Dois políticos desmascarados pelas autoridades em esquema de corrupção não conseguiram vencer a eleição.
Adelson Barreto, candidato a Federal, conhecido como o “repórter do povo”, foi investigado pela Procuradoria Regional Eleitoral em Sergipe (PRE/SE) por repasse irregular e desvios de recursos das verbas de subvenção da Assembleia Legislativa do Estado. As verbas de subvenção eram um recurso, no valor de R$ 1,5 milhão por ano, disponível para todos os deputados distribuírem entre entidades de cunho social.
De acordo com os dados colhidos pela PRE, Adelson Barreto agiu ativamente para montar um esquema de desvio de recursos, repassando verbas a entidades de fachada ou sem estrutura previamente escolhidas e se apropriando dos recursos em seguida. O dinheiro era sacado e entregue pessoalmente ao parlamentar. Os depoimentos de Atimateia, que decidiu colaborar com a Justiça, foram confirmados por quebra de sigilo bancário e também de informações telefônicas, que comprovaram as ligações e os locais dos encontros para entrega do dinheiro.
Já Tijoi Barreto Evangelista, candidato a Estadual, conhecido como Adelson Barreto Filho, à época vereador de Aracaju, chegou a ser preso na Operação Indenizar-SE. A operação investigou o desvio de verbas indenizatórias na Câmara Municipal de Aracaju. O vereador, que se tornou deputado estadual, teve seus bens bloqueados em 2018.
Continuaram desviando recursos públicos durante as investigações
A ousadia dos vereadores Adelson Barreto Filho (Tijoi Barreto) e Agamenon Sobral surpreendeu a equipe responsável pelas investigações na Operação Indenizar-SE. De acordo com a delegada do Deotap, à época Danielle Garcia, alguns pararam de desviar recursos públicos durante as investigações, outros continuaram, mas a ousadia de Adelson Filho e Agamenon surpreendeu a equipe.
“Alguns cessaram a ilicitude, outros mantiveram, mas Tijói (Adelson Filho) e Agamenon radicalizaram montando novas estruturas criminosas para se apropriarem dos recursos públicos. Adelson Filho, por exemplo, utilizou notas fiscais falsas, de empresas diferentes com mesma caligrafia; recibo de empresas diferentes com mesma assinatura; inscrição estadual se repetindo em notas diversas. Não tiveram ao menos o cuidado de apresentar documentos que aparentassem ser verdadeiros”, esclareceu Danielle Garcia.