itamar nunca foi próximo à República de Alagoas, que dominou a máquina estatal no mandato de Collor. Tal distância foi vital para que sua condução do governo não fosse comprometida pelos atos pretéritos do seu antecessor.
Ao nomear Fernando Henrique Cardoso ministro da Fazenda e bancar o Plano Real, Itamar não parou a máquina do governo para tentar tirar PC Farias da prisão. Muito menos maculou o bom nome da equipe que montou o Real erigindo um governo formado por cleptocratas.
O Brasil não pode ter uma administração que tenha como principal missão colocar em prática um grande acordo, protegendo o Lula, protegendo todo mundo. Ainda mais neste momento, quando precisamos de um governo que entenda seu papel e seja capaz de realizar uma transição no mar revolto que nos espera até 2018.

4. Temos que deixar de ser uma República de Bananas

O Brasil tem que se tornar um país sério e fazer suas instituições funcionarem. Algo assim só ocorrerá quando a estrutura erguida com base no aumento do Estado a fim de garantir privilégios, favores e subsídios e os que a protegem caírem.
Retirar Michel Temer do seu cargo é uma condição necessária para que o Brasil deixe de ser uma República de Bananas.
Spotniks

NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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