Localizada na zona rural de Itapicuru, fazendo divisa com Sergipe. Pertinho do Povoado Monte Coelhos, em uma região de morros e caatinga.
É bonito de ver que a nossa cultura esteja viva e presente. Conhecemos diversos vaqueiros que dedicaram a sua vida no campo, atrás de boi barbatão, de boi brabo, que saía às 5 da manhã e só voltava a tardinha, existia muitas fazendas tradicionais que tinham uma quantidade enorme de grandes vaqueiros verdadeiros heróis do Sertão.
Esperamos que a nossa Cultura esteja sempre VIVA.
Para manter vivos a cultura e a tradução do vaqueiro, muitas ações são desenvolvidas por todo o Nordeste, especialmente. Uma dessas é a Pega do Boi, que é um esporte equestre semelhante à Vaquejada. Festas do Vaqueiros espalhadas por todo o sertão nordestino evidenciam o peão de gado e tudo que o contextualiza.
A Pega de Boi no mato é uma tradição que remonta os primeiros tempos da ocupação do sertão nordestino pelos brancos europeus. Antigamente, numa época onde não existia o arame farpado, os animais eram criados soltos pelas propriedades rurais. Dessa forma, quando chegava o momento de reunir o gado, os vaqueiros entravam no mato, em grupo, para a ‘pega.’
Naquela época, e hoje ainda, o final da Pega de Boi vira uma grande confraternização. Depois de reunir os animais, era normal encontrar gado misturado. Aí que entra as famosas festas de ‘apartação’, Os vaqueiros de várias fazendas se juntavam para separar os bois que pertenciam aos seus donos. Criavam-se nesse momento, entre os habitantes do sertão, fortes laços de amizade.
Diferente da Vaquejada, onde o boi corre numa arena demarcada, sendo derrubado por uma dupla de cavaleiros, a Pega de Boi acontece no meio da vegetação catingueira. Os vaqueiros encourados entram dentro do mato, em cima dos seus cavalos velozes, para pegar o boi. É uma versão mais ‘rústica’, podemos dizer assim.
A semelhança está no objetivo que os dois esportes têm: o de preservar a memória do sertanejo, reconhecendo a valentia e a importância dessa figura tão importante. E ao manter viva uma tradição, faz com que o esporte cresça cada vez mais por todo o Nordeste brasileiro. Possivelmente, a Vaquejada foi formada através do conceito da Pega do Boi.
Para cumprir a prova, os vaqueiros devem enfrentar espinhos de juremas e touceiras de xique-xique, demonstrando coragem e valentia. Qualquer acidente pode ser fatal, pois, segundo os sertanejos, os cavalos chegam a alcançar 60 km/h na velocidade máxima da corrida no meio da vegetação ressequida e pontiaguda.
Por esse motivo, as roupas de couro são essenciais. São usadas pelos vaqueiros para se proteger de acidentes na busca pelo boi e por completar a prova. A principal peça é o gibão, que cobre os homens do pescoço à cintura, como se fosse um paletó de couro. Há também o guarda-peito, que é um pedaço de couro curtido, preso por meio de correias ao pescoço e à cintura.
A roupa ainda conta com a perneira, que é a calça de couro ajustada, que vai do pé à virilha, deixando o corpo livre para cavalgar. O que não pode faltar é o tradicionalíssimo chapéu do vaqueiro nordestino, que além de lhe proteger do sol, também protege de eventuais acidentes. A bota finaliza a vestimenta.
Nos dias atuais, algumas provas e também campeonatos de Pega de Boi são realizados. Acontecem nas mesmas propriedades sertanejas do passado. Os proprietários disponibilizam seus terrenos, animais e alimentação para todos os participantes. Os vaqueiros precisam pagar uma inscrição, de valor simbólico apenas. A premiação para os que conseguem finalizar a prova é feita com troféus e brindes.
Tudo isso, claro, regado ao bom e velho forró pé de serra. Mais cultural, impossível!